A Teoria das Organizações
Por: Graziele Correia • 9/9/2020 • Artigo • 1.260 Palavras (6 Páginas) • 110 Visualizações
Teoria das Organizações
Luciana Nunes Viter
Teoria das Organizações
CAPÍTULO 1[pic 1][pic 2]
TEORIAS CLÁSSICAS
No final do século XIX e início do século XX, as organiza- ções, refletindo o viés mecanicista característico da época, eram vistas como máquinas. Considerava-se que o melhor modo para obter produtividade era estruturar a organiza- ção do modo mais eficiente possível e controlar de perto suas operações. Os empregados também eram vistos como partes da máquina representada pela organização, e assim, também eram considerados elementos que poderiam au- mentar ou reduzir os resultados de sua performance. Foi nesse contexto que nasceu a administração como ciência, com os seguintes nomes destacando-se inicialmente como principais desenvolvedores dessa visão: Taylor e Fayol. Foi aqui que também se destacou a descrição do modelo de organização burocrática por Max Weber.
ABORDAGEM CIENTÍFICA
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Frederick W. Taylor
Frederick Winslow Taylor, o fundador da abordagem cien- tífica, nasceu em 1856 em uma família da Filadélfia finan- ceiramente abastada. Seu pai foi um advogado, embora se mantivesse fora do exercício da profissão, assim como seu irmão, que era um médico não praticante. A abstenção de trabalho era uma evidência da riqueza e da posição social de seus familiares em ambos os casos. Esperava-se que Taylor, um aluno talentoso desde sempre, se formasse em Direito por Harvard, mas, em vez disso, ele decidiu tornar-
-se um engenheiro da área siderúrgica, começando como aprendiz até ser promovido a engenheiro-chefe.
Taylor enfatizou a experimentação científica como base para uma nova filosofia de gestão, visando resolver as três principais questões que julgou serem as causas da baixa produtividade em sua época: ociosidade sistemática, siste- mas de gestão ineficientes e ausência de padronização de procedimentos. Em relação à ociosidade sistemática, Tay- lor cunhou o termo para descrever o padrão dominante de desempenho que observou nos locais onde trabalhou, em que o operário restringia-se a trabalhar o estritamente ne- cessário para não ser dispensado. As causas atribuídas a esse comportamento eram o temor do desemprego, como resultado de possíveis aumentos de produtividade, e as práticas ineficientes adotadas empiricamente, que não eram devidamente supervisionadas ou corrigidas pelos administradores responsáveis.
Sua tese fundamentava-se em que os melhores resultados para os objetivos de uma organização seriam obtidos por meio da aplicação de metodologias científicas à sua ges- tão e à estruturação das suas atividades. Partindo do pres- suposto de que uma tarefa poderia ser estudada cientifi- camente, assim como um cientista analisa um fenômeno biológico utilizando um microscópio, Taylor propôs que cada tarefa a ser desempenhada em uma organização fos- se analisada individualmente, a fim de que fosse determi- nado o melhor modo de realizá-la. Após se envolver em estudos detalhados do tempo e do movimento requeridos até mesmo para tarefas simples, como o uso de uma pá, Taylor conseguiu demonstrar que a administração basea- da em princípios científicos, a partir de investigações de- talhadas sobre as atividades que deveriam ser executadas, poderia melhorar a eficiência do processo produtivo.
Taylor buscou generalizar as descobertas verificadas a partir das experiências e dos eventos organizacionais em princípios coerentes com os esforços para aumentar a efi- ciência, cuja abordagem foi estruturada a partir de cinco tópicos: pesquisa, padrões, planejamento, controle e coo- peração, que serão detalhados a seguir. Esses princípios, também chamados de Organização Racional do Trabalho
– ORT, foram estabelecidos por Taylor. Contudo, enfatiza-
-se que a abordagem científica era um processo em perma- nente evolução, e não uma teoria propriamente dita, mas que poderia servir como base para avaliar as práticas mais significativas relacionadas a cada um desses tópicos.
Pesquisa
Segundo Taylor, os melhores artesãos sabiam como as ta- refas poderiam ser melhor executadas. Seu conhecimento, que derivava da sua experiência prática, havia lhes permi- tido desenvolver um processo mais eficiente de trabalho, propiciando que fosse alcançado o domínio do melhor modo para executar uma tarefa. Em uma perspectiva cien- tífica e ampliada para uma empresa, essa melhor forma de executar algo deveria ser descoberta por meio de pesqui- sas, investigando os vários componentes do trabalho de uma forma completa e rigorosa, o que envolveria estudos da natureza e das medidas de trabalho, a partir das quais seria proposta a fragmentação de atividades em tarefas menores, com avaliação de suas medidas de tempo. Essas análises chegariam a definir o melhor modo para se fazer algo, assim como o trabalhador mais adequado para exe- cutar determinada tarefa, o que também seria avaliado por testes a fim de maximizar resultados. A partir dessas proposições, percebe-se que Taylor considerava que o mé- todo científico também deveria ser aplicado à seleção do trabalhador, à atribuição de tarefas e ao desenvolvimento das condições ambientais apropriadas para trabalhar.
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