AS CAPACIDADES DINÂMICAS NOS NEGÓCIOS SOCIAIS: UMA ANÁLISE NO CENÁRIO BRASILEIRO
Por: Jaqueline Berdian • 1/8/2020 • Projeto de pesquisa • 6.789 Palavras (28 Páginas) • 176 Visualizações
UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
MESTRADO ACADÊMICO EM ADMINISTRAÇÃO
AS CAPACIDADES DINÂMICAS NOS NEGÓCIOS SOCIAIS: UMA ANÁLISE NO CENÁRIO BRASILEIRO
Jaqueline Berdian de Oliveira
Orientador: Prof. Dr. André da Silva Pereira
PASSO FUNDO
2019
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................03
2 JUSTIFICATIVA.................................................................................................................04
3 OBJETIVOS.........................................................................................................................07
3.1 GERAL....................................................................................................................07
3.2 ESPECÍFICOS........................................................................................................07
4 REFERENCIAL TEÓRICO...............................................................................................07
4.1 EMPREENDEDORISMO SOCIAL.......................................................................07
4.2 NEGÓCIOS SOCIAIS.............................................................................................09
4.3 CAPACIDADES DINÂMICAS..............................................................................11
5 METODOLOGIA................................................................................................................12
5.1 CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO OBJETO E NATUREZA DA PESQUISA......12
5.2 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À TÉCNICA DE COLETA DE DADOS...............14
5.3 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À ESCOLHA DO OBJETO DE ESTUDO.............14
5.4 TRIANGULAÇÃO NA ANÁLISE DOS DADOS..................................................16
6 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO....................................................................................16
7 ORÇAMENTO.....................................................................................................................17
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................17
1 INTRODUÇÃO
Desafios de ordem social e ambiental passam a ocupar espaços cada vez maiores nos ambientes corporativos, nas discussões governamentais, nos debates da sociedade civil e instituições de ensino. As consequências provocadas pelo aumento das iniquidades sociais e desgaste dos recursos naturais são exemplos da abrangência destes desafios. O crescimento dos problemas sociais é a principal causa do paradigma da exclusão social no Brasil, razão pela qual se exige uma nova atitude de todos os atores políticos e sociais (Melo Neto; Froes, 2002).
Na busca para se alcançar respostas e soluções aos desafios sociais e ambientais, que se apresentam cada vez mais complexos e multifacetados, começam a surgir novos modelos de organizações. Nesta acepção, o empreendedorismo social emerge como uma forma de transformação social capaz de fomentar a germinação de modelos de negócios híbridos que se contrapõem aos modelos de negócios tradicionais ao combinar, de maneira concomitante, o impacto social e as atividades comerciais de geração de renda. Despontando assim, as organizações híbridas (MCMULLEN; WARNICK, 2016), entendidas como organizações focadas em atingir uma missão social por meio do uso de mecanismos de mercado.
Sobre o tema, Comini (2011) apresenta as diferentes definições utilizadas nas literaturas nacional e internacional para identificar os empreendimentos sociais. Segundo a autora, a empresa social (social enterprise), o negócio inclusivo (inclusive business) e o negócio social (social business) são alguns dos termos usados para identificar as organizações que "visam solucionar problemas sociais com eficiência e sustentabilidade financeira por meio de mecanismos de mercado".
Autores como Nidumolu, Prahalad e Rangaswami (2009) indicam a necessidade de se atrelar a estratégia dos negócios aos imperativos do desenvolvimento sustentável, reconectando o sucesso da empresa ao progresso social. O mundo dos negócios tem sido diretamente impactado por um ambiente que comina as organizações a realizarem mudanças originadas por avanços tecnológicos, necessidade de inovação em produtos e processos, redução de custos e sobrevivência organizacional. Este rol não exaustivo de situações faz com que as organizações, tanto tradicionais quanto híbridas, desenvolvam capacidades para alterar suas estruturas e processos, além de se adaptarem ao meio no qual estão inseridas. Estas tais capacidades são definidas como capacidades dinâmicas.
Uma capacidade dinâmica é “um padrão aprendido e estável de atividade coletiva por meio da qual a organização sistematicamente gera e modifica suas rotinas operacionais buscando melhorar sua efetividade” (Zollo & Winter, 2002, p. 340).
Capacidades dinâmicas segundo Teece, Pisano e Shuen (1997) são as capacidades para integrar, construir e reconfigurar competências internas e externas para lidar com ambientes que mudam rapidamente. Para isso, a organização precisa desenvolver capacidades para criar, ampliar ou modificar sua base de recursos (HELFAT, 1997), por meio de ativos intangíveis que suportem o desempenho superior do negócio no longo prazo (TEECE, 2007), a exemplo do conhecimento (SHER; LEE, 2004). Do mesmo modo, é preciso analisar um conjunto de rotinas operacionais que norteiam a evolução da configuração de recursos, buscando maior eficácia para a empresa (ZOLLO; WINTER, 2002).
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