As Eras da Qualidade
Por: kirara • 7/2/2018 • Seminário • 3.575 Palavras (15 Páginas) • 316 Visualizações
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Campinas
31 de Abril de 2017
TRABALHO
DE
GESTÃO
DA
QUALIDADE
Camila Omae
RA: 17393
Professor Samuel A. Oliveira
SUMÁRIO
Introdução...................................................................................................................04
História da Gestão da Qualidade...............................................................................05
As Eras da Qualidade.................................................................................................08
Algumas definições de Qualidade..............................................................................09
Elementos da Gestão da Qualidade...........................................................................11
Custos da Gestão da Qualidade................................................................................12
Garantias e Normas na Gestão da Qualidade...........................................................14
Conclusão...................................................................................................................15
Referências Bibliográficas..........................................................................................16
INTRODUÇÃO
A qualidade é hoje a palavra-chave mais difundida dentro das empresas. Ao mesmo tempo existe muito pouco entendimento sobre o que é qualidade. Os próprios teóricos da área reconhecem a dificuldade de se definir, precisamente, o que seja o atributo qualidade de um produto. Esta dificuldade existe principalmente porque a qualidade pode assumir diferentes significados para diferentes pessoas e situações, dependendo se quem a observa é um consumidor, um produtor ou ainda um órgão governamental.
Dentro de uma organização, a qualidade também assume diferentes significados para cada um dos setores da empresa, seja Marketing, Produção, Assistência técnica, Projetos, etc. Além disso, a palavra qualidade tem assumido diferentes significados ao longo do tempo, principalmente, para bens de consumo, em função das conveniências e estratégias de mercado das empresas. Para Buarque de Holanda a qualidade seria uma propriedade inerente à pessoa e ao próprio produto.
O propósito deste trabalho é apresentar sobre a Gestão da Qualidade, seus elementos, sua história, algumas de suas definições, custos e suas garantias e normas. Ademais, uma visão da qualidade mais ampla, não voltada somente a um setor.
HISTÓRIA DA GESTÃO DA QUALIDADE
Para se entender o conceito de Gestão da Qualidade, é necessário conhecer sua história para que seja possível interpretar esse conceito e sua evolução à luz do ambiente produtivo vigente na época.
Começando pelos artesões, especialistas que detinham o domínio completo do ciclo de produção, desde a concepção do produto até o pós-venda, estes tinham uma determinada proximidade com seus clientes, ou seja, um contato direto. Tal contato era a forma de obter informações sobre os requerimentos de sues consumidores e uma reputação de qualidade, comunicada oralmente por seus clientes satisfeitos.
Desta forma o artesão utilizava-se do atendimento às necessidades do comprador, uma abordagem da qualidade bastante moderna. Entretanto, conceitos importantes para a área de qualidade moderna, como o de confiabilidade, conformidade, metrologia, tolerância e especificação, ainda eram embrionários. Além disso, o foco de controle de qualidade era o produto final, não o processo em si. Este modo de produção resultava em produtos únicos, pois não havia uma padronização da produção de uma mesma mercadoria.
Inicia-se então a Revolução Industrial, trazendo uma nova ordem produtiva, em que a customização foi substituída pela padronização e a produção em larga escala. Houve a alienação do trabalhador com a fragmentação do trabalho, estes possuíam domínio apenas de uma pequena fração da produção. Surge a função do inspetor, responsável pela verificação da qualidade das mercadorias.
Priorizou-se, ao invés da necessidade do cliente, a demanda, investindo em capacidade e tornando o produto acessível à classe trabalhadora. Ademais há o desenvolvimento de áreas como a metrologia, sistema de medidas e especificações, para garantir a intercambialidade das peças do produto e, portanto, sua produção em massa.
Um pouco depois, especificamente em 1924, o conceito de controle de qualidade deu um novo salto. Walter A. Shewhart cria os gráficos de controle, através da fusão de conceitos de estatística à realidade produtiva da empresa de telefonia Bell Telephone Laboratories. Ainda, Shewhart propôs o ciclo PDCA (plan-do-check-act), que direcionaria as atividades de análise e solução de problema.
O período pós-guerra foi um grande marco na Gestão da Qualidade. Nos Estados Unidos, a área de qualidade se consolidou. Em 1945, surgiu a primeira associação de profissionais da área de qualidade – a Society of Quality Enginers. Posteriormente, foi fundada em 1946 a American Society for Quality Control (ASQC), atualmente American Society for Quality(ASQ), com a participação de importantes nomes da área de qualidade, como Joseph M. Juran, que é membro fundador. Pouco depois, em 1950, também seria criada a associação japonesa de cientistas e engenheiros, a JUSE (Japan Union of Scientists and Engineers), com papel importante na área de qualidade. Nesta década que as primeiras associações da área de qualidade e seu impacto nos custos foram tecidas e foi proposta a primeira abordagem sistêmica.
O modelo japonês, Company Wide Quality Control – CWQC, que foi traduzido no Brasil como Controle de Qualidade por toda a Empresa ou Controle da Qualidade Amplo Empresarial, traria vários elementos novos à Gestão da Qualidade, que seriam associados àqueles já presentes no modelo ocidental (TQC). Uma forte influência nesse novo modelo foi Taiichi Ohno, um dos grandes idealizadores do modelo Toyota de produção, influenciou a qualidade por sua aversão ao desperdício. Em sua luta contra o desperdício, um dos alvos foi a eliminação da inspeção e, para tal, precisou devolver aos trabalhadores a responsabilidade pela qualidade do que produziam, para que pudessem interromper a produção assim que uma não conformidade ocorresse no sistema, intervindo em tempo real e evitando a produção de peças defeituosas. Além disso, Ohno reservava um horário periodicamente para que os trabalhadores, em equipes, discutissem melhorias no processo. O conceito de melhoria continua era fundamental no modelo japonês, ou melhor, na busca da perfeição. Outro elemento importante nesse modelo era o sistema de parcerias e alianças com fornecedores. A seleção e o desenvolvimento dos fornecedores já eram um fator critico para o sucesso das empresas japonesas, em que as redes de fornecimento apresentavam padrões de colaboração e parceria muito diferenciadas, com o conceito de qualidade assegurada.
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