CRIAÇÃO DE TILÁPIAS MELHORIA DE PROCESSO

CRIAÇÃO DE TILAPIAS

MELHORIA DE PROCESSO

Carolina Bittencourt ^[1]

Willian Camilo ^[2]

Renato Thomaz ^[3]

1 Resumo: A pouco menos de 30 anos o cultivo de tilapias em cativeiro começou a surgir no brasil, os primeiros vestígios de criação de tilapia, de forma racional, foi no Paraná, posteriormente a criação se estendeu para outros estados, como: Santa Catarina, São Paulo, Bahia, entre outros.  A tilapia possui grande área de comercialização podendo ser aproveitada por completo, desde sua carne (filé) até seu coro e vísceras. O presente artigo trata do estudo do cultivo de tilapias na região da ANREC, e para tal, foi realizado estudos com produtor do ramo, analisando os diversos fatores que influenciam diretamente e indiretamente ao processo, afim de levantar dados suficientes para elaborar um plano de melhoria para a propriedade visitada. O plano de melhoria visa dois víeis interessantes e interligados. O primeiro é o aumento da produtividade através de melhores práticas de criação e a segundo é intensificar os lucros da propriedade aproveitando as vísceras para entregar ao produtor final, fabricas de ração, a farinha de peixe, ou seja, beneficiar as vísceras que atualmente são dadas a fabricas de ração.

Palavras-chave: TILAPIA. PRODUTIVIDADE. CUSTOS

2 Introdução

O cultivo de tilápias em cativeiro remonta à Idade Antiga. Há registros históricos de cultivo destes peixes em tanques para posterior consumo pelos egípcios dois mil anos antes de Cristo. No entanto, o crescimento da atividade intensificou-se somente no século XX.  (SUSSEL, 2010)

A tilapicultura firmou-se como atividade empresarial a partir da década de 1980, quando surgiram os empreendimentos pioneiros.  O Paraná foi o primeiro estado brasileiro a organizar de forma racional a atividade, inclusive com a implantação de frigoríficos especializados em beneficiamento de tilápia. Na década de 1990 surgiram as primeiras pesquisas de manejo e as rações experimentaram sensível evolução, atendendo às especificidades da espécie. Foram montadas também estruturas de beneficiamento do peixe, o que contribuiu para a sua melhor conservação e apresentação, alcançando mercados antes impossíveis para os produtores locais que se limitavam a vendê-lo fresco. Neste período, outros estados passaram a adotar o cultivo, como foi o caso de Santa Catarina, São Paulo, Bahia, Alagoas e Sergipe. (SUSSEL, 2010)

Estima-se que no período de 1996 a 2005, a produção de tilápias no Brasil cresceu em média 23% ao ano. ( EMBRAPA, 2006) Entre 2005 e 2015, a produção do peixe mais cultivado no Brasil, deu um salto de 223% com a modernização e a intensificação da produção tanto em tanques-rede em reservatórios como nos viveiros escavados. (IBMA, 2007)

  A tilapia tem uma grande área de comercialização além do filé, podem ser comercializados outros produtos de tilápia como hambúrgueres, nuggets, empanados, espetinhos, petiscos, sashimi e farinha de tilápia. Do seu couro podem ser feitos diversos acessórios como bolsas, sapatos e cintos. Algumas cadeias de supermercado passaram a comercializar o peixe (inclusive alguns estabelecimentos com ele ainda vivo), o que revela a sua aceitação pelo consumidor brasileiro. Já é possível encontrá-la disputando a preferência do consumidor em barracas de praia, juntamente com os tradicionais peixes de água salgada. Nos bairros, pode ser consumida em restaurantes especializados como ingrediente principal de pratos sofisticados. ( EMBRAPA, 2006)

Para estudar o cultivo de tilapias na região sul de Santa Catarina, mais precisamente na região da Anrec, será feito um estudo com um produtor e empreendedor na área de psicultura. O objetivo deste estudo é realizar a análise do processo de criação de tilapias, vendo as formas de manejo, e as melhorias necessárias que podem ser aplicadas a este processo, visando aumentar sua produção e realizar melhorias em seu processo produtivo. Para realização deste objetivo se torna necessário:

• Pesquisa bibliográfica sobre o assunto;
• Visita ao produtor rural;
• Analise dos resultados;
• Apresentação de melhorias;

3 Fundamentação teórica

No Brasil, a criação de tilápias é o movimento mais importante da revolução azul. A Revolução azul é o nome que se deu ao crescimento da produção de pescados.  A liderança na produção já foi ocupada por vários estados, e atualmente está no Nordeste. O mais importante, porém, é que em nenhuma região a produção encolheu. Novas áreas de cultivo, com novas tecnologias, fizeram com que outras regiões passassem a produzir mais. (EMBRAPA, 2006)

O fato de poder ser desenvolvida em paralelo com a agricultura, com aproveitamento de terras inadequadas para o cultivo, desde que conte com uma fonte de água compatível, torna a piscicultura uma atividade interessante para o pequeno e médio produtor rural por complementar-lhe a renda e proporcionar-lhe uma alimentação sadia. Por se tratar de um peixe tropical, as águas quentes do Nordeste são ideais para a sua reprodução e desenvolvimento, pois a espécie é resistente a ambientes com baixo teor de oxigênio. (MOREIRA, 2008)

De acordo com Nogueira (2008), são vários os motivos que justificam a preferência dos produtores pela tilápia, entre os quais destacam-se:

• Fácil adaptação às diversas condições de cultivo nas diferentes regiões do País;
• Ciclo de engorda relativamente curto (seis meses em média);
• Aceitação de uma ampla variedade de alimentos;
• São resistentes a doenças, altas densidades de povoamento e baixo teor de oxigênio dissolvido;
• Desova durante todo o ano;
• Possui carne saborosa e saudável, com baixo teor de gordura (0,9g por 100g de carne);
• Possui baixo nível de calorias (172 kcal por 100g de carne);
• Não possui espinhas em forma de “Y”;

O rendimento do filé chega a 37% em peixes com peso médio de 600 gramas

3.1 Fatores externos que influenciam na produção

Um dos fatores, segundo Santos (2010) são os altos preços cobrados pelos fornecedores de ração, o que encarece os custos de produção, sendo que corresponde a 80% do custo de produção total. Uma alternativa seria a compra de insumo em maior quantidade dos fornecedores, favorecendo a estratégia de planejamento e gestão da produção.