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Desigualdades de gênero e raça no mercado de trabalho

Por:   •  3/7/2017  •  Trabalho acadêmico  •  4.422 Palavras (18 Páginas)  •  292 Visualizações

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA[pic 1]

CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE

GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

Trabalho Prático: Introdução e Metodologia

“A RELAÇÃO ENTRE DESIGUALDADE DE GÊNERO E RAÇA E RENDIMENTO MÉDIO”

Trabalho apresentado para disciplina CCO 350 – Métodos Quantitativos em Administração Ciências Contábeis, ministrado pela Professora Fernanda Maria de Almeida.

Aluno: Arthur Brandão Albuquerque

Matricula: ES 84842

Viçosa – MG

2017

  1. INTRODUÇÃO

O mercado de trabalho no Brasil é caracterizado por significativas e persistentes desigualdades de gênero e raça. Nesse contexto, Abramo (2006) ressalta a importância dos processos de formulação, implementação e avaliação das políticas públicas em geral, e, em particular, das políticas de emprego, inclusão social e redução da pobreza.

Quadros (2004, p. XX) complementa que

num quadro global de gravíssimas desigualdades sociais, já amplamente reconhecidos, evidencia-se uma nítida hierarquia que tem, no topo, os homens brancos (não negros) e que vai descendo para as mulheres brancas, homens negros (e pardos) e mulheres negras.

Para Abramo (2016), as várias formas de discriminação estão relacionadas às manifestações de exclusão social que originam e reproduzem a pobreza, criando barreiras extras para que pessoas e grupos discriminados possam vencer a pobreza e ter acesso a um trabalho digno.

Já Cacciamali e Hirata (2005) destacam que - as desigualdades entre brancos e negros remetem ao legado escravocrata que ainda interpõe as relações sociais no Brasil, ou seja, a população preta e parda marginalizada e - vítima de discriminação. Já as desigualdades entre homens e mulheres, segundo os mesmos autores, deve a cultura patriarcal, que atribuiu ao sexo feminino a responsabilidade sobre os aspectos familiar, domiciliar e reprodutivo. Com isso, houve um menor envolvimento e a descontinuidade das mulheres no exercício do trabalho. Desta forma, ocasionou-se em menores oportunidades de ascensão e em menores salários para o sexo feminino.

Cacciamali e Hirata (2005, p.XX) acrescentam que

a existência de valores arraigados, numa dada sociedade, que levem à discriminação por raça e/ou gênero, significa que essas características exercem influência no mercado de trabalho, tanto na admissão em um determinado tipo ou relação de emprego quanto na definição de sua remuneração.

O estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), ONU Mulheres, Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) e Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), resultou a 4ª edição do Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, no qual apontou o rendimento médio do homem branco era R$ 1.491,00, da mulher branca de R$ 957,00, do homem negro de R$833,50 e da mulher negra de R$ 544,40 no ano de 2009.

Com o propósito de compreender melhor esse cenário de desigualdade, o presente trabalho considerou três aspectos que podem influenciar no rendimento de cada grupo: o grau de escolaridade, que é um fator diretamente relacionado à disponibilidade de recursos financeiros; a taxa de desocupação, por destacar a população mais fragilizada e desfavorecida; e o Produto Interno Bruto (PIB) do país e de suas respectivas regiões, que mede a atividade econômica e o nível de riqueza de uma região.

Deste modo, o problema do presente trabalho é a existência de uma diferença na renda média populacional se comparado indivíduos segundo as suas etnias e gêneros. Portanto, o objetivo foi analisar as diferenças dos rendimentos pessoais associados à raça e gênero, no Brasil e nas cinco regiões (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul) no período de 1995 a 2011.

Nesse sentido, este trabalho tem como finalidade gerar dados para demonstrar as desigualdades de gênero e raça que configura o mercado de trabalho brasileiro. Dessa maneira, ao se desenvolver o conhecimento sobre algum problema social, representado pela posição desigual de mulheres e negros no mercado de trabalho, vê-se a necessidade de políticas efetivas para superação dessa disparidade.

  1. METODOLOGIA

Cervo, Bervian e Silva (2007) destacam que - a pesquisa é uma atividade para a investigação de problemas teóricos ou práticos por meio do emprego de processos científicos. Strauss & Corbin (1998) complementam que - o método de pesquisa é o processo de coleta e análise dos dados. Assim, é necessário a definir inicialmente o problema para a realização da pesquisa.  Nesse contexto, o problema do presente trabalho é a existência de uma diferença na renda média populacional se comparado os indivíduos segundo suas etnias e gêneros.

A pesquisa quantitativa utiliza “instrumentos específicos, capazes de estabelecer relações e causas, levando em conta as quantidades” (GIL, 2002, p.68).  Portanto, este trabalho pode ser classificado como quantitativo, pois a partir de uma base de dados será aplicado um modelo de regressão linear múltipla para comparar os rendimentos médios entre homens e mulheres, brancos e pretos; bem como verificar a influência de algumas variáveis sobre o objeto analisado.

A coleta de dados foi realizada nas tabelas do Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça disponibilizadas pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), com o intuito de apresentar as estatísticas descritivas que possam compor um retrato atual da situação de brasileiros e brasileiras sob a perspectiva das desigualdades de gênero e raça. Além disso, como variáveis explicativas foram escolhidas a escolaridade (E), a taxa de desocupação (TD) e o Produto Interno Bruto (PIB).

Dessa forma, como o problema envolve mais de uma variável deve-se utilizar o modelo de regressão linear múltipla que permite trabalhar com um número maior de variáveis explicativas simultaneamente.

Corrar, Theóphilo e Bergmann (2010) sugerem que, a princípio, se considere a situação de existência de uma relação linear entre cada uma das variáveis explicativas e a variável independente. Assim, para as três variáveis explicativas e i observações, o Modelo de Regressão Linear Múltipla (RLM) é expresso pela seguinte equação:

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