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ESTUDOS CASO COMPORTAMENTO CONSUMIDOR

Por:   •  5/10/2015  •  Projeto de pesquisa  •  2.463 Palavras (10 Páginas)  •  1.249 Visualizações

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A Cara Brasileira

        Em 2000, o Brasil completou 500 anos de história. Uma exposição, com centenas de obras de arte brasileiras, percorreu, logo depois, diversos países do mundo, expondo o talento e a diversidade do povo brasileiro. No mesmo ano, o Censo do IBG publicava o maior levantamento estatístico da população brasileira já realizado. Esse momento histórico provocou uma profunda reflexão do povo, aproveitou a data para se olhar no espelho.

        Com 169.799.170 habitantes (Censo 2000), o Brasil possui uma cultura rica em diversidade, sendo um dos países mundiais com maior índice de miscigenação populacional. O negro, de origem africana, o branco, proveniente da Europa, e os indígenas, aborígines nativos do continente, formaram a base da população brasileira, cuja principal característica étnica é a mistura entre diferentes povos. O abrasileiramento fez com que os hábitos de certa etnia fossem incorporados no descendente miscigenado, como os pratos de origem africana, trazidos pelos escravos negros, que influenciaram a comida baiana, compondo os requintados cardápios de hoje: acarajé, moqueca de peixe e de camarão, abaré, bobó de camarão, etc.

        Conhecido internacionalmente como um povo aberto, alegre e criativo, o brasileiro é visto também invariavelmente como portador de pouca cultura, certa malandragem e uma boa dose de derrotismo. Seu folclore é limitado usualmente ao futebol, ao samba, às mulatas e ao Carnaval. Seus produtos mais lembrados resumem-se ao café, às frutas, ao açúcar e à cachaça. A violência nas ruas, as crianças abandonadas e a corrupção nacional freqüentam costumeiramente as manchetes nos jornais internacionais. Embora nos últimos anos a imagem do país inclua novidades como a redemocratização, um governo de esquerda, a exportação de jatos comerciais, automóveis e top models, muitos estrangeiros ainda se perguntam “Quem é o Brasil? “ Mesmo aqui, muitos cidadãos procuram entender melhor qual é a cara do brasileiro.

        Uma pesquisa realizada pelo Sebrae em 2002 revelou os aspectos mais importantes da cultura e do povo brasileiro. Sugerida pelo professor italiano Domenico de Mais, que atuou como consultor, e desenvolvida por inúmeros especialistas, como o antropólogo Roberto da Mata e o economista Luciano Coutinho, a pesquisa “A cara brasileira”destacou os seguintes pontos fortes e fracos do brasileiro:

Pontos Fortes

- pluralismo racional e cultural;

- elementos culturais provenientes de tradições e experiências de vida autenticamente populares;

- alegria e otimismo;

- características pluralistas e sincréticas da cultura;

- ênfase nos relacionamentos pessoais;

- hospitalidade e cordialidade;

- criatividade.

Pontos Fracos

- falta de auto-estima, valorização apenas do que vem de fora, resultante da pobreza cultural;

- falta de confiança nas autoridades e no governo, que se reflete na desconfiança geral em relação às empresas públicas;

- certo desprezo pelas questões técnicas;

- idéia da astúcia como ingrediente necessário para tirar proveito de tudo, inclusive em detrimento dos mais humildes;

- escassa divulgação do trabalho cultural do brasileiro em todos os setores;

- personalismo arrogante, que se coloca acima da lei;

- convicção de que todos ludibriam com o objetivo de ganhar sempre mais;

- ignorância como profissão de fé – “Se eu consegui ganhar dinheiro sem ler um livro, então...”

- desonestidade em nome da família e dos amigos;

- falta de compromisso em relação aos acordos firmados.

        Outros pontos levantados pela pesquisa indicaram que o brasileiro não valoriza o produto nacional, que o turismo brasileiro representa um excelente nicho de mercado a ser explorado (pelas riquezas naturais e pelo “estilo brasileiro de receber”) e que a microempresa brasileira exporta muito pouco (2% em média, enquanto na Itália, por exemplo, o índice é de 82%).

(Fonte: Marcos Cobra. Administração de Marketing no Brasil. São Paulo: Cobra Editora & Marketing, 2003)

Questões para Discussão

  1. Como você caracterizaria a cultura brasileira em um comercial para ser exibido no exterior?
  2. Com base nos principais traços de “A cara Brasileira”, avalie que aspectos positivos deveríamos valorizar cada vez mais em nossa cultura e que aspectos negativos deveríamos eliminar urgentemente. Justifique.
  3. Caso você fosse criar uma campanha publicitária para transformar esses valores, que elementos utilizaria em sua mensagem para obter um resultado eficaz?  

ESTUDO DE CASO – Rosa Chá: O Brasil Faz Moda no Exterior

        A mulher brasileira sempre foi sinônimo de beleza, simpatia e extroversão no mundo inteiro. E o Brasil, um país tropical, terra de samba, carnaval e futebol, sempre foi referência de cores, praia e natureza. Com base nessa percepção dos consumidores globais, a confecção de moda de praia Rosa Chá se tornou uma das maiores empresas exportadoras do país.

        Com uma ampla linha de biquínis e maiôs, repletos de estampas tropicais e desenhos de vanguarda, a grife é hoje conhecida nos Estados Unidos e na Europa como exemplo da criatividade tupiniquim. Desde o final dos anos 80 fazendo sucesso nas diversas praias do extenso litoral brasileiro, as roupas de praia coloridas da Rosa Chá passaram também a ocupar as prateleiras de lojas reputadas como a Saks Fifth Avenue, de Nova York, e a Harvey Nichols, de Londres, a partir do final dos anos 90. Clientes famosas como Madonna, Britney Spears e Naomi Campbell são algumas das seletas privilegiadas que desfilam com a etiqueta, cujos produtos são direcionados para o boldo de poucos. Posicionada como uma grife que se diferencia pela inovação e pela exclusividade, algumas de suas peças chegam a custar mais de 200 reais. Isso não é motivo para, todavia, seus modelos esquentarem as araras das 23 lojas da marca – entre próprias e franqueadas – e dos quase 400 pontos multimarcas no país, sem contar 122 outros endereços no exterior, conforme apurou a reportagem da revista Empresas & Negócios.

        Criada no tradicional bairro das confecções em São Paulo, o Bom Retiro, por Amir Slama, caea nova coleção da Rosa Chá é lançada em eventos badalados da moda, como o São Paulo Fashion Week e a Semana de Moda de Nova York. Amir Slama, formado em história, se confessa um apaixonado pelo estudo do comportamento humano e costuma freqüentar a praia, o palco de seus negócios, por obrigação profissional. Segundo o empresário, o conceito da marca foi construído a partir de muita pesquisa de comportamento. “Nosso segredo foi não desviar os olhos da proposta de criar um conceito de moda verão baseado no comportamento feminino”, declarou Slama.

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