Empreendedorismo na Gestão Pública
Por: leventura • 26/5/2016 • Resenha • 1.946 Palavras (8 Páginas) • 603 Visualizações
UNILAGO - ADMINISTRAÇÃO – Empreendedorismo – 3.º A - Noturno
4 – EMPREENDEDORISMO na GESTÃO PÚBLICA
OBJETIVOS
- Refletir sobre o papel da Gestão Pública no fomento ao empreendedorismo e sustentabilidade das comunidades e regiões;
- Prever possibilidades de intervenção no mercado de negócios, criando capacidade de modificação da realidade.
INTRODUÇÃO
O desenvolvimento sustentável de regiões é tema atual em todos os países, quer sejam do primeiro quer sejam do terceiro mundo.
Vamos orientar as reflexões em torno de uma pergunta que merece um esforço conjunto de toda a sociedade para ser respondida:
- Por que algumas regiões são mais prósperas que outras?
- Por que cidades inteiras declinam (entram em falência)?
- O que faz com que existam regiões mais empreendedoras que outras?
1. Ponto de partida: a realidade local
Sabemos que um dos fatores que contribuem para o desenvolvimento de uma postura empreendedora é o sóciocultural, ou seja, famílias e regiões que possuem tradição em serem empreendedoras contribuem e influenciam seus jovens a desenvolver as características empreendedoras.
Os fatores históricos contribuem muito para a forma como uma cidade ou região se organiza para lidar com a geração de negócios e o atendimento às necessidades da população. A forma como a cidade foi fundada, o perfil de seus fundadores, a cultura local, a topografia, seus recursos naturais e outros fatores também influenciam na maneira como a população resolve seus problemas locais e se desenvolve. As soluções encontradas para lidar com o conjunto das vantagens/oportunidades e das carências/vulnerabilidades destacam as regiões mais empreendedoras das demais.
O estilo da gestão pública da região é outro fator preponderante no estabelecimento de culturas empreendedoras. O perfil dos representantes eleitos (tanto do poder executivo – prefeitos, governadores e presidente – quanto do legislativo – vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores), a forma como a população os escolhe, a característica do discurso que “ganha eleições” nas regiões, entre outros, demonstram quais são as preocupações mais valorizadas pela população. Além disso, o quadro composto pelos gestores públicos de carreira (antigos funcionários públicos) também contribui enormemente para criar e manter programas de desenvolvimento local, efetivamente alinhados com as reais necessidades de crescimento da região.
André Carvalho, em seu livro O Jeito Empreendedor de Governar, apresenta cinco estudos de casos que relatam ações e experiências de prefeitos que ganharam o prêmio “O Prefeito Empreendedor”, promovido pelo SEBRAE. Uma característica marcante em todos os relatos apresentados é que os gestores públicos de sucesso conhecem profundamente a realidade local - os anseios, as principais aspirações da população e os recursos que a região pode oferecer – e organizam seus programas e políticas com base nessa realidade.
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Outra característica marcante do texto dos “prefeitos empreendedores” é que eles trabalham com o firme propósito de melhorar a qualidade de vida da população e de contribuir, efetivamente, para o desenvolvimento da região. Está diretamente vinculada ao envolvimento pessoal e profissional do gestor público. Contudo, deve-se enfatizar que as políticas públicas são fruto das ações de todos os agentes envolvidos, ou seja, além dos prefeitos e governadores, seus colaboradores e a população em geral.
Alem disso, percebe-se outra característica comum aos prefeitos empreendedores: a de pesquisar, estudar, conhecer profundamente a vocação local (o tipo de indústria local), aprofundar-se no estudo desse mercado e conhecer as tendências mundiais na gestão da coisa pública. Esse perfil fornece ao gestor público subsídios para o diálogo com os agentes econômicos e sociais e aprimora sua capacidade de elaborar políticas e programas focados no efetivo fomento da região.
2. Sustentabilidade
O quadro abaixo apresenta definições de sustentabilidade e desenvolvimento sustentável:
CRESCIMENTO
É o processo que assegura a expansão de estruturas e/ou de funções (em organismos, em instituições, em uma área do saber, [...]) e que, embora seja complementar ao processo de desenvolvimento, desse se distingue por seu caráter fundamentalmente quantitativo. Assim é que é possível a ocorrência de crescimento, sem que se registrem indicadores de desenvolvimento.
DESENVOLVIMENTO
É o processo que, sendo inicialmente concomitante à fase de crescimento (em um organismo, em uma instituição, [...]), mesmo após haver cessado de crescer, se caracteriza por: (a) capacidade permanente de articulações seletivas por meio de adaptações e adequações em relação aos meios (interno e externo) que lhe são pertinentes; (b) apresentar capacidade gradativa de sustentabilidade; e (c) ser capaz de favorecer o desenvolvimento do contexto em que está inserido, por meio de dinâmicas sinérgicas.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
É o processo político-participativo que integra as sustentabilidades econômica, ambiental e cultural, coletivas e individuais, tendo em vista o alcance e a manutenção da qualidade de vida, seja nos momentos de disponibilização de recursos, seja nos períodos de escassez, tendo como perspectivas a cooperação e a solidariedade entre os povos e as gerações.
ECODESENVOLVIMENTO
Define-se como um processo criativo de transformação do meio com a ajuda de técnicas ecologicamente prudentes, concebidas em razão das potencialidades deste meio, impedindo o desperdício inconsiderado dos recursos, e cuidando para que estes sejam empregados na satisfação das necessidades de todos os membros da sociedade, dada a diversidade dos meios naturais e dos contextos culturais. As estratégias serão múltiplas e só poderão ser concebidas a partir de um espaço endógeno das populações consideradas (FEEMA, 1990).
SUSTENTABILIDADE
É a propriedade de um processo que, além de continuar existindo no tempo, revela-se capaz de: (a) manter padrão positivo de qualidade; (b) apresentar, no menor espaço de tempo possível, autonomia de manutenção (contar com suas próprias forças); (c) pertencer simbioticamente a uma rede de coadjuvantes também sustentáveis; e (d) promover a dissipação de estratégias e resultados, em detrimento de qualquer tipo de concentração e/ou centralidade, tendo em vista a harmonia das relações sociedade-natureza.”
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