Escola do Mapeamento Cognitivo
Por: ragewrs • 2/6/2015 • Pesquisas Acadêmicas • 1.664 Palavras (7 Páginas) • 227 Visualizações
ESCOLA COGNITIVA
Na literatura, existem diferentes abordagens de planejamento estratégico e também diferentes
classificações das mesmas.
Mintzberg (1994) aborda e classifica o planejamento estratégico em dez escolas de formação. As
três primeiras escolas, de planejamento, projeto e posição (a escola de Porter), são de caráter prescritivo, correspondendo à abordagem clássica ou racionalista. Segundo o autor, essas escolas definem o planejamento estratégico como um procedimento formalizado para produzir um resultado articulado, na forma de um sistema integrado de decisão.
As outras sete escolas de construção de estratégias, empresarial, cognitiva, aprendizagem, política, cultural, ambiental e a configuracional são de caráter descritivo. Também de acordo com o autor, essas escolas assumem este caráter descritivo por estarem menos preocupadas em prescrever como as estratégias deveriam ser formuladas (como fazem as escolas prescritivas) e mais com a maneira com que elas de fato se formam.
A diferença entre elas é o tipo de processo que cada uma associa à formação de estratégias: processo mental (cognitiva), emergente (aprendizagem), de jogo de poderes (política), ideológico (cultural), passivo (ambiental) e episódico (configuracinal).
Mesmo que tentativamente, pode-se considerar que o mapeamento cognitivo assume características de duas dessas escolas: a cognitiva e a de aprendizagem. Da cognição porque esta escola busca entrar na mente do estrategista para extrair dela as estratégias, uma vez que o mesmo vê a estratégia como uma percepção ou conceito que se forma na mente do indivíduo, de acordo com a complexidade da realidade em que se encontra e a capacidade limitada do ser humano em lidar com tal complexidade.
Por outro lado, o mapeamento pode ser visto como um mediador de um processo de aprendizagem. Ele faz o indivíduo pensar para agir e pensar frente as ações já tomadas, na medida que explora exaustivamente o seu pensamento frente a situação sob análise.
COGNIÇÃO COMO PROCESSAMENTO DE INFORMAÇÕES
Para compreender a visão estratégica e também de como as estratégias se formam sob outras circunstâncias, precisamos sondar a mente do estrategista. Este é o trabalho da escola cognitiva: chegar ao que este processo significa na esfera da cognição humana, utilizando em especial o campo da psicologia cognitiva.
Geralmente, altos executivos dispõem de tempo limitado para supervisionar vastos números de atividades. Por isso, grande parte das informações que recebem deve estar agregada, o que pode acumular distorções sobre distorções. Não é de se admirar que tantos altos gerentes se tornem prisioneiros de suas organizações de processamento de informações. O processamento de informações começa com atenção, prossegue com codificação, passa para armazenagem e recuperação, culmina na escolha e conclui pela avaliação de resultados.
Um pré-requisito essencial para a cognição estratégica é a existência de estruturas mentais para organizar o conhecimento. O mapa é um rótulo atualmente muito usado, onde o estrategista navega através de terreno confuso com algum tipo de modelo representativo. Com o mapa na mão, não importa o quanto ele seja grosseiro, as pessoas podem codificar aquilo que vêem.
Os responsáveis pela decisão têm certas expectativas associadas a um determinado esquema. Aquilo que eles vêem acrescenta detalhes a essas expectativas e produz novas perguntas. Qual a evolução provável dos preços? As pessoas irão recorrer à eletricidade para aquecer suas casas? Observe que essas perguntas podem emergir quase que automaticamente do esquema. Isto é que os torna eficientes do ponto de vista de processamento das informações.
Todos os executivos experimentados carregam em suas mentes todos os tipos desses mapas causais ou modelos mentais, como eles são às vezes chamados. E seu impacto sobre o comportamento pode ser profundo.
MAPEAMENTO COGNITIVO
O mapeamento cognitivo se volta muito mais para a estruturação de problemas do que para a sua resolução propriamente dita. Centra-se, neste sentido, nos indivíduos envolvidos com a situação sob análise, nas suas percepções sobre a mesma, para a partir disto, através da participação destes indivíduos em um processo interativo efetivo, buscar identificar, estruturar e analisar a situação problemática (Araújo
Filho, 1995).
No entanto, tem como característica particular o fato de ter como foco a representação/modelagem dessas percepções, fundamentando-se para tal na Teoria de constructos Pessoais de Kelly (1955), da área de psicologia (Eden, et al., 1979, 1983). Kelly (1955) apud. Pidd (1996) advoga que as pessoas estão continuamente se esforçando para tomar consciência à respeito do mundo a sua volta, ou seja, elas atribuem significados a eventos e experiências. Ao fazer isso, buscam antecipar as conseqüências que poderão desdobrar-se daquilo que estão experienciando e preparar-se para agir frente as mesmas para obter o que desejam.
Para dar significado aos eventos e experiências, as pessoas se utilizam de seus sistemas de constructos, ou seja, idéias, informações particulares a cada indivíduo que são dispostos em nosso
pensamento de uma forma hierárquica de modo que alguns deles são superiores a outros formando um
sistema.
Segundo Kelly (1955) apud. Pidd (1996), o sistema de constructos de cada pessoa se relaciona
diretamente com as escolhas que faz, de como agir frente aos acontecimentos. Portanto, os constructos
pessoais são uma forma de entender como cada um experiencia o mundo e se comporta frente aos
acontecimentos.
Neste sentido, o mapeamento cognitivo pode ser visto como uma tentativa de isolar e representar os constructos de uma pessoa e dispô-los de uma maneira hierarquizada. Desta forma, um mapa tem a
forma de uma rede de frases (de 10 ou 12 palavras) ligadas entre si por meio de arcos direcionados, na
qual cada frase captura e reflete diretamente a maneira como um indivíduo expressa uma idéia ou
constructo (Cropper, 1997) sendo que estes podem refletir metas, objetivos, explicações,
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