Globalização e suas consequências
Por: Le_019 • 25/5/2015 • Trabalho acadêmico • 3.635 Palavras (15 Páginas) • 157 Visualizações
GLOBALIZAÇÃO E SUAS CONSEQUENCIAS
SÃO PAULO, 2014
A GLOBALIZAÇÃO E SUAS CONSEQUENCIAS
Trabalho apresentado como requisito parcial para obtenção de aprovação na disciplina Ciências Sociais, no curso de Administração.
São Paulo, 2014
“Se quiser por à prova o caráter de um homem, dê lhe poder”.
Abraham Lincoln
RESUMO
O presente trabalho faz uma abordagem crítica sobre a globalização e o desemprego estrutural como impacto social causado por esse fenômeno.
O estudo aborda o processo de globalização, com enfoque no mercado de trabalho, desemprego, em decorrência de oportunidades geradas pela difusão de novas tecnologias de informação. Atualmente, acontecem mudanças profundas no campo de trabalho, provocadas pela revolução da microeletrônica, da automação e da robótica. Baseado nessas considerações buscou-se entender a relação entre a globalização e o desemprego estrutural.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
A globalização é um processo econômico e social que estabelece uma integração entre os países e as pessoas do mundo todo. Através deste processo, as pessoas, os governos e as empresas trocam ideias, realizam transações financeiras e comerciais e espalham aspectos culturais pelos quatro cantos do planeta. Afeta todos os setores da sociedade, principalmente comunicação, comércio internacional e liberdade de movimentação, com diferente intensidade dependendo do nível de desenvolvimento e integração das nações ao redor do planeta.
Há aspectos tanto positivos quanto negativos na globalização. Ela traz os efeitos de interatividade mundial, de comunicação rápida, troca de culturas, mas mostra uma desestruturação social gritante, ampliando a exclusão, as barreiras de proximidade entre as classes, impedindo a mobilidade, aumentando a concentração de renda, o consumismo, à produção e utilização de máquinas, aumentando a ânsia pela compra sem aumentar o poder de compra do trabalhador, gerando um acúmulo de dívida, fazendo com que o trabalhador procure mais alternativa de trabalho que o desqualifica , pois não se especializa , transformando-se em mão-de-obra não especializada e mais passível de perder seu emprego.
O desemprego é um fenômeno maléfico da globalização, em absoluta expansão que atinge todos os países do mundo. Suas consequências diretas são a desmoralização dos trabalhadores, o desperdício dos meios de produção, o enfraquecimento dos sindicatos e a sobrecarga dos programas de seguridade social.
2 A GLOBALIZAÇÃO
2.1 Conceitos de Globalização
Globalização é um conjunto de transformações na ordem política e econômica mundial, visíveis desde o final do século XX. Trata-se de um fenômeno que criou pontos em comum na vertente econômica, social, cultural e política, e que consequentemente tornou o mundo interligado, uma Aldeia Global. O conceito de Aldeia Global se encaixa neste contexto, pois está relacionado com a criação de uma rede de conexões, que deixam as distâncias cada vez mais curtas, facilitando as relações culturais e econômicas de forma rápida e eficiente. Esse fenômeno, no entanto, não afeta todos os países da mesma forma, nem se manifesta com a mesma velocidade nas várias dimensões da vida coletiva.
Para Ianni (1999, p.11), a globalização do mundo expressa um novo ciclo de expansão do capitalismo, como modo de produção e processo civilizatório de alcance mundial. Um processo de amplas proporções envolvendo nações e nacionalidades, regimes políticos e projetos nacionais, grupos e classes sociais, economia e sociedades, culturas e civilizações. Assinala a emergência da sociedade global, como uma totalidade abrangente, complexa e contraditória. Uma realidade ainda pouco conhecida, desafiando práticos e ideais, formas de pensamento e voos da imaginação.
O cientista político Samuel P. Huntington, ideólogo do neoconservadorismo norte-americano, enxerga a globalização como processo de expansão da cultura ocidental e do sistema capitalista sobre os demais modos de vida e de produção do mundo, que conduziria inevitavelmente a um "choque de civilizações".
Para Malcom Waters(1999), pode definir-se como um processo social através do qual diminuem os constrangimentos geográficos sobre os processos sociais e culturais, e em que os indivíduos se consciencializam cada vez mais dessa redução.
No geral a globalização é vista por alguns cientistas políticos como o movimento sob o qual se constrói o processo de ampliação da hegemonia econômica, política e cultural ocidental sobre as demais nações. Ou ainda que a globalização é a reinvenção do processo expansionista americano no período pós guerra-fria (esta reinvenção tardaria quase 10 anos para ganhar forma) com a imposição (forçosa ou não) dos modelos políticos (democracia), ideológico (liberalismo, hedonismo e individualismo) e econômico (abertura de mercados e livre competição).
2.1 O processo de Globalização
Para entender este novo estágio que atinge o capitalismo no mundo, Octavio Ianni divide o processo histórico capitalista em três momentos:
- Corresponde à sua emergência e instalação na Europa, instaurando o trabalho livre, a mercantilização da produção e a organização do mundo sob a forma de Estados Nacionais. Para isso houve a dissolução de instituições pré-capitalistas de produção e organização territorial. Foi um período de grande acumulação de capital. Nessa fase, o capitalismo já é global, pois, as demais regiões do mundo que fornecem matérias-primas e escravos, permitindo a acumulação de capital.
- O segundo momento equivale à industrialização e a um processo mais efetivo de implantação do capitalismo no mundo, por meio de estreitas relações internacionais de dependência econômica e política que submetem as nações a centros hegemônicos, caracterizando o que ficou conhecido por imperialismo. O capitalismo derrama-se por todo o mundo, abarcando os mais diversos continentes, promovendo um forte processo de centralização com a formação de impérios. A economia entra em um estágio de produção ampliada e se torna altamente planificada. A tecnologia passa a desempenhar um papel cada vez mais importante. Emergência do movimento mais forte de oposição ao capitalismo que foi o comunismo (doutrina social, segundo a qual se pode e deve "restabelecer" o que se chama "estado natural", em que todos teriam o mesmo direito a tudo, mediante a abolição da propriedade privada.), um novo modelo alternativo de produção e organização política. A cultura se globaliza e se homogeneíza com a criação da indústria cultural e da cultura de massa. Há uma grande mobilização populacional provocada pelo êxodo rural e pela emigração que leva multidões a se instalarem de forma definitiva em outros territórios.
- O terceiro é o da própria globalização. Os modelos alternativos ao capitalismo, em especial o mundo comunista, entram em decadência, há um processo de enfraquecimento dos Estados Nacionais, abalando as identidades regionais e os nacionalismos. Formam-se organismos internacionais, para a administração econômica, social e política. E a informática revoluciona a produção de bens e a divisão internacional do trabalho com o advento da comunicação em massa por meio das mídias digitais. O capitalismo entra em sua fase efetivamente planetária, tendo como centro hegemônico os Estados Unidos. A racionalização econômica atinge níveis jamais pensados e as relações internacionais se redefinem.
Atualmente a globalização está em uma etapa de interações avançadas entre os países, o que está evidente nas crises cíclicas do sistema capitalista, que estão alcançando cada vez mais rapidamente as nações mais industrializadas. Outro fato marcante é que os países considerados emergentes estão começando a participar mais ativamente do sistema econômico-financeiro mundial, posto que a inserção desses países, até duas décadas atrás, estava limitada à periferia do capitalismo mundial e ao fornecimento de matérias-primas.
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