Historia e Responsabilidade social o Boticário

A história

Rémond (2003, p. 13) expressa que “A HISTÓRIA, cujo objeto precípuo é observar as mudanças que afetam a sociedade, e que tem por missão propor explicações para elas, não escapa ela própria à mudança.”. (Grifo do autor).

ROSANVALLON, Pierre. Por uma história conceitual do político. Rev. Brasileira de História. São Paulo, vol. 15, nº 30, 1995.

O Boticário foi fundado em Março de 1977, na cidade de Curitiba/Paraná por Miguel Gellert Krigsner, um boliviano formado em química junto com seus colegas de faculdade Eliane Nadalin, Wilhelm Baumeier e José Schweidson Filho.

O projeto surgiu após os amigos fazerem um curso de manipulação artesanal de medicamentos em Porto Alegre, com um capital emprestado por um tio no valor de US$ 3 mil.

A ideia era tornar uma farmácia simples em mais que uma farmácia. Eles queriam que as pessoas se sentissem bem dentro do estabelecimento.  Em vez de um atendimento atrás dos balcões, eles queriam um lugar aconchegante, com sofás, revistas, café para as pessoas que quisessem aguardar a preparação dos medicamentos.

O atendimento era realizado pelos próprios farmacêuticos e proprietários, para passar uma imagem de seriedade, confiança. Foi assim que Miguel começou a produção dos produtos da marca O Boticário. A venda era limitada ao mercado o qual atuava, e foi se ampliando para a área de cosméticos, com uma linha natural própria, de xampu e creme hidratante que servia a todos os tipos de pele, ambos à base de algas marinhas, oferecida aos clientes que visitavam a farmácia. Com a propaganda boca a boca os produtos passaram a ser reconhecidos por sua qualidade e os clientes já iam até a mesma para buscar os produtos. A primeira deo-colonia criada foi a Aqua Fresca em 1978. Foi o grande marco para o Brasil em perfumaria.

A primeira loja aberta no aeroporto Afonso Pena, na região metropolitana de Curitiba, em setembro de 1979, um sucesso. A marca viajou Brasil afora pelas mãos de viajantes e turistas, que passaram a ter contato com produtos de qualidade, em embalagens originais e que podiam ser uma excelente opção de presente. Nesse período, já eram fabricados mais produtos. Foi então que o empresário enxergou a oportunidade de franquear a marca. Na época, essa conceituação de modelo não era muito conhecida. A primeira loja franqueada pelo O Boticário foi inaugurada em Brasília no ano de 1980 e conseguiu formatar a rede e dar um enorme salto que, em 1982, exigiria a inauguração de uma fábrica de grande porte em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, onde 27 funcionários trabalhavam para produzir cerca de 400 mil unidades de produtos por ano. Hoje, a fábrica emprega 1.500 funcionários e tem área construída de 39.000m². 

A partir de então O Boticário só fez crescer. Em 1986, já tinha mais de 500 lojas espalhadas pelo país. No mesmo ano foi inaugura a primeira loja fora do Brasil, mas precisamente em Lisboa, são 70 franquias que se espalham por Portugal atualmente. A empresa enfrentava neste momento um grande desafio, já que o Brasil não era reconhecido como um país de destaque nesta área. Em alguns momentos teve que se reestruturar para enfrentar os desafios para um sólido crescimento.

No final da década de 1989, O Boticário de teve a iniciativa de criar um canal de relacionamento com o cliente. Este teve como objetivo manter um canal direto com os clientes, ouvir suas dúvidas, observações e reclamações. Neste momento os produtos de O Boticário já se vendiam por si. O Boticário cresceu rapidamente nos anos seguintes, com aberturas de novas lojas, com a padronização e aumentou consideravelmente sua linha de produtos. 

No ano de 2002, já existiam mais de 2.100 lojas abertas. Neste mesmo ano O Boticário lançou sua loja virtual na internet. No ano seguinte a expansão das lojas continuou com a inauguração no Uruguai e Estados Unidos. Neste momento O Boticário só fez evoluir, expandiu internacionalmente e criavam novos produtos constantemente. Podemos citar a criação em 2004 do Malbec, primeiro perfume produzido vínico no mundo, processo semelhante ao da fabricação de vinho. Logo no ano seguinte, 2005, a loja inaugurou sua primeira loja na Arábia Saudita, em Riad e um showroom na cidade do Cairo, capital do Egito, berço mundial da perfumaria.

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Em janeiro de 2006, O Boticário recebeu, em Nova Iorque, o prêmio de Varejista Internacional do Ano (The International Retailer of The Year), concedido pela Federação Nacional de Varejo dos Estados Unidos. Neste mesmo ano a marca lançou o Lily Essence, primeiro eau de parfum da empresa, desenvolvido a partir dos óleos essenciais do lírio, em um processo centenário conhecido como enfleurage. Outra grande notícia do ano foi que O BOTICÁRIO se tornou a primeira empresa do Brasil a desenvolver produtos cosméticos com nanotecnologia aplicada. Em 2007 – ano em que a empresa completou 30 anos - foi bastante positivo: implantou um novo padrão de loja, lançou produtos com a participação do consumidor, colocou no mercado seu segundo Eau de Parfum e iniciou um relacionamento mais próximo com o público masculino. No ano seguinte a empresa inaugurou o Laboratório de Biologia Molecular, um dos mais avançados do mundo para estudos dos fenômenos bioquímicos envolvidos no envelhecimento da pele e de ingredientes naturais da biodiversidade brasileira. 
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Em 2010 foi inaugurada a loja de número 3.000 no bairro de Buritis, em Belo Horizonte (MG). Outra conquista alcançada pela marca O Boticário no ano foi a implantação do Programa Bioconsciência em mais de 90% da rede de lojas. O programa estimula o consumidor a devolver as embalagens após o uso. As lojas contam com urnas para depósito dos frascos vazios. A empresa encerrou o ano com um saldo de 402 lançamentos, entre eles, Cherry Collection (edição limitada), uma linha de 25 itens (hidratantes, óleos, sabonetes, fragrâncias, estojos e acessórios) inspirada na combinação pimenta e cereja, tendo como carro-chefe o casal de fragrâncias Egeo Cherry (feminina) e Egeo Hot Pepper (masculina). Além disso, no início de dezembro, inaugurou em sua sede a Universidade Corporativa para formar os colaboradores em temas diretamente relacionados ao negócio e às metas estratégicas da empresa. 
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A linha de produtos 

Kotler (2006) ressalta que nem todos os produtos passam por todos os estágios de ciclo de vida. Isso ocorre, pois alguns produtos morrem antes de chegar à maturidade ou até mesmo no primeiro estágio por erros de estratégia ou posicionamento de mercado. Assim, o lançamento constante de novos produtos é uma estratégia das organizações, para alcançar o sucesso e garantir um ciclo de vida mais duradouro. Em contrapartida, alguns produtos têm uma aceitação tão grande pelo mercado que podem passar logo do estágio de introdução para a maturidade.