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No setor educacional de Fortaleza-CE, a intensa burocracia é facilmente perceptível

Por:   •  26/9/2017  •  Dissertação  •  361 Palavras (2 Páginas)  •  246 Visualizações

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No setor educacional de Fortaleza-CE, a intensa burocracia é facilmente perceptível. Isso pode ser constatado pela existência de instituições compostas por regras, procedimentos, divisão de responsabilidades, especialização do trabalho, hierarquia e relações impessoais.

Exemplo disso é a hierarquia que há nessas instituições, dada entre gestores, vistos como profissionais responsáveis pela imposição de limites, ou seja, do que pode ou não ser feito; coordenadores, a quem incube ordenar a escola; bem como pelos educadores, que transmitem diretamente o conhecimento aos educandos; entre outros profissionais envolvidos.

Além disso, a exigência dos educandos de regular frequência às aulas, acompanhadas via “chamadas”, de avaliações constantes, da obrigatória entrega de trabalhos, bem como do alcance de média satisfatória para aprovação do ano letivo, além do fiel dever de cumprimento das normas legais e infralegais que regulamentam a atividade escolar corroboram a marca da burocracia no nosso ensino.

Segundo ensina Weber, a educação é um mecanismo de dominação burocrática. O planejamento e o controle das escolas públicas municipais, geralmente, retratam as atividades cotidianas da escola.

Ademais, o clientelismo, que pode ser conceituado como uma relação de privilégios dados a um conjunto de indivíduos (“amigos do rei”) em troca de favores ou benefícios, também pode ser observado nesse contexto.

Isso porque o gestor municipal da educação é escolhido dentre aqueles que são próximos à pessoa do chefe executivo, que, por sua vez, nomeia outras pessoas a cargos de direção e coordenação, havendo aí, geralmente, forte envolvimento político entre todos os escolhidos.

Preciso pontuar ainda que os nomeados, ligados aos agentes políticos, nesse relação de clientelismo, obtém vantagens remuneratórias, privilégios, poder, empregos, benefícios fiscais, isenções, com as nomeações a cargos de chefia, direção e assessoramento, oferendo, por exemplo, em troca, apoio político, sobretudo por meio do voto.

É de se verificar que, assim, em razão da burocracia e do clientelismo, práticas que, embora remotas, ainda persistem em nosso meio, a escola reflete demandas do meio social, o que influi diretamente no seu funcionamento diário, através da hierarquia estabelecida no seu interior, nas práticas pedagógicas, nas próprias atitudes docentes, no cotidiano do aluno, tanto na escola, quanto no seu entorno familiar e, não diferente, da comunidade da qual faz parte.

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