O Empreendedorismo a plano de carreira
Por: lylah • 9/5/2015 • Trabalho acadêmico • 3.077 Palavras (13 Páginas) • 205 Visualizações
Pesquisa de Empreendedorismo
Em 1996, Spender* já chamava atenção de que o conhecimento é um conceito “problemático demais, o que dificulta muito a tarefa de construir uma Teoria da Firma dinâmica e baseada nele”.
De lá para cá muitos autores têm explorado a importância de se levar em conta o conhecimento como um fator de produção que deve ser adicionado aos clássicos: terra, capital e trabalho.
É parte integrante deste esforço de construir uma Teoria da Firma adequada à Sociedade do Conhecimento, em que acreditamos viver, a correta definição do que seria fazer Gestão do Conhecimento.
É muito fácil coletar na Internet diferentes definições desse “o que seria fazer Gestão do Conhecimento?”. Estas definições denunciam a forma como o definidor lida com o conhecimento.
Por exemplo, não vou citar aqui nenhum autor em especial, para não parecer uma crítica pessoal, mas é comum encontrarmos definições do tipo: “a gestão do conhecimento se refere ao processo de transformação do conhecimento tácito em explícito, com o objetivo de facilitar o fluxo de conhecimento organizacional (NONAKA, 1994; NONAKA e TAKEUCHI, 1995)”.
A leitura desta definição nos permite perceber que os autores dela acreditam que existam dois conhecimentos, tácito e explícito, que podem ser - não só coisificados, como também - transformados um no outro. Assim, pela definição acima, fazer Gestão do Conhecimento consistiria em, de alguma forma, acessar o conhecimento tácito, em geral reconhecido só existir nos indivíduos, e transformá-lo em conhecimento explícito, em geral entendido como passível de virar informação.
É importante notar que muitos dos autores que trabalham com este tipo de definição atribuem sua base conceitual à Nonaka ou, o que é mais comum, a Nonaka e Takeuchi, o que chega a ser irônico pois tal definição é diametralmente oposta a toda teoria proposta por Nonaka e seus diferentes co-autores.
Outro tipo de definição muito comum, que também evitarei de citar um autor específico, é a do tipo que diz que “Gestão do Conhecimento é o processo pelo qual uma organização consciente e sistematicamente gera, coleta, organiza, compartilha e analisa seu acervo de conhecimento para atingir os seus objetivos”. É uma definição muito elegante, mas na prática se mostra muito problemática, pois está implícita aqui a ideia de que o conhecimento é uma coisa que pode ser coletada, capturada, e armazenada para ser utilizada sempre que necessário.
E como imaginar que a turma responsável pela Gestão do Conhecimento vá gerar algum conhecimento?
Tal enfoque, completamente alinhado com uma abordagem tecnocentrada onde o importante seria capturar qualquer informação não estruturada e torná-la disponível a todos na empresa, traz o ônus a quem trabalha com Gestão do Conhecimento de lidar diretamente com o conhecimento. Ora, só quem é capaz de lidar com o conhecimento, passível de se caracterizar como diferencial para uma empresa, são os conhecedores.
Eis aqui uma questão fundamental. Quem quer que se proponha a fazer Gestão do Conhecimento precisa entender que tácito e explícito são duas dimensões de qualquer conhecimento, que simplesmente não faz sentido imaginar que conhecimento tácito é um conhecimento esperando ser transformado em explícito, e que todo conhecimento só existe nos conhecedores, por mais informação que se deixe disponível na empresa.
Somente após a compreensão desses fatos é que se está pronto para construir uma Teoria da Firma baseada no conhecimento, começando a perceber que fazer Gestão do Conhecimento é uma atividade que não lida diretamente com o conhecimento e, portanto, não pode gerá-lo, coletá-lo, organizá-lo e muito menos compartilhá-lo. Estas seriam atividades de primeira ordem, executadas diretamente pelos conhecedores. As atividades da Gestão do Conhecimento são, necessariamente, atividades de segunda ordem, onde os processos de estruturação do conhecimento organizacional são observados, entendidos e aprimorados
Termo “Gestão do Conhecimento” provém do inglês “Knowledge Management” (KM), e trata-se de uma área de atuação transversal entre as diversas disciplinas relacionadas, sobretudo, à gestão estratégica, teoria das organizações, sistema de informação, gestão da tecnologia, e às áreas mais tradicionais como a economia, sociologia, psicologia, marketing, entre outras.
A gestão do conhecimento é reconhecida como um recurso estratégico inserido nas empresas e no cotidiano das pessoas. Estamos na era do conhecimento, sabemos que, num processo lógico, toda experiência e informação gerada pelo ser humano em sociedade torna-se em conhecimento, conhecimento presente nas bancas acadêmicas, nos livros e nas enciclopédias virtuais.
Para ser mais competitivo no campo profissional, para uma empresa crescer e para uma pessoa viver melhor é necessário conhecimento e seu domínio em determinadas áreas. Conhecer é conquistar, elaborar e praticar melhor; porém, saber muito, por si só, não significa melhor nível de competitividade.
O conhecimento, além de suportes, necessita de gestão, processo de armazenagem, zelo na guarda de suas informações, gerenciamento e canais para a sua disseminação. O conhecimento abrange o capital intelectual, o capital humano, a capacidade de pesquisar e inovar e a inteligência empresarial.
A gestão de conhecimento é necessária em virtude da existência do conhecimento na empresa, na mente das pessoas, nos departamentos e nos processos executados. Todos esses elementos são fundamentais e presentes a uma empresa. Esse tipo de gestão consiste numa modelagem de processos corporativos por meio de conhecimentos gerados, uma maneira de estruturar as atividades organizacionais no ambiente interno e externo, trata-se de um gerenciamento corporativo.
Visa favorecer a organização por meio de seu próprio conhecimento adquirido e desenvolvimento e a partir do conhecimento colhido no ambiente externo (experiência de concorrentes, influencias culturais, inovações tecnológicas, etc). Essa gestão se preocupa com as condições organizacionais, localização, geração e partilha do conhecimento, e das ferramentas a serem utilizadas na comunicação e organização de determinado conteúdo.
A gestão de conhecimento amplia a vantagem competitiva e concorrencial da empresa, reduz custos com P&D (Planejamento e Desenvolvimento), geração de novos modelos de negócio, melhor aproveitamento e desenvolvimento do capital intelectual da empresa, suporte às tomadas de decisão e melhorias na produção e na prestação de serviços.
Em suma, é uma modalidade de gestão que facilita o controle e o acesso às informações relevantes num processo de trabalho e a administração de seus meios. O conhecimento parte de uma informação, pesquisa, experiência e produz impactos positivos ou negativos na sociedade e em determinada organização, dependendo de como esse conhecimento é filtrado, analisado e gerido.
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