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O Empreendedorismo e Gestão da Inovação

Por:   •  23/3/2025  •  Trabalho acadêmico  •  2.554 Palavras (11 Páginas)  •  30 Visualizações

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matriz de Atividade INDIVIDUAL

        

Estudante:

Disciplina: Empreendedorismo e Gestão da Inovação

Turma:

DIAGNÓSTICO

Da análise da situação atual da multinacional Argo Menthor, verificamos expressiva diminuição do market share na unidade de negócios de cosméticos, que é o seu principal ramo de atuação. Esse evento impacta significativamente o resultado do grupo que já sofre perdas também em outros setores, especialmente, em razão de multas e disputas judiciais provenientes da inefetividade das melhores práticas ESG.

A mudança de comportamento do consumidor final é um dos fatores preponderantes ao baixo desempenho de vendas nesse setor, especialmente se considerarmos o desgaste de proporções globais sofrido na imagem da empresa pelo escândalo da Gâmbia e suas consequências ambientais.

Conforme o estudo Sustentabilidade: o impacto no hábito dos brasileiros e nas marcas, conduzido no final de 2019 pela consultoria Toluna em parceria com a FGV, “75% das pessoas mudaram de alguma forma seus hábitos de consumo devido a preocupações com o planeta[1]”.  Em escala global a visão do consumidor se repete, é o que aponta a pesquisa Future Consumer Index, da EY, realizada com 21.000 entrevistados de 27 países[2].

Se por um lado os consumidores tendem a se afastar da marca pelos problemas já relatados acima, de outro lado, as relações B2B tendem a ser mais pragmáticas e não tão sujeitas a “política de cancelamento”  imposta pelas redes sociais.Desse modo, é seguro sugestionar que uma mudança de estratégia para focar nas operações de empresa para empresa será saudável para as operações do grupo.

dEFINIÇÃO DO PROBLEMA

A eletrificação das frotas de veículos é uma tendência irreversível. Um levantamento da IEA aponta que no primeiro trimestre de 2024, as vendas cresceram 25% em relação ao mesmo período do ano anterior, igualando em apenas três meses o total vendido em 2020. O mesmo levantamento estima, segundo essa tendência, que um a cada dois carros vendidos no mundo será elétrico em 2035, considerando as políticas atuais de incentivo e de corte de emissões de gases-estufa pelos países.[3]

Até 2026, a frota de carros elétricos deve chegar a 100 milhões, e até 2040, a 730 milhões. Os carros elétricos podem representar entre 62% e 86% do total da frota mundial de veículos até 2030, desbancando definitivamente os carros a combustão.[4]

Os veículos elétricos apresentam inúmeras vantagens em relação a matriz a combustão sendo as principais: eficiência energética, redução de emissões de gases de efeito estufa, da poluição sonora e melhoria da qualidade do ar urbano. Por outro lado, há uma grande preocupação da comunidade global quanto aos resíduos gerados pelos descartes das baterias.  As baterias de carros elétricos podem durar mais de 20 anos e, após esse período, podem ser reutilizadas em outras aplicações, como armazenamento de energia ou em veículos menores. No entanto, até 2030, as baterias de carros elétricos podem virar 43 mil toneladas de lixo perigoso[5].

Há diversos tipos de baterias no mercado. No geral elas são feitas a partir de minerais como lítio, cobalto, níquel, manganês, grafite, alumínio, cobre, aço e ferro[6].

Neste contexto, surge uma oportunidade de inovação de paradigma, para atuação em processo de reciclagem das baterias, especialmente, das veiculares. Baterias são compostas por diversos elementos químicos, que combinados geram reações químicas e por consequência armazenam eletricidade. Argo Mentor é uma indústria química, um player relevante no cenário global. Há, portanto, uma relação de sinergias operacionais, know-how específico e diversos outros fatores confluentes para o sucesso em uma nova modalidade de operação.

Saliente-se também que não há players relevantes nesse mercado que hoje é ocupado por empresas regionais de menor porte. A maior usina de reciclagem em operação está instalada na Suécia, é a Revolt Ett que possui capacidade de 25 mil unidades por ano[7], o que reforça a oportunidade de atuação em um mercado com excesso de demanda e praticamente inexplorado.

VALIDAÇÃO DO PROBLEMA

A União Europeia já trabalha com regulamentações rigorosas quanto ao descarte e reciclagem de baterias, desde 2022. E deverá ser seguida por outros blocos e países relevantes nos próximos anos. Lá foi determinado que o níquel e o cobalto devem ser reciclados em 90% a partir de 2027 e até 95% a partir de 2030. Para o lítio, os valores foram fixados em 50% e 80%, respectivamente[8].

De acordo com os dados já apresentados, é previsto que até 2040 exista uma demanda de aproximadamente 100 milhões de baterias para descarte, podendo chegar a um número próximo de 1 bilhão de unidades a partir de 2060. E, mesmo que globalmente não sejam adotadas exigências de reciclagem tão rigorosas quanto as da União Europeia, ainda assim, é um mercado gigantesco a ser explorado.

CONSTRUÇÃO DA SOLUÇÃO

Está previsto pela Argo Menthor, a construção, nos próximos meses, de uma nova planta de operação na cidade de Belo Horizonte. Há, inclusive, um processo para contratação de equipe multidisciplinar para conduzir novos projetos. Entretanto, diante da expressiva diminuição da participação no mercado de cosméticos, há possibilidade de o projeto não sair do papel. Caso o projeto, de fato, não se concretize haverá grande repercussão negativa que poderá impactar ainda mais nas operações da multinacional.

A conjunção de todos os fatores negativos vivenciados pela empresa indica um fracasso eminente, contudo, enxergamos que esses fatores convergem a um ambiente favorável a inovação.

Sugere-se então a reprogramação do projeto da unidade de Belo Horizonte para abrigar além de um centro de pesquisas e desenvolvimento também uma planta para reciclagem em grande escala de resíduos sólidos provenientes de células de baterias e seus equivalentes. Muito além da reorganização de um projeto o que se sugere é inovação de paradigma, uma mudança profunda que consiste em um novo core business, um novo modo de atuar e pensar. Um novo negócio inserido no contexto de economia circular que consiste em um modelo de produção e consumo que se baseia na reutilização, reparação, recondicionamento, reciclagem e partilha de produtos e materiais. É uma alternativa ao modelo linear de produção, que não prevê o retorno dos materiais para a natureza ou para a economia.[9]

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