O USO DA CURVA ABC COMO FERRAMENTA DE AUXÍLIO À GESTÃO DE ESTOQUES EM UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA NO ESTADO DE SERGIPE
Por: Kelvin Almeida • 1/9/2016 • Trabalho acadêmico • 4.264 Palavras (18 Páginas) • 564 Visualizações
O USO DA CURVA ABC COMO FERRAMENTA DE AUXÍLIO À GESTÃO DE ESTOQUES EM UMA EMPRESA DE DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA NO ESTADO DE SERGIPE
Kelvin Franklin Almeida Silva[1]
Resumo
Nos meios empresariais um fator competitivo é o controle bem-sucedido de estoques, uma vez que independentemente do meio de atuação organizacional e de gestão, o mesmo trará como resultado a discrepância de custos operacionais nas companhias. Tendo em vista esse cenário dinâmico, o presente artigo mostrará o uso de uma ferramenta simples de gestão de estoque – a curva ABC – como auxílio na gestão do estoque de uma distribuidora de energia elétrica no estado de Sergipe. Utilizando-se de um estudo de caso feito na empresa no período compreendido entre os meses de agosto de 2013 a julho de 2014, a pesquisa demostrará os principais produtos estocados na empresa e seu consumo neste período de tempo. Considerando-se o fato que uma distribuidora de energia elétrica possui um leque enorme de materiais, a curva mostrará quais os materiais estão em ordem primária, secundária e terciária de impacto financeiro, servindo assim como mecanismo de auxílio na gestão de estoque.
Palavras-chaves: Distribuidora de Energia Elétrica, Gestão de Estoque, Curva ABC.
- INTRODUÇÃO
Em qualquer meio empresarial, a utilização de ferramentas de gestão é crucial para a sobrevivência de um negócio a longo prazo. Na gestão de estoques não é diferente: o controle de estoques, que tradicionalmente era encarado apenas como estratégia de mercado (assegurando a manutenção de preços e faltas ocasionais), agora é encarado como vantagem competitiva, e deve ser subsidiado por inúmeras ferramentas, uma vez que quando bem monitorado não se torna um indicador negativo de custos para a empresa, todavia, quando falta olhar crítico do gestor, além dos tradicionais custos de manter o produto em estoque, outros custos associados estarão ligados ao nível de serviço atingido pela empresa.
Uma má gestão de estoques pode, em momentos específicos, atrapalhar operações subsequentes que dependem diretamente dessa gestão, uma vez que a mesma fornece assistência necessária em situações emergenciais programadas ou não-programadas quando estas virem a surgir. Segundo Chambers (2002 apud OLIVEIRA, 2011, p. 2), não importa o que está sendo armazenado como estoque, ou onde ele está posicionado na operação, ele existirá porque existe uma diferença de ritmo ou de taxa entre fornecimento e demanda.
O controle de estoques de uma empresa distribuidora de energia elétrica a princípio é visto como algo secundário pelos gestores, pois se tratando de uma empresa que não possui venda direta do que está estocado ao consumidor, o estoque é basicamente para suprir a manutenção do serviço de distribuição da energia elétrica, e este não pode ter falhas. Em consequência disto, a decisão por um alto volume de material estocado resulta em um alto custo de manutenção do mesmo.
Um sistema de distribuição de energia, segundo a Associação Brasileira de distribuidores de energia elétrica (ABRADEE), é aquele que se confunde com a própria topografia das cidades, ramificado ao longo de ruas e avenidas para conectar fisicamente o sistema de transmissão, ou mesmo unidades geradoras de médio e pequeno porte, aos consumidores finais da energia elétrica. Logo, percebe-se o grande volume de materiais envolvidos na manutenção do serviço prestado pelas distribuidoras.
Portanto, tendo em mãos uma gama substancial de material armazenado em estoque pelas distribuidoras de energia, e considerando o cenário de transformação e da melhoria contínua de práticas de gestão nas empresas, o trabalho buscará mostrar através da aplicação de uma ferramenta de estoque simples – a curva ABC – como os custos de estoque podem ser melhor analisados e trabalhados, uma vez que os produtos passam a ser tratados nos estoques de forma hierarquizada.
- REVISÃO DE LITERATURA
Estoques são produtos ou materiais que são mantidos disponíveis pela empresa até o momento de ingressarem no processo produtivo ou seguirem para a venda direta ao consumidor final. Os estoques geralmente são usados como uma forma de proteção contra a falta de previsão dos processos ou da demanda do mercado. De acordo com Arozo (2006) e Slack (2009), os estoques só tem existência porque não há uma combinação entre a demanda e fornecimento. Estoques são os materiais que não são utilizados em determinado momento, mas que existem em função de futuras necessidades. Logo a estocagem de produtos significa ter uma reserva para uma utilização futura.
Com a alta competitividade do mercado, as empresas buscam de todas as formas possíveis obter vantagens em relação aos seus concorrentes. Como os estoques representam uma parcela significativa de investimento de capital, os mesmos devem ser vistos como um potencial fator de geração de lucros e de oportunidade de negócios. Diante disso, a administração de estoques busca continuamente o desenvolvimento de técnicas eficientes que resultem no fornecimento necessário das cadeias produtivas utilizando o menor investimento possível.
Segundo Dias (1993), a função da gestão de estoques se traduz nas ações ou habilidades que são adotadas pela empresa no sentido da melhor utilização dos materiais diminuindo a necessidade de investimento de capital em grandes níveis de estoques. A gestão de estoque, no passado, não tinha deveras importância para os administradores, o pensamento era manter um alto nível estoque na expectativa de uma demanda favorável, sendo esta estratégia vista como lucrativa. Porém, ao passar dos anos foi mostrado exatamente o contrário: o risco do seu inventário se tornar obsoleto somado à falta de resposta do mercado para o seu produto trouxeram à tona a visão de tornar o estoque como o volume de produtos necessários à empresa para um determinado período de tempo e que tenham demanda previsível. Na administração moderna, uma única pessoa ou um único time de profissionais fica responsável pelo estoque. Com esse único responsável, os departamentos tradicionais ficam livres e podem dedicar-se inteiramente à sua função primária.
A gestão de estoque tem como objetivo aperfeiçoar o investimento no mesmo, reduzindo assim as necessidades de capital investido. O estoque de material, matéria-prima e produto acabado não são considerados como independentes, como em abordagens corriqueiras. Qualquer decisão tomada sobre um dos tipos de estoque, certamente terá influência nos outros tipos. As organizações de estruturas mais tradicionais e conservadores algumas vezes acabam esquecendo dessa regra.
A gestão de estoque tem também como finalidade: controlar, planejar e replanejar o material armazenado na empresa. Segundo Garcia et al. (2006), para organizar um setor de controle de estoque, destacam-se as principais decisões referentes à sua gestão, como:
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