QUESTÃO SOBRE ARENDT E O FILME “CANDIDATO HONESTO 2”
Por: PriscillaVB • 14/5/2019 • Bibliografia • 350 Palavras (2 Páginas) • 291 Visualizações
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS
CURSO DE FORMAÇÃO DE OFICIAIS - BM
DISCIPLINA: CIÊNCIA POLÍTICA
PROFESSORA: VERA LÚCIA BEZERRA SANTOS
DANILO DOS SANTOS GONÇALVES
PRISCILLA SIQUEIRA VILAS BOAS
WALDINEY MACÊDO SILVA
QUESTÃO SOBRE ARENDT E O
FILME “CANDIDATO HONESTO 2”
SÃO LUÍS
2019
QUESTÃO
Analise a trama do filme “O candidato honesto 2” sob a ótica de Arendt, ao afirmar que a política “surge no entre-os-homens”, isto é, “totalmente fora dos homens”. Além disso, em que medida se afirma o preconceito contra a política, tendo em vista o perigo de se anular o papel da política na mudança dos paradigmas – “eis o milagre da política”.
Resp:
Arendt rompe com a ótica da filosofia de Aristóteles a qual afirmava que no homem havia algo político que pertencesse a sua essência. Ou seja, que o homem era naturalmente político (animal político). Para Arendt, a política surge no entre-os-homens, isto é, totalmente fora dos homens (animal a-político). Na trama do “candidato honesto 2”, percebe-se claramente esssa ideia desenvolvida, pois o personagem principal (João Ernesto), seus opositores e o povo manifestam suas pluralidades (igualdades e diferenças) no intra-espaço, estabelecendo o surgimento das relações políticas.
O preconceito contra a política como a concepção de a política ser, em seu âmago interior, uma teia feita de negociatas, de interesses e ideologias mesquinhos é perigoso porque impede a ação humana de reavaliar concepções para sua evolução. Tal perigo configura-se no sentido dado à política para Arendt caracterizado pela liberdade e no direito de se esperar por milagres. Isto é, pelo homem estar cercado de “infinitas improbabilidades”, eles estão em condições de fazer o improvável e o incalculável. Ou seja, se não houver a possibilidade de reavaliação de conceitos preconcebidos, não haverá mudança dos paradigmas e assim perde-se o sentido da política.
Na trama, o preconceito apresenta-se na fala de João Ernesto quando ele recusa reecandidatar-se como presidente ao ser questionado por Ivan Pires, afirmando que o Brasil não tinha jeito por conta da história de políticos corruptos no poder, ratificando a impossibilidade de mudança. Se ele permanecess com esse pensamento, ele não teria a possibilidade de tentar a mudança de paradigmas, anulando o papel da política.
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