Resenha Artigo Burocracia Merton
Por: Luis Viegas • 5/8/2020 • Resenha • 467 Palavras (2 Páginas) • 197 Visualizações
A burocracia é definida, sobretudo, como um formalismo, o qual possui algumas funções
como restringir as áreas de atuação de cada cargo, hierarquizar os cargos e ações, definir as
responsabilidades e deveres de cada função, definir sanções àqueles que não a cumprem e,
principalmente, integrar as funções de modo cooperativo. Pode ser interpretada, destarte,
como a institucionalização da solidariedade orgânica (conceito definido por Durkheim). Se na
esfera privada há competitividade, o fato do cliente poder escolher a qual organização decide
contratar garante a efetividade de seus serviços, na esfera pública, onde não há clientes mas
apenas cidadãos, é a burocracia um dos principais instrumentos para promover tal efetividade.
Portanto, emprega-la corretamente é crucial para o bom funcionamento organizacional, ao
mesmo tempo, uma burocracia inadequada ou excessiva pode ter impactos catastróficos nesse
contexto. É aí que se desenvolve o tema abordado pelo artigo: disfunções da burocracia.
Em primeiro plano, vale salientar um dos problemas da burocracia: a demasiada estabilidade.
Note que ao definir normas e regras que delimitem de forma clara e restrita o funcionamento
da organização, definindo claramente as ações e funções de cada um, há uma grave tendência
dessa organização se manter nestes padrões. Isso é, por um lado, positivo, pois garante que
tudo ocorra como planejado e estipulado previamente; por outro lado, há uma tendência a
estabilidade, a manter as ações sempre iguais e padronizadas. Considerando que há
constantes mudanças sociais e progressos nos mais diversos âmbitos, é evidente que as
demandas da sociedade também mudam de acordo. Dessa forma, ações que tiveram bons
resultados podem ser ruins no passado. Conclui-se que uma burocracia bem estruturada é
contenciosa a inovação.
Ademais, observa-se que a burocracia consiste em reduzir as ações individuais dos
funcionários a normas e regras. Isso acarreta em uma cultura tecnicista, a qual há sempre uma
um pensamento reducionista, que tende a generalizar problemas e ações e reduzi-los a
normas escritas. Desse modo, perde-se a peculiaridade de cada caso e cidadão, o que pode
levar a menor efetividade para cumprir os serviços. Ou seja, os mesmos elementos que
garantem a eficiência na maioria dos casos são responsáveis pela ineficiência em casos
específicos.
Considerando que as ações no trabalho
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