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Resenha - O executivo e o martelo

Por:   •  28/11/2016  •  Resenha  •  3.954 Palavras (16 Páginas)  •  2.050 Visualizações

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Título da resenha: A verdadeira ética.

Livro: “O executivo e o martelo: reflexões fora da caixa sobre ética nos negócios.”

Autores: Clóvis de Barros e Arthur Meucci.

Editora: HSM Editora

Páginas: 270

Ano: 2013

Sinopse:

Logo na abertura da Apresentação deste livro os autores anunciam que pretendem “oferecer uma reflexão filosófica, sociológica e psicanalítica de fácil compreensão sobre os principais temas polêmicos do dia-a-dia das grandes corporações.”

De fato, as colocações dos professores Clóvis de Barros Filho e Arthur Meucci são facilmente compreensíveis por qualquer leitor interessado no tema central da obra: a ética empresarial. Mas são muito mais do que isso. Os autores se inspiram, entre muitas outras fontes, no pensamento do filósofo alemão Friedrich Nietzsche, que recomenda golpear duramente, se necessário com um imaginário martelo, os preconceitos e a hipocrisia dissimulados em verdades estabelecidas – ou aquilo que Francis Bacon chama de “ídolos”.

Com esse espírito, e frequentemente em tom bem-humorado, Barros Filho e Meucci demolem os “discursos dominantes no campo da administração”, em particular as “fórmulas mágicas do sucesso”. A leitura desta obra seminal é um saudável e provocador convite a que o executivo adestrado apenas para bater metas descubra que tem capacidade para muito mais: basta confiar no uso de sua própria razão e no bom senso.

Primeiras Marteladas

Essa obra pretende oferecer uma reflexão filosófica, sociológica e psicanalítica de fácil compreensão sobre os principais temas polêmicos nas grandes organizações.

Primeiro livro nacional publicado pela HSM. Os dois autores do livro são professores da HSM Educação, eles se destacam pelas críticas que fazem aos discursos dominantes no campo da administração.

Os ingênuos leitores de revistas semanais, com uma formação intelectual pobre, provavelmente, classifiquem essa obra como “comunista”. O problema dessa classificação tosca é facilmente contestável: se o livro fosse comunista ele defenderia uma verdade absoluta e traria as respostas prontas para todos os problemas do mercado, mas não é bem assim que funciona.

O filósofo inglês Fancis Bacon foi considerado um dos precursores da ciência moderna por denunciar os preconceitos religiosos que atrapalhavam o conhecimento dos reais problemas do mundo – ele chamou essas crenças infundadas de ídolos.

Para Bacon, os ídolos que atrapalham nossa percepção da realidade e comprometem nosso entendimento e ação sobre o mundo se inscrevem em quatro categorias: tribo, caverna, foro e teatro.

1. Ética é mais do que um valor

A ética é um conjunto de valores que guia as decisões. Valores como a verdade, transparência, profissionalismo sempre foram bases para minha tomada de decisão. E decisões em sua maioria, são difíceis. Ética está ligada à moral. É mais que um valor, abrange um conjunto de valores, sendo assim, maior que todos eles.

Equivoco compartilhado.

As pessoas estão acostumadas a relacionar a ética com um jeito certo de se viver, a forma adequada de convivência. Ética é muito mais que isso, é uma atividade do intelecto, que tem por objetivo a maneira de como vamos agir e interagir. Implica pensar a vida e viver o pensamento.

O que fica de fora.

A vida fora de nós vai se mostrando pra você em cenas muito bem costuradas umas nas outras pela sua percepção. Mas quase nada do que vai aparecendo foi disposto por você.

Ética é coisa nossa.

Os seres vivos parecem nascer sabendo, em forma de instinto, tendo instruções inatas preconcebidas. Ao nascer não é nos dado tudo, o extinto se existe não é o suficiente. O homem, para viver, precisa ir além de sua natureza. Liberdade e responsabilidade estão totalmente ligadas. O que fica do lado de dentro, em nós mesmos. Ações livremente deliberadas.

O que fica dentro.

A ética responde a pergunta “O que devemos fazer?”. É tudo o que livremente nos impomos. E nos proibimos. A nossa atualidade é constantemente vigiada, mas ainda nos restam alguns momentos de convivência desprezados por tanta ‘perseguição’. Cada vez mais raros, mas ainda não excluídos.

Valor: condição de toda escolha.

Se ética é pensamento para a vida, acaba se materializando em escolhas. Toda escolha corresponde à identificação da alternativa de maior valor. Escolhem-se entre ações pensadas. O que implica atribuir valor para elas. E aqui reside um grande problema.

A ética é um saber que estuda todos os valores, argumentos e formas de pensamento que o homem propôs ao longo da história do seu pensamento de viver o melhor possível de acordo com a própria inteligência.

2.Foco no resultado: A utilidade como único valor.

A última coisa que devemos fazer é ter foco no resultado, pois é impossível você focar nos resultados e obter bons resultados. O resultado é algo que deve vir de valor inerente a todos os envolvidos no processo.

Toda estratégia administrativa é planejada na diretoria, define-se uma meta. São direcionamentos que, se seguidos à risca, prometem os resultados esperados. Colaboradores inferiores são incumbidos de trabalhar para atender ao planejamento das metas estipuladas pela diretoria. O mantra “foco no resultado” e “foco no cliente” está presente no discurso corporativo como uma lavagem cerebral que direciona a massa de colaboradores para que, em departamentos e funções diferentes consigam juntos realizar os interesses da empresa.

Utilidade como foco: preocupação da filosofia e do cotidiano.

A utilidade justifica a escolha dos objetos e a falta de utilidade exige abrir mão deles. Sendo assim, para existir no mundo de trabalho, temos que informar

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