Resenha do texto "Os avanços e os dilemas do modelo pós-burocrático: a reforma da administração pública à luz da experiência internacional recente",
Por: Camila Eller • 9/2/2019 • Trabalho acadêmico • 792 Palavras (4 Páginas) • 651 Visualizações
Resenha do texto "Os avanços e os dilemas do modelo pós-burocrático: a reforma da administração pública à luz da experiência internacional recente", de Fernando Luiz Abrucio.
O autor conduz análise sobre os avanços e os dilemas por quais passaram as reformas administrativas realizadas a partir da década de 80. Adotando como referência o modelo britânico, que segundo Abrucio é tido como referência pela literatura.
Existem uma série de medidas sendo adotadas na busca da construção de um modelo pós-burocrático, estas se caracterizam por uma grande diferenciação entre si, ou seja, ainda não existe uma coerência, uma via única adotada por todos os países. O que, segundo o autor, caracteriza o estabelecimento de um pluralismo organizacional, na tentativa de superar a crise da burocracia weberiana. O texto também traz destaque aos dilemas enfrentados pelos reformadores pós-burocráticos, que encontram em sua jornada movimentos de resistência às reformas, tais como conflitos políticos e de valores.
O Estado posto como um ativo interventor da economia e promotor do bem-estar social começa a ser colocado em xeque quando se depara com um momento de escassez em que mergulha em profunda crise fiscal (tudo isso fundamentado por uma crise econômica mundial, um período pós-guerra). Passa-se a discutir qual deveria ser o papel do Estado.
Fatores de sócio-econômicos que contribuíram para detonar o gatilho da crise do Estado no pós-guerra: (i) crise econômica mundial (escassez de recursos); (ii) crise fiscal (sobretaxas e perda de capacidade para manutenção do estado de bem-estar da população); (iii) situação de ingovernabilidade (falta de consenso social) e (iv) globalização e inovações tecnológicas (alteraram as formas de produção e a perda do poder estatal no controle das políticas macroeconômicas).
Com menos recursos e mais déficits o corte de custos virou algo a ser perseguido pelo Estado, e isso era possível mediante: a redução de gastos com o pessoal e o aumento da eficiência governamental (modificação profunda do modelo weberiano). Os fatores apontados anteriormente associados ao surgimento de uma ideologia privatizante impulsionaram o movimento de construção de uma nova burocracia, mais ágil e mais flexível, que tomasse lugar do antigo modelo de organização do setor público.
O antigo modelo administrativo, caracterizado por uma organização guiada por procedimento rígidos, forte hierarquia e total separação entre o público e o privado cede espaço às influências do modelo gerencial, importado da iniciativa privada, e que foi o fio condutor das reformas (técnicas gerenciais aplicadas ao setor público). O autor destaca - e demonstra - que o gerencialismo foi implementado com mais êxito no caso britânico do que no caso norte americano, o que muito tem a ver com a dinâmica de suas instituições. No entanto, mesmo no caso britânico, este modelo se mostrou com grande poder de transformação, incorporando melhorias às suas práticas. Indo desde o gerencialismo puro, passando pelo consumerism até chegar ao public service orientation.
A seguir, estão em destaque os principais pontos de cada corrente apresentados pelo autor:
1) Gerencialismo puro - foco na produtividade (eficiência), mensuração quantitativa;
2) Cosumerism - introdução
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