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Tendencia Antissocial

Por:   •  8/6/2015  •  Resenha  •  581 Palavras (3 Páginas)  •  412 Visualizações

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Texto: Tendência antissocial.

        Os distúrbios de comportamento, definido por Winnicott como distúrbio de caráter foram consideradas por ele como manifestações clinicas da tendência antissocial; estas tendências iniciam desde a gula até as perversões e tipos de psicopatias do individuo. Em sua formulação afirmava que a origem das tendências repousaria sobre a privação na infância e iniciou uma nova dimensão descrita como “espinha dorsal de seu trabalho docente e clínico”.

        A princípio a teoria psicanalítica considerava a delinquência (denominada como conflito interno) e a criminalidade como decorrência do conflito originado pelo ódio direcionado a pessoa amada e necessária.  Em 1920, Winnicott iniciou o uso da teoria psicanalítica na clínica psicanalítica e escreveu sobre os distúrbios de comportamento afirmando que estes se iniciavam nos conflitos internos destacando o mundo interior da criança e introduzindo na questão do fator ambiental como primordial nesta dinâmica.

        Alguns anos antes da guerra, John Bowlby estudou crianças problemáticas e reforçou a teoria de Winnicott sobre o vínculo entre privação e delinquência.

        Segundo o autor a tendência antissocial não é um diagnostico e não se compara com outros termos diagnósticos como neurose e psicose, podendo ser encontrada em qualquer pessoa. A criança ou adolescente através de pulsões inconscientes obriga alguém a cuidar dele; e o trabalho do terapeuta neste contexto seria administrar, tolerar e compreende-lo.

        Para Winnicott existem duas direções antissocial, uma seria representada pelo roubo associado à mentira e outra a destrutividade, sendo assim a criança estaria procurando algo em outro lugar, quando tem esperança. Na outra situação a criança tenta buscar suprimento ambiental que se perdeu.

Algo muito importante na tendência antissocial é o fato de implicar em esperança. Para Winnicott a ausência de esperança é indicio de que a criança sofreu privação, e é nesse período que ela manifesta uma tendência antissocial.

Freud e Winnicott compartilham da mesma observação de que a psicanálise não seria a melhor forma de tratamento da tendência antissocial, mas que a mesma pode ser uma ferramenta auxiliar para lidar com uma criança, sem usá-la como substituto para a educação.

Kupfer interpreta nos textos de Freud uma sugestão para criarem novos meios para tratar crianças e adolescentes com o mesmo objetivo de análise de natureza reeducativa; e, ao se referir à criança indica um sujeito cuja constituição subjetiva ainda não se realizou. Winnicott em referência ao mesmo texto afirma que a tendência antissocial não deve se recomendar apenas a psicoterapia, o reajustamento do ambiente poderá funcionar por si só, no qual se dá o nome de terapia de assistência residencial. Observou isto após experiência em um abrigo para meninos removidos durante a Segunda Guerra. Com as visitas e observação do trabalho da equipe do abrigo, Winnicott percebeu que a terapia estava sendo realizada pelo ambiente, ou seja, pelas paredes, telhados, rotinas e trabalhadores do lugar, entre outros, e começou a formular seu legado teórico: a de que a psicoterapia não se resume na interpretação certa no lugar certo e sugere que ao invés da interpretação, sejam adotados “certos princípios”.

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