A COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL EM TEMPOS DE REDES SOCIAIS E USUÁRIOS MÍDIA
Por: Leandro Artur • 27/11/2016 • Artigo • 4.607 Palavras (19 Páginas) • 372 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS
CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ARAGUAÍNA
COORDENAÇÃO DO CURSO DE LOGÍSTICA
LEANDRO ARTUR LIMA QUEIROZ
A COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL EM TEMPOS DE REDES SOCIAIS E USUÁRIOS MÍDIA
ARAGUAÍNA
2016
LEANDRO ARTUR LIMA QUEIROZ
A COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL EM TEMPOS DE REDE SOCIAL E USUÁRIOS MIDIA
ORIENTADOR: Mestre José Francisco Mendanha
ARAGUAÍNA
2016
A COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL EM TEMPOS DE REDE SOCIAL E USUÁRIOS MÍDIA
RESUMO
Pretendemos entender o papel da comunicação organizacional diante dos usuários-mídia. Consideramos como usuários-mídia aqueles produtores de conteúdo no ambiente digital, munidos de ferramentas colaborativas que os permitem criar blogs, podcasts, participar e gerir comunidades, mobilizar-se por meio da web, direcionar protestos, emitir opiniões. E tais manifestações geradas por esse consumidor afetam diretamente na imagem e nos planejamentos comunicacionais das organizações. São estas formas que elucidaremos aqui com este artigo.
PALAVRAS-CHAVE: comunicação organizacional, relações públicas, redes sociais online, usuário-mídia, mídia social.
SUMMARY:
We intend to understand the role of organizational communication vis-à-vis media users. We consider as media users those content producers in the digital environment, equipped with collaborative tools that allow them to create blogs, podcasts, participate and manage communities, mobilize through the web, direct protests, issue opinions. And such manifestations generated by this consumer directly affect the image and communication plans of organizations. It is these forms that we will elucidate here with this article.
KEY WORDS: organizational communication, public relations, online social networks, user-media, social media.
COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL E RELAÇÕES PÚBLICAS
Até o final da década de 80, a comunicação nas empresas era realizada pelos meios impressos ou audiovisuais tradicionais. Hoje, a comunicação organizacional utiliza as novas tecnologias como meio e instrumento para atingir seus objetivos. (MOREIRA & PON, 2003, p. 6)
Gasparetto (AO LADO, 2008, p. 36-37) classifica a comunicação organizacional brasileira como estando em sua terceira fase. Para ele, a primeira teve início nos anos 60 e foi caracterizada pelo pioneirismo de alguns profissionais e organizações. A segunda, nos anos 80, foi marcada pela abertura política e pela crise econômica brasileira. A terceira, por sua vez, iniciou-se na década de 90 e consolidou a atividade como parte da estratégia organizacional.
Kunsch (2003, p.90) defende a proposição de que a comunicação eficiente envolve um composto comunicacional que compreende a comunicação institucional, a comunicação mercadológica, a comunicação interna e a administrativa. Para Kunsch, a junção dessas quatro componentes forma a comunicação organizacional integrada. Este, para Corrêa, é o cenário que engloba a comunicação digital nas empresas, isto é, ocorrendo de forma estratégica e integrada ao composto comunicacional nas organizações.
COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL DIGITAL
Seguindo a evolução da comunicação de massa, passando dos meios impressos aos eletrônicos e, mais recentemente, aos digitais, a comunicação organizacional incorpora uma vasta lista de ferramentas, que vão desde a intranet, à TV via satélite, agora a TV digital, os blogs, chats, podcasts, comunidades, entre outros. A soma desse ferramental digital é o que se denomina Comunicação Organizacional Digital.
Uma das características mais evidentes da comunicação digital é a possibilidade de interação e retorno (feedback). A esses dois atributos, chamamos de comunicação simétrica ou assimétrica de mão dupla. Tais conceitos têm raízes nos mesmos objetivos das relações públicas.
Corrêa (2005, p.107) considera que o primeiro elemento para formatar a comunicação digital organizacional é a sua cultura e a relação desta com a inovação, tecnologia, uso de computadores e de Internet, entre outros. Em segundo lugar, estão os públicos estratégicos da organização: quem são e quais são as afinidades com o ambiente digital. O terceiro passo é combinar a cultura com as características dos públicos para se estruturar o conteúdo das mensagens comunicacionais, inclusive as de cunho institucional. Por fim, a última etapa corresponde à construção da estratégia de comunicação digital que inclui determinar que ferramentas serão utilizadas: e-mail marketing, fóruns, website, intranets, portais corporativos, ferramentas de busca, transações multimídia, blogs, podcasts, mensagens instantâneas, etc.
Como necessitam de agilidade nas comunicações com seus mais diversos públicos, as organizações estão enxergando na comunicação digital uma alternativa para se comunicarem.
O modelo de comunicação “todos-todos” popularizado pela internet ganhou força com o surgimento de ferramentas que permitem com que qualquer internauta publique informação na rede, alterando o paradigma midiático de até então.
Contemplar os canais de comunicação em que o usuário é o maior responsável pelo conteúdo pode ser uma fonte de baixo custo e de confiabilidade para as organizações. É também uma oportunidade para a organização se relacionar com públicos sem intermediários, de colocar em prática a comunicação bilateral em um processo de constante e permanente interação.
Afora o determinismo acima, as redes sociais online deixaram de servir apenas ao entretenimento de adolescentes para serem cada vez mais usadas pelas empresas como ferramenta de relacionamento.
Em novembro de 2008, o Brasil registrava 59 milhões de usuários de internet que ficavam, em média, 24 horas por mês conectados (leia-se aí a maior média de uso do mundo). Segundo Maia (2008A, p.1), cerca de 90% destes internautas são consumidores 2.0 que interagem nas redes sociais compostas por comunidades, sites, blogs, fotologs e outras ferramentas web.
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