A Complexidade das redes sociais associada ao racismo
Por: vitornogueiraa6 • 2/5/2018 • Dissertação • 879 Palavras (4 Páginas) • 247 Visualizações
A complexidade das redes sociais associada ao racismo
O racismo pode ser definido como a afirmação de superioridade de um grupo perante outros, baseada num conceito de raça. Esse ato está presente em todo o mundo e muitas vezes os agressores utilizam as redes sociais como meio de disseminação. Dessa forma, as redes mantém um posicionamento complexo diante do racismo, já que essa possibilita a exposição da discriminação e do discurso de ódio, e simultaneamente, permite o fácil acesso à informação, o que possibilita o engajamento de movimentos na denúncia do racismo e a integração entre as diversas entidades que objetivam o combate à violação dos direitos humanos.
No que tange ao racismo, as redes sociais possuem um papel de grande importância. Movimentos de resistência à discriminação dos negros, movimentos que promovem os direitos humanos, organizações e ONGs que repudiam o racismo utilizam a rede para transmitir conteúdo em prol da igualdade por meio de campanhas, informações, denúncias e protestos. O “Black Lives Matter”, por exemplo, é um movimento com origem afro-americana que organiza protestos em casos de crimes de policiais contra negros, questões amplas de discriminação racial, e a desigualdade racial no sistema de justiça criminal dos Estados Unidos. De acordo com o pastor John Seldors, membro do movimento, é importante a integração entre os movimentos de direitos humanos de diversos países e causas para que se crie uma consciência global de resistência. Dessa forma, é notória a atuação das redes sociais como meio de propagação de conteúdo contra a discriminação racial e também como meio de comunicação entre movimentos que promovem os direitos humanos.
Entretanto, a internet caracteriza-se por sua abertura, o que também resulta na propagação de conteúdos preconceituosos. As redes sociais, por possibilitarem a ocultação dos agressores, passaram a ser um meio favorável àqueles que pretendem expor pensamentos racistas e propagar discursos de ódio. Em julho de 2015, o caso de Maria Júlia Coutinho, mais conhecida como Maju, ganhou grande destaque na mídia. Em uma matéria publicada pelo Jornal Nacional no Facebook, a apresentadora foi vítima de comentários ofensivos e discriminatórios que se baseavam em seu tom de pele. Eventos como este, que envolvem a discriminação de figuras públicas, tornam-se complexos por gerarem uma vitimização difusa, já que não apenas a Maju, mas todos os seus seguidores negros também podem se sentir ofendidos com tais comentários. Logo, a abrangência da internet permite a propagação de diversos tipos de conteúdo na rede, inclusive o racismo.
Além disso, mesmo conscientes das leis e regras morais da sociedade, alguns revelam sua intolerância de maneira aberta na rede, sem esconder nome ou sobrenome. Outro caso polêmico no Brasil foi o de Taís Araújo, que, em novembro de 2015, foi vítima de comentários racistas de internautas, que a atacaram com base na sua cor de pele e seu cabelo. O delegado titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DCRI), Alessandro Thiers falou que todos os criminosos, cinco pessoas no total, foram presos, e essas mesmas pessoas também estavam envolvidas no caso Maju. Discriminação racial no Brasil é ilegal, a prática é julgada crime inafiançável, imprescritível e sujeito à pena de reclusão. Os culpados terão de responder às acusações e as penas aplicáveis serão de multa e prisão. Nesse sentido, as redes sócias caracterizam-se pela exposição da liberdade de expressão dos usuários, que muitas vezes é confundida e torna-se abuso de direito.
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