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A Contribuição Da Nova Economia Para O Apl 'Mobiliário De Mirassol'

Por:   •  2/4/2024  •  Artigo  •  2.414 Palavras (10 Páginas)  •  75 Visualizações

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A CONTRIBUIÇÃO DA NOVA ECONOMIA PARA O APL 'MOBILIÁRIO DE MIRASSOL'

INTRODUÇÃO

A globalização e a internet possibilitaram um ‘mundo novo’ em todos os aspectos da sociedade atual. E, no que tange à economia, não seria diferente diante das transformações tecnológicas que ampliaram as relações de comércio e negociação.

Para melhor entendimento, Maróstica (2022) explica que a ‘velha economia’ (ou economia tradicional) é pautada pela rigidez, pelas práticas repetitivas e pelos vínculos permanentes na forma como se davam a produção, distribuição e venda de bens e serviços; enquanto a ‘nova economia’ deu voz a criatividade, flexibilidade e fluidez aos processos com foco na qualidade dos bens ofertados, no comércio digital, na administração descentralizada e em operários especializados e linhas de produção mais enxutas e robotizadas.

Este novo conceito de economia divide-se em abordagens das mais variadas. Rodrigues (2021), em um artigo sobre o tema, explana sobre os objetivos destes padrões. Por economia criativa tem-se, principalmente, as atividades de cultura e entretenimento, sua matéria-prima é a criatividade humana e está ligada à economia da indústria cultural disputando nichos de mercado com recursos públicos e privados. O conceito de economia circular aborda o consumo sustentável e a redução do desperdício: propõe o planejamento do uso da matéria-prima de forma que o produto-final, quando descartado, possa ser reaproveitado parcial ou integralmente na cadeia produtiva. Define a economia verde como o conjunto de processos que gerem o desenvolvimento sustentável objetivando o crescimento econômico em comunhão com a erradicação da pobreza, o bem-estar dos indivíduos e a diminuição dos impactos ambientais negativos. A economia solidária baseia-se nas relações de reciprocidade entre as pessoas e o ambiente com fundamentos na autogestão e na democracia para geração de trabalho e de renda para bem comum. Por fim, na economia compartilhada, tem-se a relação estabelecida entre consumidores e prestadores de serviço, geralmente, por mediação de plataformas digitais. Sebrae (2021) enumera alguns dos benefícios da economia de compartilhamento: a) redução de custos com a partilha de recursos físicos, humanos e intelectuais; b) maior produtividade com a possibilidade de oferta a um mercado mais abrangente por ações cooperativas; c) conexão entre profissionais e empresas para criação de oportunidades conjuntas.

No Brasil, um notável exemplo da Economia Compartilhada é o formato social e econômico, bastante difundido desde a década de 1990, dos Arranjos Produtivos Locais (APL). Tratam-se, resumidamente, do “conjunto de empresas, produtores e instituições que, em um mesmo território, mantêm vínculos de cooperação” (SEDEC/RS, [s.d.]).

O presente estudo tem por objetivo evidenciar a contribuição da nova economia para o APL ‘Mobiliário de Mirassol’ e delimitar o modelo organizacional prevalecente entre empresas constituintes do aglomerado produtivo. Para este fim, serão utilizados os métodos de pesquisa bibliográfica a materiais que se relacionem com a temática e consultas aos atores do arranjo.


DESENVOLVIMENTO

A ‘velha economia’, na opinião de Auto (2023), é um modelo analógico que prioriza padrões tradicionais de negócio com pouca ou nenhuma flexibilidade, com aversão ao erro, o que dificulta a mudança e a inovação, com foco apenas no produto e na valorização do capital. Em contrapartida, como aponta Barreto (2021), a ‘nova economia’, termo surgido em meados de 1980, descreve a substituição da lógica de fabricação manufatureira pelo fornecimento de produtos e serviços associados ao desenvolvimento de tecnologia proprietária, formado por empresas com modelos de negócio digitais – aquele em que existe uma convergência de múltiplas inovações tecnológicas, potencializadas pela conectividade. Nos Estados Unidos, a expressão tomou popularidade ao final da década de 1990 em decorrência do desenvolvimento de novas tecnologias de informação e comunicação e das altas taxas de crescimento econômico, num contexto de globalização da economia (apud WIKIPÉDIA, 2022).

Por outras palavras, a ‘nova economia’ trata de um conceito que “se refere à transição da indústria, que antes era baseada em produtos, mas com aumento da tecnologia, a introdução da internet e com a transformação no comportamento do consumidor, passou a focar mais nos serviços” (DONATO, 2021). Barreto (2021) ainda apresenta como o modelo de negócio que promove a inovação sustentado pela gestão ágil, com hierarquia mais flexível e compromisso com a sustentabilidade. Aposta no poder da inteligência coletiva, na qual a melhor solução vence: soluções que devem ser buscadas sempre de forma colaborativa. As estratégias devem partir da equipe, em conjunto e, independentemente da posição hierárquica, é necessário estimular a transparência e a troca de ideias constantes (apud CANOVAS; NASCIMENTO et al, 2022).

Diante de tantas transformações, este novo modelo econômico tomou forma dentro das organizações em diferentes abordagens: economia criativa, economia circular, economia solidária, economia verde etc. Dentre elas, para esta pesquisa, destaca-se a economia compartilhada que descreve as atividades humanas voltadas à produção de valores de uso comum e que são baseadas em novas formas de organização do trabalho, mais horizontais que verticais, na mutualização dos bens, espaços e instrumentos, com ênfase no uso e não na posse, na organização dos cidadãos em redes ou comunidades (KAPLAN, 2014; BASTIN, 2013; apud WIKIPÉDIA, 2021).

No Brasil, os arranjos produtivos locais (APL) representam significativamente o conceito da economia de compartilhamento ao unir empresas de um setor específico para partilha de recursos e conhecimentos. Tratam-se de:

[...] aglomerações de empresas e empreendimentos, localizados em um mesmo território, que apresentam especialização produtiva, algum tipo de governança e mantêm vínculos de articulação, interação, cooperação e aprendizagem entre si e com outros atores locais (GOV.BR, 2017).

[...] uma política pública de Estado para estimular e apoiar a auto-organização produtiva de aglomerações setoriais e para promover o desenvolvimento dos territórios... com produtos semelhantes, participam da mesma cadeia produtiva, utilizam insumos comuns, necessitam de tecnologias semelhantes e informações sobre os mesmos mercados (SEDEC/RS, [s.d.]).

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