A Cultura Brasileira e Responsabilidade Social Corporativa
Por: Márcio Soares • 15/11/2018 • Trabalho acadêmico • 743 Palavras (3 Páginas) • 324 Visualizações
Cultura Brasileira e Responsabilidade Social Corporativa
A cultura organizacional brasileira se caracteriza por apresentar aspectos polêmicos em meio de discursões empresariais, como por exemplo a questão sobre o apego ao trabalho e às empresas, em oposição a uma atitude menos interessada dos funcionários brasileiros, traduzindo-se assim em menos produtividade para a empresa. Com tudo, pode se afirmar que os traços culturais brasileiros estão profundamente arraigados. Enquanto que em outras nações capitalistas são valorizados a ambição, ascensão, sucesso individual, aqui no Brasil por exemplo são privilegiados fatores como o bom relacionamento entre colegas no trabalho e a permanência a longo prazo no mesmo emprego. Outro fator seria a questão da identidade, enquanto que no Brasil a identidade individual se dar pelas relações pessoais como a família e os amigos, em outros países capitalistas avançados, há uma maior identidade entre trabalhador e empresa, que nesse sentido a empresa fornece identidade ao indivíduo e o posiciona na estrutura social.
Até agora caracterizamos a cultura organizacional brasileira, e falando em responsabilidade social corporativa, podemos concluir que com esses traços apresentados anteriormente no Brasil haveria uma certa barreira que dificultasse a criação de uma cultura organizacional demarcada em valores éticos, morais e culturais. Talvez esse seja um dos motivos pelo qual uma pequena parte das empresas brasileira tenha declarado agir de forma social corporativa.
Segundo Srour, a cultura brasileira se caracteriza por apresentar em sua estrutura uma hibridez, que faz com que nossas empresas convivam por um lado valorizando um padrão intelectual e moral, obedecendo os princípios éticos racionais capitalistas derivados de um padrão internacional, e por outro lado a apresentação de um fator de oportunismos, pelo qual afirma-se que o brasileiro tem um “jeitinho” de lidar com as situações a fim de conseguir vantagens e assegurar seus interesses. Nesse sentido, alguns autores enfatizam essa característica como sendo a “lei de Gérson”, segundo a qual deve-se tentar “levar vantagens em tudo”.
Diante do exposto, é comum afirmar que as teorias e práticas administrativas mais modernas seriam de difíceis implantações no Brasil devido a esses seus traços culturais. Desta forma, os novos modelos de gestão como por exemplo a responsabilidade social corporativa teria pouca aceitação no Brasil porque, mesmo valorizando a pratica ética e moral, tenderíamos a agir, na pratica, de acordo com alguns costumes incompatíveis com os valores éticos. Contudo é preciso entender que a cultura não é algo imutável, que não sofra alterações com o tempo.
Assim como as sociedades se transformam com o tempo, os valores culturais que os indivíduos se servem para moldar sua estrutura também tendem a se modificar. Essas mudanças sempre, de alguma forma, acabam afetando as realidades culturais, dessa forma, pode-se dizer que bases importantes para nossa cultura nacional está se modificando, principalmente no ambiente de trabalho aonde devido à forte influência dos novos movimentos como a globalização e a revolução digital estão caracterizando novas formas corporativas.
Mais do que tentar caracterizar a cultura brasileira que supostamente é considerada como algo imutável, melhor seria refletir sobre de que maneira as novas transformações que estão passando as sociedades no mundo, na economia global e o seu reflexo na cultura tida como tipicamente brasileira, como por exemplo o predomínio das relações pessoais sobre a logica cultural do capitalismo.
Essa preocupação em estabelecer princípios sobre a responsabilidade corporativa social dentro das organizações no Brasil não se restringe apenas a empresas multinacionais atuantes no Brasil, empresas nacionais como a Natura, O Boticário e os bancos Itaú, Banco Real, Bradesco, são exemplos de empresas que estão conduzindo suas ações para responsabilidade corporativa social de várias formas de ações, sejam elas a apoio a políticas contra o trabalho infantil até mesmo ao combate a fome em algumas comunidades.
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