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A Diferença Entre Poupança e Investimento

Por:   •  3/6/2021  •  Resenha  •  461 Palavras (2 Páginas)  •  194 Visualizações

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Para Keynes, poupança é antes o resultado que o pré-requisito para o investimento. A ideia é que, em uma economia de mercado, o quê e quanto será produzido são decididos de acordo com as expectativas de demanda que os empresários tenham. A escolha entre consumo e investimento é geralmente feita antes do produto ser produzido, já que nas economias industrializadas, em geral, os bens têm uso especializado segundo sua natureza. Assim, não é possível escolher entre a utilização de uma máquina como bem de consumo ou de capital de acordo com a taxa de juros vigente no momento. Ou seja, a definição do produto é feita, segundo Keynes, antes que este seja efetivamente produzido. A poupança será gerada como resultado do investimento, já que a forma que este toma é a do conjunto de bens cujo destino não pode ser, por sua própria natureza, o consumo. Portanto, o produto que será gerado em resposta à demanda de investimento será necessariamente produto não-consumível, isto é, poupança. Por outro lado, para iniciar o processo de investimento, tudo o que o investidor produtivo necessita são meios de pagamento. Numa economia monetária, este investidor pode obtê-los através de três meios básicos: utilizando ativos monetários previamente acumulados, emitindo obrigações ou tomando empréstimos de bancos. A diferença primordial do financiamento do investimento em uma economia com um moderno sistema bancário está neste último item, ou melhor, no fato de que os bancos têm capacidade de criar meios de pagamento. Para Keynes, de fato, a maior restrição financeira inicial ao investimento não é a existência ou não de poupança prévia, mas sim a disposição ou não dos bancos de expandirem o crédito para saciar a demanda por moeda para realização de gastos autônomos adicionais.

De fato, Keynes operou uma reversão de causalidade em relação à visão convencional, que é consequência lógica de seu princípio da demanda efetiva. Esta reversão, por sua vez, deve indicar uma hierarquia de agentes dentro dos mercados de financiamento, em economias monetárias, bastante diferente da apresentada nos modelos neoclássicos. Em primeiro lugar, são os bancos, e não os poupadores, os agentes fundamentais na determinação da oferta agregada de fontes de financiamento do investimento e, portanto, na transição entre uma escala mais baixa e uma mais alta de atividade. A poupança, então, deve ser vista como resultado do investimento e não um pré-requisito para o investimento. No entanto, deve-se ter claro que a alocação das poupanças geradas no processo de multiplicação da renda é importante no processo de administração dos problemas resultantes do crescente descasamento de vencimentos ao longo do crescimento econômico. Por fim, o volume e os prazos de financiamento do investimento devem ser entendidos como resultantes das preferências por liquidez dos bancos e dos aplicadores em títulos, ao invés das preferências intertemporais dos consumidores.

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