A Economia Brasileira
Por: Duda Fernandes • 26/8/2021 • Pesquisas Acadêmicas • 1.006 Palavras (5 Páginas) • 142 Visualizações
A historiografia da industrialização brasileira - Alexandre Macchione Saes
O artigo em questão tem por objetivo buscar recuperar o debate sobre a formação da indústria brasileira, tendo em vista algo além do processo de industrialização em si, mas buscando enfatizar as interpretações dos elementos que permitiram a constituição do início da indústria. A tese do capitalismo tardio se inseriu no contexto político-econômico da formação industrial brasileira e da sua interdependência com a economia mercantil cafeeira para acumulação de capital. Para Saes, a origem da indústria no Brasil em suma ocorreu após 1930, quando uma política deliberada de Vargas e as condições favoráveis da economia internacional permitiram a indústria se tornar autônoma. O autor nos mostra que no período de governo de Getúlio Vargas a economia passa a querer atender um mercado interno, isto é, nacional em vez de atender o mercado externo, isto é, internacional, sendo assim, nascia o panorama da industrialização no Brasil. Ademais, a expansão do crédito realizada pelo presidente Vargas, por meio da compra do excesso de café, possibilitou a manutenção do nível da demanda agregada que, somados à desvalorização da moeda e a redução das importações, proporcionou condições ideais para a recuperação da produção da indústria nacional já em 1933. Também é mostrado que na década de 70 o foco passar a ser compreender o processo de constituição de nossas indústrias em vista da constituição do capitalismo. Por fim, ao final da década de 70 e ao longo da década de 80 os estudos começam a crescer mais, sendo assim, o autor nos mostra alguns exemplos de estudos que viriam a agregar mais valor para a interpretação sobre o processo de formação das indústrias no Brasil.
ESTADO E ECONOMIA NO BRASIL: 1930-1964. FUNDAMENTOS DA CONSTRUÇÃO DE UM CAPITALISMO URBANO-INDUSTRIAL PERIFÉRICO
O autor procura demonstrar como as transformações do estado no Brasil, da década de 30 até a década de 60, foram dirigidos no sentido de dotar o estado de um caráter proativo no processo de reconstrução do capitalismo nacional em sua fase de ascensão urbano industrial. O autor procura mostrar como acontecimentos históricos efetivaram políticas de intervenção que implicaram mudanças no aparelho produtivo. O autor cita a revolução de 30, a Ascensão de ideologias desenvolvimentista e racionalista instrumental, a crise da economia cafeeira, a grande depressão de 1929, apesar de anteceder a década de 30 é um fator que amplamente influenciou os anos subsequentes. A partir do foco econômico o autor cita o acumulo de capital ocorrido a partir do ano de 1930, junto com a revolução burguesa. O autor cita o protecionismo do café e a ineficiência do estado na regulação, incapacidade de desenvolvimento de uma economia de base primário exportador e restrições a adaptações das regras do mercado internacional em vigor. Em síntese, conclui que o projeto estatal de reconstrução do capitalismo foi relativamente bem-sucedido no tocante à afirmação de uma economia periférica dependente, mas, fracassou na construção de bases aceitáveis de justiça social. Por fim o autor termina com uma análise rasa e parcial dos acontecimentos que se seguiram na década de 60
Brasil (1955-2005): 25 anos de catching up, 25 anos de falling behind Marcelo Arend Pedro Cezar Dutra Fonsec
O autor fala sobre o do desenvolvimento industrial brasileiro sob uma perspectiva neo-schumpeteriana evolucionaria no período pós-1955. A hipótese é a de que sob o mando do que foi definido como estratégia desenvolvimentista-internacionalista nos últimos 50 anos, o Brasil passou primeiramente por 25 anos de catching up (recuperando o atraso) e, em seguida, por 25 anos de falling behind (Ficando para trás). A estratégia instituída desde a segunda metade da década de 1950 foi percebida como uma ruptura com o nacional-desenvolvimentismo do segundo governo Vargas. A estratégia de internacionalizar a economia delegando as empresas multinacionais os setores-chave da dinâmica econômica nacional durante o período de catching up foi principal elemento de dependência da trajetória que condiciona desempenho presente que é responsável pela dependência tecnológica e mantenedor da economia brasileira sob baixo dinamismo. A pesquisa também procura revisitar algumas conclusões derivadas das teses de Maria da Conceição Tavares e de João Manuel Cardoso de Mello denominadas como “tese do capitalismo tardio”, analisa-se o argumento de que, desde a segunda metade da década de 1950, a economia brasileira estaria sujeita a ciclos endógenos e que a tendência a estagnação de longo prazo. Percebe-se que somente foi possível aos autores, analiticamente, endogenizar as flutuações cíclicas de curto prazo da economia brasileira, porque ao mesmo tempo também foram endogenizados o progresso técnico e a restrição externa. Conclui-se após analisar os últimos 50 anos de desenvolvimento industrial, que o progresso técnico não foi internalizado no país nem mesmo durante o período de catching up e que a vulnerabilidade externa sempre se fez presente. São dois problemas estruturais de longo prazo que não foram resolvidos com o processo de internacionalização da economia brasileira
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