A Economia Brasileira
Por: Wagner França • 17/8/2015 • Resenha • 1.472 Palavras (6 Páginas) • 173 Visualizações
O primeiro governo Lula (2003-2006): vitória do medo ou da esperança?
Após três tentativas mal sucedidas na corrida presidencial, conseguiu na quarta tentativa, tendo assim o sucesso almejado com a vitória em 2002. O então Presidente Lula conseguiu devido a instabilidade no PSDB partido de direita, maior adversário, com a indecisão na escolha de seu candidato e ajudado também pelo afastamento do PFL do PSDB, partido aliado. E como principal contribuinte de sua vitória a mudança de postura de seu partido “PT” tornando-se mais flexível, dando mais credibilidade as propostas prometidas na candidatura.
Ao receber críticas, de adversários e até mesmo dentro do partido, pedindo mudança imediata, iniciou sua proposta pela construção da confiança para depois efetuar as mudanças. Seu mandato caracterizou-se pela não interrupção da estabilidade econômica do governo anterior, manutenção da balança comercial com um superávit – quando há excesso da receita sobre a despesa num orçamento -, em fase de crescimento, e intensas negociações com a Organização Mundial do Comércio (OMC).
Obteve êxito com a diminuição, em cerca de 168 bilhões de reais, da dívida externa, porém não conseguiu frear o aumento da dívida interna que pulou do patamar de 731 bilhões de reais no ano de 2002 para um trilhão de reais em fevereiro de 2006.
No campo da política fiscal e monetária, no entanto, o governo se mostrou relutante em fazer grandes transformações, optando pela manutenção do estado tradicional; facultou ao Banco Central a autonomia política para manter a taxa de inflação sob controle, seguindo o objetivo determinado pelo governo.
No final teve uma boa avaliação sobre seu mandato de acordo com os eleitores, resgatou a credibilidade Nacional e Internacional, trazendo a economia para um patamar de normalidade, conquistando a confiança buscada no início do governo, candidatando-se para eleição seguinte na esperança de continuar a tão sonhada mudança.
A economia brasileira de 1964 a 2006
No campo da política, inicia-se uma grave crise no final do governo de Juscelino
Kubitschek, combinando com o golpe militar de 1964, ocorre uma flexibilização
política no governo de Ernesto Geisel, concluída pelas eleições indiretas de Tancredo
Neves, com a posse de Jose Sarney em 1989. O inicio das eleições diretas de Collor que
sofre impedimento sendo substituído por Itamar Franco, FHC se elege no ano 1994,
reelege no ano de 1998 e entrega o poder a Lula em 2002. Na economia vários Planos são testados, Plano Cruzado, Plano Cruzado II, Plano Bresser, Plano Verão e Plano Collor, todos com sucesso inicial e naufrágio final. As taxas de desemprego somente experimentam o declínio a partir de 2004. Mudanças na dinâmica demográfica e na concentração de renda, o país passa ser urbano com diminuição significativa nas taxas de fecundidade e de mortalidade; o país começa a envelhecer.
Conclui-se que o país avançou muito pouco em termo de crescimento econômico, diminuição do desemprego, redução da concentração de renda, pobreza e miséria,
porém a sinais de melhora porque nos últimos anos o PIB tem crescido, a qualidade de
emprego tem melhorado e o nível de pobreza incrivelmente tem baixado, tornando o
país mais justo.
A Nova República e o Plano Cruzado
O primeiro governante após o período do governo dos militares, o presidente Jose
Sarney, toma posse em virtude do falecimento do presidente eleito indiretamente
Tancredo Neves, tinha como meta de governo, combater a inflação existente de duas maneiras: a) pelo elevado gasto governamental; b) pelo processo inercial de preços indexados. O combate a inflação se da pelo lançamento de Planos Econômicos, sendo o principal o Plano Cruzado, cujas principais medidas de contenção a inflação são: o congelamento de preços e salários, substituição da moeda, de cruzeiro para cruzado, através de política cambial de conversão, correção monetária, tabela de conversão, gatilho salarial, como proteção ao salário nominal e seguro desemprego. Inicialmente o Plano Cruzado, garantiu a população melhoria na qualidade de vida, respondendo aos anseios dos brasileiros, denominados fiscais do Sarney (codinome da massa popular envolvida para fiscalizar o congelamento de preços), os resultados imediatos do Plano são positivos, as medidas de combate á inflação heterodoxas se mostram eficazes, causando declínio nos índices de inflação. No ano de 1986, o Plano Cruzado naufraga, como consequência da falta de produtos nas prateleiras, do ágio de preços e recusa dos produtores em vender produtos a preços tabelados; frente ao fracasso do Plano, Sarney busca apoio de conservadores e aprova novos Planos econômicos, Cruzado II, Plano Bresser, Plano Verão, todos insuficientes para o combate a inflação e a garantia da estabilidade econômica, culminando com o absurdo inflacionário dos anos 1990, de em março a inflação atingir um marco de 84.23%.
Industrialização, Estado e sociedade no Brasil (1930-1945)
Se existiu consenso entre os estudiosos da era Vargas no que toca à luta contra o regime oligárquico da República Velha, a unanimidade se esgota quando se trata de analisar: as medidas da política econômico-financeira do pós-30 e o binômio continuidade/ruptura. Em relação à continuidade/ruptura fica claro que as mudanças ocorridas não devem ser subestimadas, porque o caráter eminentemente agrícola do país não se impôs como diretriz seguida pelos novos grupos dirigentes. A própria característica centralizadora do poder visava neutralizar as manifestações de regionalismo político, permitindo uma diversificação na distribuição de recursos do Estado. O caráter conservador da modernização em curso a partir da década de 30, foi muito mais de mudanças e não de continuidade. Ao mesmo tempo em que a valorização do café era feita pelo crédito interno, em lugar de financiamento estrangeiro, promovia-se uma conjuntura excepcional para o desenvolvimento da indústria brasileira. Embora a ação econômica do Estado após 30 possa ser vista ainda como comprometida com setores tradicionais da economia, ela passou a ter uma orientação industrializante. Ela destaca que a estrutura industrial brasileira no início dos anos 30 se resumia a um setor de bens de consumo correntes como: sapatos, tecidos e vestuário. A tarefa que se tinha pela frente era a de implantar um setor de bens de produção: indústria pesada, de máquinas, siderurgia, o desafio que se tinha era direcionar a acumulação em direção ao fortalecimento do polo urbano industrial, em meio a uma conjuntura recessiva. As economias centrais haviam sucumbido à crise de 1929 e desviavam seus recursos para suas próprias recuperações e depois veio o período da II Guerra. Não havia capital externo para estimular a industrialização, o dinheiro só começou a voltar com o Governo de Juscelino. No Brasil, o setor agrário-exportador cafeeiro era o principal gerador de divisas-ouro necessárias à importação de equipamentos e insumos básicos, mas também sofria os efeitos da crise com a queda dos preços. A urgência na implantação de um núcleo industrial enfrentava problemas graves de financiamentos e era preciso eleger alternativas internas para que ela fosse efetivada com os recursos disponíveis para a sua realização. A ação do Estado teve uma tríplice direção: * a regulamentação dos fatores produtivos – as leis trabalhistas e a regulamentação da mão-de-obra, agia para que esta não fosse muito reivindicadora, fosse mais objeto e não sujeito e até o Salário Mínimo era fixado de forma a atender apenas às necessidades básicas do trabalhador. O Governo regulava os meios de produção e os preços, decidindo o que produzir, através de sobretaxas. O mercado brasileiro foi reservado para a produção nacional através de sobretaxas para a exportação; * a redefinição do papel da agricultura - para que ela sustentasse a acumulação do capital; * a sua transformação em investidor – fazendo do Estado o agente da industrialização, com seus investimentos em energia, siderurgia e estradas.Com estas medidas se redefinia a intervenção estatal que transformava o núcleo urbano-industrial no polo dinâmico da economia, em meio ao quadro de insuficiência de recursos em que se vivia. Uma vez que a agro-exportação continuava a desempenhar o papel mais importante na geração de divisas necessárias às importações do que se necessitava para aumentar o parque industrial, caberia ao estado definir a sua forma de atuação. Era necessário amparar e desestimular a produção enquanto o setor básico canalizava os recursos da economia. Se caracteriza o período que se estende de 1930 a 1955, quando a indústria superou a agricultura como fonte de acumulação de capital e ganhou autonomia. O estado brasileiro apesar de preservar a lucratividade do setor cafeeiro também buscou impedir que ele voltasse a desempenhar o lugar de destaque que possuía na República Velha. O Estado procurou transferir recursos da agricultura para a indústria, manipulando: o câmbio como fonte geradora de recursos para o setor industrial e também as taxas de juros, diferenciando as taxas de empréstimos destinados à agricultura ou à indústria, beneficiando o setor industrial. De um lado estava o interesse dos ideólogos do Estado Novo e do outro a vertente autoritária dos interesses da burguesia. Apesar das divergências havia um ponto comum: a construção da Nação passava pelo controle da classe trabalhadora pelo Estado. A questão social seria sublimada pela união da elite e das massas, que o estado estava incumbido de promover, organizando o povo em uma Nação.
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