A Evolução histórica da vigilância epidemiológica e do controle da febre amarela no Brasil
Por: DresPower • 26/2/2018 • Trabalho acadêmico • 1.232 Palavras (5 Páginas) • 363 Visualizações
CURSO BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
ATIVIDADE PRÁTICA
Disciplina: Metodologia de Pesquisa e estudo em Administração
Professor: Wilian Toneli
Nome(s) completo(s) do(s) cursista(s):
Cleibe Jesceene Pereira de Almeida
O artigo selecionado para análise de “conhecimento científico” tem como título: “Evolução histórica da vigilância epidemiológica e do controle da febre amarela no Brasil”. Este artigo traz uma abordagem sobre um flagelo que se tornou um dos mais dramáticos problemas de saúde no Brasil, que foi a Febre Amarela.
A febre amarela representou, no passado, um grande flagelo para a população brasileira, como um dos mais dramáticos problemas de saúde pública registrados no país. Mesmo que a terapêutica da doença não tenha sido muito impactada com os avanços da medicina, a vacina antiamarílica diminuiu os níveis de transmissão da forma silvestre para humanos. Esse artigo destaca as diversas formas de combate a essa doença, bases técnicas e científicas que fundamentam as ações em diferentes momentos do passado, perspectivas sobre o controle da mesma e revisão da evolução do sistema de vigilância da febre amarela no Brasil.
O artigo relata um breve histórico da doença no Brasil, salientando que a primeira epidemia descrita no Brasil ocorreu em 1685, em Recife-PE, onde permaneceu por 10 anos. Após isso, houver relatos de sua presença em Salvador-BA até meados de 1686 que atingiu 25.000 pessoas com pelo menos 900 mortes confirmadas. Vale ressaltar que durante esse período, acreditava-se que a doença seria como algo proveniente do exterior que entra no corpo, não fazendo parte da natureza do homem. Era considerada uma doença contagiosa e pestilencial. Com base nessa perspectiva, eram estimuladas as práticas de controle e separação dos indivíduos infectados.
Em 1850 foi publicado o “Regulamento Sanitário” Instituído pela Secretaria de Estado de Negócios do Império que estabelecia normas para a execução da segunda campanha contra a febre amarela organizada no Brasil, que envolvia desinfecção dos navios, quarentena, cuidados especiais com os enterros e velórios, medidas sanitárias coletivas que incluíam aterramento de valas e limpeza de esgotos, dentre outras. Essa campanha alcançou um êxito que motivou o governo a organizar a defesa sanitária do país por meio da Lei no 598, de 14 de setembro de 1850, onde criou uma Comissão de Engenheiros para promover melhorias sanitárias e uma Junta de Higiene Pública com o papel de propor as medidas necessárias para a conservação da saúde pública, sendo incorporados a ela os estabelecimentos já existentes como a Inspeção de Saúde dos Portos do Rio de Janeiro e o Instituto Vacínico, já existentes.
Em 1913, a transmissão da doença já havia sido profundamente estudada por Finlay em Cuba, que formulou a hipótese da transmissão pelo mosquito Aedes aegypti. A Comissão Reed comprovou a transmissão de um agente etiológico após a filtração do sangue em voluntários humanos. Tivemos também a contribuição de Emílio Ribas, que também investigou a transmissão pelo mosquito durante seus estudos de uma epidemia em Sorocaba, interior do Estado de São Paulo.
A Fundação Rockefeller começou sua atuação no Brasil no início dos anos 20, contribuindo com novos conhecimentos sobre a febre amarela mediante uma série de pesquisas de campo. Em 1932 foi descoberta a existência do ciclo silvestre da febre amarela por meio de estudos epidemiológicos realizados no Vale do Canaã, Estado do Espírito Santo, derrubando o mito de "doença da cidade". Essa descoberta demandou uma série de pesquisas epidemiológicas pela Fundação Rockefeller, na busca dos possíveis vetores e hospedeiros e na tentativa de conhecer sua área geográfica de abrangência em um país de dimensões continentais. As provas de proteção passaram a ser utilizadas também com a finalidade de avaliar a imunidade em animais silvestres e puderam comprovar o importante papel dos macacos na cadeia epidemiológica. Os estudos entomológicos realizados nas localidades de ocorrência de casos de febre amarela possibilitaram a identificação de várias espécies de mosquitos silvestres com infecção natural mostrando assim que a febre amarela silvestre seria a forma de ocorrência usual e que a modalidade urbana parecia ser uma forma exótica de manifestação.
O modelo “rockfelleano” possibilitou o diagnóstico retrospectivo da febre amarela mediante a realização de teste de neutralização em macacos e camundongos utilizando soro de paciente suspeito de infecção. Esses métodos sustentaram a realização de um grande inquérito epidemiológico no país, finalizado em 1937, que permitiu a construção de mapas para reconhecimento da extensão e peculiaridades da doença, tornando possível a estruturação do perfil do novo programa de enfrentamento da febre amarela. O Serviço
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