A Gestão Estratégica
Por: m12e4b3 • 14/4/2018 • Resenha • 1.222 Palavras (5 Páginas) • 148 Visualizações
O que Gestão Estratégica tem a ver com Capitalismo(s)?
Faria, A. A., Imasato, T., & Guedes, A. L. M. (2014). O que Gestão Estratégica tem a ver com capitalismo(s)?. Revista de Administração Contemporânea, 18(Ed.Esp.), 1-21.
Camila Marques de Souza¹
Alexandre de Almeida Faria, professor Adjunto da EBAPE-FGV. PhD em Industrial and Business Studies pela Warwick Business School, Reino Unido. Pós-doutorado na Universidade Nova de Lisboa, Portugal. Diretor do Módulo no Brasil do International Masters Program in Practicing Management (IMPM) Coordenador do GEEM - Grupo de Estudos em Estratégia e Marketing, Mestre em Administração pela COPPEAD-UFRJ. Takeyoshi Isamato, professor na Escola de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (EA/UFRGS) e do Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGA/EA/UFRGS). É Bacharel, Mestre e Doutor em Administração. Ana Lucia Malheiros Guedes, graduada em Administração de Empresas pela Universidade Estadual de Maringá, Mestre em Relações Internacionais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Ph.D. em Relações Internacionais - London School of Economics and Political Science-LSE, Pós-doutorado no ISEG/UTL Portugal.
Na primeira seção os autores abordam assuntos a relacionados a legitimidade e autoridade em gestão estratégica. A GE é uma área criada nos EUA e tem o objetivo de legitimar o estrategista da grande corporação e mostrar que o capitalismo gerencial é superior em relação a outros tipos de capitalismo. Alguns autores defendem que o Ocidente deveria assumir novas responsabilidades estratégicas, pois, o capitalismo ocidentalista, tomou proporção mundial. Alguns defensores, pregam que esse tipo de capitalismo é ameaçador para a ordem global, pois, é preciso que faça-se a correção dos seus problemas locais, para que estes não se tornem globais. Alguns escândalos foram importantes para a ascensão da estratégia como prática social. A crise financeira global de 2007-2008, proporcionou que o banco de investimentos Goldman Sanchs, promovesse o tráfico de informações e poderes entre a Casa Branca e Wall Street.
O argumento de que a grande corporação tornou-se uma instituição universal do capitalismo global ajudou a disfarçar a disputa entre os tipos de capitalismo comandados pelos EUA e Europa. A gestão estratégica passou a se preocupar com outras variáveis, além do lucro e desempenho competitivo- econômico das grandes corporações. Alguns autores defendem que CEOs devem assumir responsabilidades de ordem sócio(geo)política, isso devido aos frequentes e intensos ataques de ativistas, designa a eles também a função de assumir a liderança na resolução dos problemas e transformar as adversidades em oportunidade de mercado. A GE classifica prática de ativismo como sendo práticas do tipo de estrategistas, organização e instituição que desafiam a ordem neoliberal. Existe um quadro invisível onde é institucionalizado um regime de dominação ocidentalista, mas, a Gestão Estratégica foi repensada e permitiu a construção de uma área não ocidentalista, onde envolve questões sociais, culturais e institucionais globais. É valido ressaltar que as economias mais visadas são as emergentes, pois elas obstruem a evolução do capitalismo global. É atribuída a gestão estratégica do conhecimento acadêmico a importância de tornar invisível ou tolerável os poderes que são exercidos sobre diferentes grupos de interesses.
Na segunda seção do artigo é abordada a perspectiva europeia do capitalismo em estratégia. A literatura de RI afirma que o uso da autoridade e legitimidade está diretamente relacionado a efetividade das estratégias. A literatura internacional, entende legitimidade como um tipo especial de obediência ou dominação, ela representa aceitação em função de algum entendimento normativo ou processo de persuasão, um exemplo disso é o capitalismo neoliberal, que usa meios de convencer que sua hegemonia é benigna, dessa forma continua dominando e contém a entrada de novas alternativas.
A teoria da variedade de capitalismo, diz que a instituição deve se adequar as variáveis sociais, que não são controladas pela organização, e essa não adequação representa risco de sobrevivência. Essa teoria não traz importantes informações do tipo como e porque, a riqueza é concentrada em apenas 1% da população global, enquanto os outros 99% é desprivilegiado. Autores brasileiros defendem a ideia de que essa teoria adota uma visão extremamente primeiro-mundistas, mas esses debates surgidos no Brasil são ignorados pela literatura europeia.
Existem as instituições tidas como benignas, que são as que formam os pilares das relações sócio-políticas e econômicas e as complementares que são as reprodutoras e reforçadoras das bases nacionais do capitalismo ocidentalista. São levantadas críticas a cerca de não fazer uma análise global, suas conclusões são pautadas nos argumentos de que, as grandes corporações europeias têm capacidade de se adaptar e operar em múltiplos contextos, não apenas de acordo com a realidade local. As instituições podem se caracterizar quanto à conformidade ou pela diversidade, essas instituições apresenta ameaça para o Ocidente. A teoria VC possibilita a deslegitimação de tipos de estratégias, organização e capitalismo e legitimar outros tipos que são importantes para ascensão das economias emergentes e outros tipos de capitalismo.
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