A Governancia Corporativa em Empresas de Controle Familiar
Por: Flávia Alves • 12/5/2019 • Monografia • 2.320 Palavras (10 Páginas) • 203 Visualizações
INTRODUÇÃO
Hoje as empresas familiares ocupam no mercado uma grande parte da nossa paisagem econômica e social. Dados estatísticos nos permite dizer que a maioria das empresas existentes em qualquer economia do mundo é dirigidas por núcleos familiares.
Nos ultimo anos, é evidente a preocupação e o interesse nos estudos no que se refere a Empresas de Controle Familiar.
O fenômeno da globalização foi e é um grande problema para algumas empresas brasileiras. Segundo o autor, “estima-se que o numero de empresas familiares varia entre 65% a 80%, e muitas delas são pequenas propriedades que nunca irão crescer ou ser passadas de uma geração para outra”. (RICCA, 2005, p.6)
As novas tendências do mercado exigi que essas empresas repesem nos seus modelos de gestão. É dentro desse contexto que ganha importância o conceito de governança corporativa o qual tem sido objeto de estudo e amplamente reconhecido como um fator essencial para o desenvolvimento futuro dessas organizações.
A importância da Governança Corporativa não se resume apenas em disciplinar as relações entre diversas áreas de uma organização. A implementação das boas praticas da Governança Corporativa possibilita o desenvolvimento e o aperfeiçoamento dos processos de gestão dessas empresas.
A partir desse contexto pretendem-se abordar quais são as principais dificuldades das empresas que possuem gestão familiar propondo a Governança Corporativa como modelo de gestão com objetivo de melhorar seu desempenho, harmonizar relacionamento entre acionistas, reduzir o risco no processo de sucessão, fortalecer a imagem da empresa no mercado, atender as demandas das famílias, dos sócios e dos executivos, formar o alicerce para sua perpetuação e estabelecer um continuo no qual nos permitirá entender o grau de comprometimento das famílias com a empresas.
O trabalho será desenvolvido em três capítulos:
Capitulo 1 – Empresa Familiar: conceito e tipologia – Expõe o conceito e a tipologia do tema abordado e o modelo de reflexão e de medição do grau de participacao
Capitulo 2 – Órgão de Governança da Empresa Familiar –
Capitulo 3 – Pesquisa de campo -
Capitulo I
EMPRESA FAMILIAR
1.0 EMPRESA FAMILIAR: CONCEITO E TIPOLOGIA
A historia da empresa familiar foi constituída ao longo do tempo por uma infinidades de sucessos e fracasso. Muitos empreendedores e respectivamente seus sucessores perpetuaram os negócios por varias gerações.
Durante muito tempo o próprio fundador utilizava o modelo de gestão patriarcal como poder absoluto sobre todas as ações internas e externas do negócio.
Empresas familiares sempre estão envolvidas em questões emocionais, e o grande desafio dessas empresas é deixar de lado o sentimentalismo, o protecionismo e o paternalismo, itens fortemente arraigados na sua gestão que envolve uma serie de conflitos geralmente ligados a interesses particulares.
Em pleno século 21, a maiorias dos fundadores não estão preparados para enfrentar as ameaças e oportunidades advindas do processo de globalização.
O mundo, especialmente o corporativo, está em constantes transformação, e a cada dia apresenta nova tendências.
É vidente que ao longo dos últimos anos se tornou importante estudar as empresas de caráter familiar e seu modelo de gestão.
A conscientização da existência dessas empresas familiares fez surgir um problema básico: O que é uma Empresa Familiar?
Há uma dificuldade de se obter uma definição clara e consensual do que vem a ser uma empresa familiar. Vários autores enfatizam esse tema com diversas concepções. Essa diversidade nos remete a algumas dificuldades em estabelecer uma definição concreta a respeito do tema abordado.
O fato dos negócios familiares serem uma realidade multidimensionais esse autores propuseram suas definições baseadas em múltiplos fatores. A maioria delas gira em torno de três aspectos - Propriedade, Gestão e Continuidade.
Alguns autores define o conceito o de Empresa Familiar da seguinte forma:
Empresa familiar é aquela em que a propriedade e as decisões são controladas pelos membros de uma “grupo de afinidade efetiva”. (Carsud,1996)
Empresa familiar é aquela que, na pratica, é controlada por uma única família. (Berry,1999).
Empresa na qual os membros da família têm controle legal sobre a propriedade. (Lansberg, Perrow e Rodolsky, 1988).
Empresa na qual só uma família possui a maioria da capital e tem o controle total. Os membros da família formam parte da diretoria e tomam as decisões mais importates. (Gallo e Sveen, 1991)
Empresa da qual os membros de uma ou duas famílias são proprietários e diretores. (Stem, 1996)
Empresas que será transferida à geração seguinte da família para que a dirija e controle (Ward, 1989)
Organização na qual as principais decisões operacionais e os planos de sucessão da diretoria são influenciados pelos membros da família que formam parte da diretoria ou do conselho de administração. (Handler, 1989)
Empresa familiar é a que foi fundada por um membro da família e foi transmitida, ou fundadores originais terão a propriedade e o controle da empresa. Os descendentes do fundador ou fundadores originais terão a propriedade e o controle da empresa. Alem disso, membros da família trabalham e participam da empresa e dela se beneficiam. (Bork, 1986)
Propriedade, gestão e continuidade são os definidores da natureza familiar de uma empresa. Nesse sentido, alguns autores consideram que uma empresa é familiar se a propriedade pertencer à família, outros consideram familiar a partir do momento em que os gestores participam das tarefas, direção ou da transferência da empresa a futuras gerações.
No entanto, diversos autores tem defendido a idéia de que não é possível, nem correto estabelecer uma fronteira nítida que permita distinguir e separar as empresas familiares das empresas não-familiares.
Segundo Astranchan, Klein e Smyrnios (2002, p. 46), partir da idéia de que exista a dicotomia empresas familiares e empresas não-familiares, quando não existe uma fronteira clara entres elas, cria ainda mais problemas a serem solucionados.
Nesse sentido, acredita-se que seria mais adequando à realidade estabelecer um continuo (mais ou menos) para definir essas empresas, em vez de classificá-las dicotômica (empresa familiar – empresa não-familiar).
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