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A História das Coisas

Por:   •  26/8/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.287 Palavras (6 Páginas)  •  176 Visualizações

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A história das coisas. The history of stuff (Título Original). Produzido Annie Leonard. EUA 2007. 21:17 min. Vídeo de internet.

Esse curta trata do complexo sistema que vai da extração, passa pela produção, distribuição, consumo e acaba no tratamento do lixo. Segundo o mesmo, esse sistema é explicado nos livros de forma inadequada, que ignoram aspectos importantes, como as pessoas que participam dessa engrenagem e os limites impostos pela natureza, por exemplo.

A partir do filme, é possível compreender a relação estabelecida entre os problemas ambientais e sociais e a necessidade urgente de criarmos um mundo sustentável e justo. Como ponto central desse sistema analisado, o coração que o impulsiona, concentra-se no consumo, o qual fora muito incentivado após a 2ª Guerra Mundial. No mundo atual, quem não contribui para “a seta dourada do consumo” não tem valor algum, pois quem não consome não é percebido pela sociedade consumista do mundo capitalista, e para que os indivíduos comprem e gastem cada vez mais, diversas ações são postas em práticas com vistas à obsolescência (planejada e perceptiva) dos produtos. Nesse ponto, a mídia desempenha papel fundamental, pois bombardeia os telespectadores com anúncios de produtos e serviços, dizendo a eles que tudo o que temos e somos está errado (cabelos, roupas, sapatos...) e por isso precisamos consumir, consumir e consumir, só para ter uma ideia, apenas 1% do que é comprado no mundo inteiro continua sendo utilizado depois de 6 meses. Ou seja, em 6 meses, trocamos 99% daquilo que consumimos, de uma simples camiseta a um ônibus! Mas o resultado que o consumismo exagerado traz não é mostrado. Ela diz que "durante as três últimas décadas, foram consumidos 33% dos recursos naturais do planeta" que "só na Amazônia, perdemos 2.000 árvores por minuto. O equivalente a um campo de futebol por minuto!"

O que não previram os economistas é que, além dos danos ambientais e sociais já discutidos, esse sistema também seria um grande gerador de transtornos psicológicos. Claro, além da obsolescência programada, deve existir, também, a obsolescência percebida, ou a sensação de que o produto que temos, por mais útil que continue sendo, por mais funcional, deve ser trocado por um novo, com mais funções, mais bonito, menor e mais leve e mesmo assim, uma eterna insatisfação pelo fato de nunca estarmos completos em nosso papel de consumidores se instala em nosso interior,  pois além de termos que trabalhar tanto para comprar tudo que queremos, que já não nos sobra mais tempo para estarmos com a família, com os amigos e para nosso lazer – coisas que, com muito menos dinheiro, nos fariam muito mais felizes.  

O problema é que esse modo de vida se enraizou em nossa cultura, e, por mais que não percebamos, deixamos de ser pessoas para nos tornarmos consumidores, estatísticas de compra e venda de uma marca. E sabe aquela crença popular de que as coisas são feitas para quebrar no dia em que a garantia acaba? Será que é uma crença popular ou é tudo planejado mesmo? No universo do desenho industrial, isso se chama obsolescência planejada e faz parte de toda essa ideologia neoliberal de consumir para girar a economia.      Isso ocorre porque para que sejam produzidas tantas coisas, temos que extrair matéria-prima da natureza e por isso cortamos árvores, explodimos montanhas para pegar os metais que estão lá dentro, usamos toda a água e exterminamos todos os animais, e o mais assustador é que tudo isso acontece no ritmo de um sistema linear contrariando o ritmo da natureza que se recupera num sistema cíclico.

Isso acontece por exemplo, no país que mais produz lixo do mundo, os EUA. Segundo ela, hoje, somente 4% das florestas nativas seguem existindo na nação, 40% da água já não é potável e, além disso, 5% da população mundial vive por lá, mas eles utilizam 30% dos recursos naturais e geram 30% do lixo mundial. Pense que, se todos os países consumissem nessa mesma proporção, seriam necessários de 3 a 5 planetas a mais para suprir nossa necessidade. Pena, pois só temos um... o pior de tudo isso, é que no atual estágio da globalização, quando um país se aproxima de seus limites em termos de recursos naturais, ao invés de repensar esta forma de vida, sai em busca de países mais pobres financeiramente (apesar de mais ricos em recursos naturais) para explorarem de forma totalmente injusta e abusiva.  

Outra importante questão levantada pelo vídeo é “nesse mundo de consumo, todas as pessoas envolvidas têm o mesmo valor?” Como relata Annie, “algumas pessoas nesse sistema têm mais valor que outras, algumas têm um pouco mais de poder” o que nos faz refletir a respeito de quem são essas pessoas. Annie nos mostra como, nos dias de hoje, o governo, que deveria ser “do povo, pelo povo e para o povo”, se vê reduzido em poder e influência, perdendo para as grandes corporações. Ela apresenta um dado interessante: das 100 maiores economias do mundo, 51 são corporações, ou seja, a maioria dos países do mundo são muito mais pobres do que as grandes corporações. Annie acrescenta também que “como as corporações tem crescido em tamanho e poder, temos visto pouca mudança no governo e que eles estão um pouco mais preocupados em garantir que tudo funcione para aqueles caras das grandes e poderosas corporações do que para o povo”.          

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