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A Origem do Acarajé

Por:   •  25/5/2018  •  Resenha  •  714 Palavras (3 Páginas)  •  246 Visualizações

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Foi preciso despir um santo para vestir outro

A origem do acarajé começou na África, os escravos que trouxeram para o Brasil, especificamente para a Bahia. Esse bolinho(acarajé), era conhecido como Acará para comer juntos, servido puro ou com pimenta. De acordo com a lenda africana, depois que Iansã separou de Ogum, ela foi para determinada cidade ,como era ousada fez um experimento antes de Oxum embebedou um algodão com dendê e colocou fogo soprando com a boca dando início uma cerimônia que lembra o acarajé.

Muito popular na Bahia essa iguaria é feita com azeite de dendê e oferecida no terreiro de candomblé a deusa Iansã.

O acarajé não tem só valor nutritivo, tem também valor simbólico, cultural, social e de comida de  santo.

Algumas comidas (como o acarajé), tem todo um ritual para ser preparada e com a orientação de Pai e Mãe de Santo.

Dona Inácia que é uma baiana veio para Minas com parte da sua família, e veio para Belo Horizonte, na sua bagagem trouxe apenas o bolinho mágico e a rua.

Em meados de 1969, na Praça da Liberdade em Belo Horizonte, surgiu a feira hippie, a sobrinha da Dona Inácia conseguiu uma vaga na feira ( das seis disponíveis). Então desde o início da feira a dona Inácia em meios das artes, elementos hippies e artesanato, surgiu com elementos culinários.

Com um tempo a feira foi perdendo sua origem por esse motivo entre vários, ela passou para a Afonso Pena. Com essa mudança a qualidade dos produtos foram perdidas, até o acarajé da dona Inácia perde um pouco suas raízes e passa a ser seu ganhar m pão, mas, a luta da Dona Inácia para regularizar na feira hippie foi uma tarefa difícil.

Todos integrantes da feira são descendentes diretos ou agregados de Dona Inácia, criando assim um ambiente familiar, de amizade é carinho. O acarajé mineiro teve sua receita modificada revela; só a adaptação ao gosto dos mineiros, um afastamento da sua filiação divina, mesmo ao ser vendido no contexto profano, o acarajé ainda é considerado pelas baianas uma comida sagrada.

O vestuário das baianas, característica dos ritos do  candomblé, estabelece também um forte elemento de identificação desse ofício, sendo  composta por turbantes, panos e colares de conta que simbolizam a intenção religiosa das  baianas. Além destes adereços.

O acarajé deixa de ser comida de santo e se transforma em um meio de sustento para a família  evangélica que não usa a vestimenta de baiana, própria do candomblé, e que incorpora em  suas narrativas a preocupação com o negócio. Agora não mais importa os elementos do  Candomblé, pois o avental, o jaleco e o boné são símbolos mais importantes, porque denotam  limpeza e higiene e, para legitimar esse afastamento simbólico, o bolinho é refeito sob a ideia  de que é isso que os clientes procuram, limpeza e não religiosidade afro.  

Essa é outra história interessante. As baianas da Feira Hippie sentem necessidade de  reforçarem suas origens baianas, mas em termos territoriais, ou seja, ser nascida na Bahia.  Mas por outro lado, negam o ser baiana, filha de santo. Nenhuma delas segue o Candomblé. A  maior parte é evangélica, porém, como o acarajé é uma comida típica da Bahia, todas elas  sentem a necessidade de manter uma relação com a Bahia.  E o uso dos adereços da  baiana é meramente estético, não guarda em si nenhuma relação com a religiosidade. Assim,  os evangélicos “baianos do acarajé mineiro” retiram o resto de santo que tinha na comida ao  reconstruir outra noção do que significa o bolinho de feijão fradinho. Então, o bolinho  mágico se torna, simbolicamente, abençoado.

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