A QUALIDADE DE VIDA SOB A LENTE DE UMA ORGANIZAÇÃO SOCIAL.
Por: alima17 • 16/9/2016 • Seminário • 3.526 Palavras (15 Páginas) • 443 Visualizações
A QUALIDADE DE VIDA SOB A LENTE DE UMA ORGANIZAÇÃO SOCIAL.
TRABALHO EAD METODOLOGIA DA PESQUISA.
GABRIELA MACEDO
Introdução:
Conforme Rodrigues (apud HANDY, 1978), o trabalho organizacional faz parte da vida de todo ser humano, sendo o que torna mais agradável ou não é a qualidade de vida que o ambiente de trabalho propicia ou não. Porém, tal prática, não apresente um consenso, quanto a sua conceituação, mas como aponta Fernandes (2002), dentre as mais diferentes opiniões observa-se aspectos em comum como: a conciliação dos interesses dos indivíduos e das organizações, a satisfação dos trabalhadores e a alta produtividade da empresa.
Ainda conforme, Limongi (2010), as necessidades das pessoas e os novos desafios no trabalho têm estimulado a estruturação das atividades de qualidade de vida nas empresas, caracterizando uma nova competência, uma nova especialização gerencial, estimulando a ideia que a gestão da qualidade de vida dá-se com um conjunto de ações, dentre elas a implantação de melhorias e inovações gerencias, tecnológicas e estruturais no ambiente de trabalho, bem como, o diagnóstico do ambiente de trabalho, priorizando absolutamente o bem-estar das pessoas da organização.
Observa-se, com os grandes avanços tecnológicos e econômicos que as organizações vêm passando que estas se encontram em uma corrida acirrada em direção a melhores métodos, principalmente no que tange o setor de produção, buscando o alcance de resultados desejados, sendo que tal perspectiva, às vezes pode resultar no esquecimento de práticas, junto aos colaboradores que representam um dos principais ativos da organização, o que pode resultar na perda de qualidade de vida do colaborador junto a mesma. Neste sentido colaborando nesta linha de pensar, Thomaz (2002, p. 28) defende que embora o resultado seja muitas vezes mais significativo do que o meio que o concretizou, é preciso manter-se a visão de que o trabalho deve dar sentido para quem exerce, sendo esse uma fonte de experiências de relações humanas satisfatórias, pois, se é na empresa que o funcionário passa maior parte de seu tempo e divide seu espaço com os demais colegas, e se estes indivíduos se encontrarem em um ambiente satisfatório que lhe ofereça condições para execução de suas tarefas de forma mais agradável, certamente este trabalho será mais gratificante para ambas as partes, visto que irão refletir em bons resultados financeiros e sociais para sua organização.
Corroborando neste sentido, buscando através de sua definição abranger sua amplitude WALTON apud RODRIGUES (1999: 81), considera que “a expressão Qualidade de Vida tem sido usada com crescente frequência para descrever certos valores ambientais e humanos, negligenciados pelas sociedades industriais em favor do avanço tecnológico, da produtividade e do crescimento econômico”. Neste sentido Rodrigues (1999, pg. 76) assegura que a qualidade de vida tem sido uma preocupação eminente do homem, sempre voltada para acarretar satisfação e bem estar ao colaborador no cumprimento de sua função, pois na verdade, essa preocupação em diminuir os esforços dos trabalhadores vem desde os ensinamentos de Euclides, a 300 anos a.c, para explicar que até mesmo nas civilizações mais antigas, já existiam métodos aplicados para a minimização do mal-estar dos trabalhadores (FRANÇA,2010, pg. 167).
Ainda o mesmo autor, França (2010), aponta que se pode analisar a qualidade de vida de maneira simples, observando-a através das condições de saúde física, remuneração, habitação, e a busca dos sentimentos humanos e as percepções das experiências vividas. Pois quando falamos em QVT, não podemos só pensar em tranqüilidade, pois, além dos seus benefícios, ela traz consigo muitos malefícios que são prejudiciais à saúde, os quais chamamos de fatores cruciais de trabalho, ou seja, exemplificando com a nossa realidade, nos nossos empregos quando somos bem remunerados, com boa motivação ocupacional, sem sobrecargas de funções, enfim, temos todos os motivos possíveis para ter-se uma boa qualidade de vida, mas quando não possuímos isso, passamos por momentos muito ruins até mesmo em termos de saúde física e mental. Sendo que tal citação nos remete, ao cenário mencionado por Maslow (1954 apud Fernandes, 1996), os quais apontam os fatores determinantes da Qvt que podem ser definidos por um conjunto de cinco necessidades descritas em sua pirâmide:
[pic 1][pic 2][pic 3]
FIGURA 01 – Pirâmide da hierarquia das necessidades humanas, segundo Maslow.
Fonte: http://estagiocewk.pbworks.com/f/1285118984/MASLOW.jpg
Neste contexto, que a se insere a presente pesquisa a cercar de investigar a temática, sobre a qualidade de vida, que nortear em analisar especificamente, qual a percepção dos integrantes do projeto Profissão Catador, de como a entidade está trabalhando com tal ferramenta de gestão de pessoas e quais os impactos desta com seus colaboradores e como os colaboradores enxergam tais práticas. Desta forma, a presente pesquisa terá como objeto de estudo, os colaboradores, que integram o projeto profissão, junto a duas associações: (i) Bairro de Fátima e (ii) Acelino Flores, que representam uma parcela bem significativa do setor.
Hoje o projeto Profissão Catador, tem como objetivo, contribuir para a construção de alternativas coletivas para a organização dos Catadores de Cruz Alta, através da criação de associações para a coleta, separação, armazenamento e comercialização de materiais recicláveis. Na atualidade a associações constam com a colaboração de pessoas de ambos os sexos e varias idades que encontraram, na reutilização, de matéria retornáveis uma opção de geração de trabalho e renda, ao mesmo tempo a associação, tem enfoque da economia popular solidária e da participação/colaboração de outras entidades engajadas na causa, pois ao mesmo tempo, que buscam uma maior valorização e reconhecimento perante a comunidade, e por trabalharem em condições adversas e por estarem expostos a agentes físicos e ambientais precisam de uma atenção especial, no que tange ao local de labor e, por conseguinte a práticas de QVT, a fim de transformar tais adversidades em fatores impulsionadores. Assim, buscando, tornar viável a realização da presente pesquisa, formulou-se a seguinte questão de pesquisa, que irá orientar a investigação: Qual a percepção dos colaboradores integrantes do projeto profissão catador, que são responsável direta e indiretamente pelas questões de higienização, organização e limpeza, e práticas sustentáveis de nossa cidade percebem a ferramenta, de gestão de pessoas voltada a prática de Qualidade de Vida no Trabalho com seus colaboradores?
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