A UTILIDADE DAS METÁFORAS NA CRIAÇÃO DO CONHECIMENTO
Por: liliansegninirod • 15/9/2016 • Resenha • 1.140 Palavras (5 Páginas) • 514 Visualizações
Mestrado Profissional em Gestão de Organizações e Sistemas Públicos[pic 1]
Aluna: Lilian Segnini Rodrigues
Resenha Crítica
Bibliografia utilizada: MORGAN, Gareth. Paradigmas, metáforas e resolução de quebra-cabeças na teoria das organizações. In: CALDAS, M. P.; BERTERO, C. O. (Ed.). Teoria das Organizações. São Paulo: Atlas, 2007. 360p.
A UTILIDADE DAS METÁFORAS NA CRIAÇÃO DO CONHECIMENTO
Gareth Morgan, em seu artigo “Paradigmas, metáforas e resolução de quebra-cabeças na teoria das organizações”, assim como em sua consagrada obra, o best-seller “Imagens da Organização”, nos faz refletir sobre a importância do uso de metáforas como forma de analisar e compreender as mais variadas formas de organizações.
Morgan é um profundo conhecedor da teorização organizacional. Consultor de administração e professor emérito da Universidade de York, Morgan formou-se em Economia pela London School e estudou Ciência Organizacional na Universidade do Texas. Atualmente é membro vitalício da Academia Internacional de Administração.
Nesse artigo Morgan procura demonstrar que, embora as escolas de pensamento da teoria das organizações se concentrem em quatro diferentes tipos de paradigmas, toda teoria organizacional se baseia em metáforas, ou seja, é metafórica.
O autor inicia seu texto com uma ilustração de Mannhein que demonstra como os modos de pensar sobre o mundo são mediados pelo ambiente social e como a aquisição de novos modos de pensar depende de um afastamento da antiga visão de mundo. Posteriormente, Morgan define os elementos que compõe seu artigo: paradigmas, metáforas e resolução de quebra-cabeças que, segundo ele, são os três conceitos essenciais para se compreender a natureza e a organização da ciência social.
Morgan define paradigmas como realidades sociais alternativas e, se utilizado em seu sentido metateórico ou filosófico, denota um visão implícita ou explícita da realidade. Por serem visões de mundo (realidades alternativas), os paradigmas estão em um nível superior, seguidos das metáforas, que estão em um nível intermediário e representam as bases das escolas de pensamento. No terceiro nível estão as atividades de resolução de quebra-cabeças (investigações), baseadas em ferramentas e textos específicos.
Segundo o autor, em um estudo realizado juntamente com Gibson Burrell, em 1979, as teorias sociais e das organizações podem ser utilmente analisadas em termos de quatro amplas visões de mundo, ou paradigmas: funcionalista, interpretativista, humanista radical e estruturalista radical. Resumidamente, os paradigmas em questão podem ser compreendidos da seguinte forma:
- Funcionalista: Pressupõe que a sociedade é concreta e real e possui um caráter sistêmico, objetivo e regulador. Está interessado em compreender a sociedade de maneira que produza conhecimento empírico útil.
- Interpretativista: Se baseia na visão de que o mundo social é duvidoso e a realidade social não é concreta. Também tem caráter regulador, mas subjetivo.
- Humanista radical: Enfatiza que a criação social da realidade é influenciada por processos psíquicos e sociais alienantes e de dominação. Possuí caráter subjetivo e de mudança radical. Está interessado em descobrir como as pessoas podem associar pensamento e ação como um meio de transcender sua alienação.
- Estruturalista radical: Possuí caráter objetivo e de mudança radical. Do mesmo modo que o paradigma humanista radical, fundamenta-se na visão de que a sociedade é uma força potencialmente dominadora, mas está vinculada a uma concepção materialista do mundo social.
A partir daí, Morgan passa a conceituar metáfora e a mostrar a sua importância para o processo de construção do conhecimento, enfatizando que, embora as visões de mundo sejam diferentes e muitas vezes antagônicas, todas se utilizam das metáforas (construtos simbólicos) para estabelecer relações concretas entre o mundo subjetivo e o objetivo. Nesse sentido, a metáfora é considerada uma forma criativa que produz seu efeito pela intersecção ou sobreposição de imagens, afirmando, por exemplo, que o objeto A é ou se assemelha a B, onde os processos de comparação, substituição e interação entre as imagens A e B atuam como geradores de um novo sentido. Portanto, isso demonstra que a metáfora exerce uma influência importante sobre o desenvolvimento da linguagem, bem como contribuí para uma visão da investigação científica como um processo criativo em que os cientistas veem o mundo metaforicamente e utilizam essa imaginação para o processo de construção teórica, baseando-se em insights associados a diferentes metáforas.
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