A estrutura organizacional do estado brasileiro
Tese: A estrutura organizacional do estado brasileiro. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: clclacerda • 22/9/2014 • Tese • 2.111 Palavras (9 Páginas) • 378 Visualizações
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Perfil de atendimento de uma UPA e seu impacto na saúde pública
Nataly Damasceno Figueiredo, Larissa Maria Isaac Maximo, Maria Eduarda Pereira de Queiroz, Kallyana MENEZES PINHEIRO de Oliveira, Fabiana Zarur KORNALEWSKI, Luciana Soares Ribeiro, Rosalva Araujo
Última alteração: 2012-03-29
Resumo
O arranjo organizacional do Estado brasileiro que dá suporte à efetivação da política de saúde no Brasil é o Sistema Único de Saúde (SUS). Ele consta de um conjunto organizado e articulado de serviços e ações de saúde e coordena tanto o conjunto de organizações públicas de saúde existentes nos âmbito municipal, estadual e nacional, quanto serviços privados de saúde que o integram de forma complementar, quando contratados ou conveniados para tal fim. A estrutura do SUS originalmente conta com uma proposta de regionalização e hierarquização onde a atenção primária funciona como a porta de entrada. Sendo responsável por atividades, como a prevenção de doenças, o diagnóstico e o tratamento precoce de patologias agudas, o controle e acompanhamento de patologias crônicas, devem ter como conseqüência a redução das internações hospitalares por esses problemas. Entretanto, crises nesse sistema levaram à abertura de grandes unidades hospitalares de urgência, estimulando a procura de hospitais terciários como acesso mais rápido. Para combater essa situação, as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) seriam responsáveis por receber casos de pequena e média urgência, desempenhando importante papel no atendimento secundário de urgência. As UPAs configuram uma rede de atenção a urgência, com acolhimento e classificação de risco em todas as unidades que estão estrategicamente implantadas. A dinâmica de atendimentos está diretamente relacionada ao trabalho do Serviço Móvel de Urgência – SAMU que organiza o fluxo de atendimento e encaminha o paciente ao serviço de saúde adequado à situação. O objetivo do estudo foi descrever o motivo da procura e o perfil dos usuários de uma Unidade de Pronto Atendimento, localizada em um bairro da zona Norte do Rio de Janeiro, assim como, o destino ou encaminhamento dado a esses usuários. Para isso, realizou-se um estudo transversal descritivo, tendo como público-alvo pacientes atendidos na UPA e, para isso, analisou-se boletins de atendimento referentes ao mês de setembro de 2011. Os dados foram armazenados e analisados através do programa Epi Info, versão 3.5.1. Dos 182 prontuários, 73,3% eram da Clínica Médica, 15,6% da Pediatria e 10,0% a Odontologia. A média de idade foi de 33,69 anos (DP± 20,44) e 50,5% eram do sexo masculino. Em relação à residência, 54,2% eram moradores da área programática (AP) 3.3 (destes, 15,3% eram do bairro de Madureira), mesma área da UPA; e 25,4% da AP 4.0 (sendo 14,2% da Praça Seca). Em relação à evolução, 84,0% dos pacientes receberam alta, 9,4% encaminhados para unidade básica e 0,6% transferidos para unidade de internação. Quanto ao diagnóstico do atendimento, observou-se que 18,1% eram infecções de ouvido, nariz ou garganta; 10,4% mialgia ou artralgia; 9,9% infecções da pele e do tecido subcutâneo; 9,3% problemas odontológicos e 7,1% gastroenterites infecciosas e outras complicações. Ao analisar o perfil de atendimento da UPA estudada, observa-se que a maioria dos atendimentos ocorre na Clínica Médica, apresentado um papel significativo em relação ao total de pacientes atendidos diariamente. A média de idade é relativamente baixa, indicando que também existe uma demanda importante de pacientes mais jovens, refletindo a importância de um investimento para essa população, seja por meio de programas assistenciais ou prevenção primaria destinada a faixas etárias especificas, com base nas suas queixas principais, sem deixar de investir na saúde dos mais idosos. A proximidade da UPA com o local de residência também pode ser apontada como uma característica que merece destaque, uma vez que cerca da metade dos pacientes atendidos na UPA moram na Área Programática em que a UPA se localiza (3.3). Além disso, esses dados demonstram que em algumas áreas o sistema de saúde se mostra deficiente, afinal elas se locomovem para outra área programática a fim de serem atendidas. Dessa maneira, a proximidade da UPA com o local de residência consegue cumprir com a sua tarefa de exercer atendimentos secundários de urgência, reduzindo o tempo de trajeto em busca de atendimento. A evolução dos pacientes, em sua maioria, tem como final a alta hospitalar. Entretanto, nota-se que é pequena a porcentagem de encaminhamento dos pacientes aos serviços de atenção básica, atitude que se fosse realizada devidamente, poderia reduzir a demanda de atendimentos de urgência e melhorar a qualidade de vida e sobrevida dos mesmos. No que diz respeito às queixas principais dos pacientes, a maioria destas poderia ser evitadas ou minimizadas por meio da adoção de estratégias de atenção básica e da prevenção primária. Isto é, seria necessária uma ampliação do sistema básico de assistência à saúde da população do Rio de Janeiro, de maneira que fosse possível expandir as áreas com cobertura adequada de assistência primária e uma melhora na qualidade da assistência. Além disso, uma mudança na cultura da população, estimulando a mesma a freqüentar continuamente os programas de saúde e não somente em situações emergenciais. Essas medidas implicariam numa otimização do controle de doenças e potencial economia de recursos, evitando a saturação do atendimento das UPAs. No que diz respeito ao destino desses pacientes após o atendimento inicial feito pela Unidade de Pronto Atendimento, percebesse que apenas uma pequena parcela dos usuários são encaminhados para uma Unidade de Atenção Básica. O ideal seria que as UPAs estimulassem esse maior contato da população com a saúde primária, isso seria possível através de um encaminhamento para esse tipo de acompanhamento quando se constatasse que o usuário não tinha acesso ou conhecimento sobre o mesmo. Contrapondo isso, vemos que a maioria dos pacientes da UPA recebeu alta sem nenhum encaminhamento para a atenção primária. A transferência para unidades
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