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Analise das demonstrações financeiras

Por:   •  24/8/2017  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.645 Palavras (7 Páginas)  •  262 Visualizações

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Bancos e instituições financeiras:

Os bancos e instituições financeiras são supridores de fundos para as empresas. Fornecendo empréstimos e financiando bens, os bancos representam o principal grupo de usuários de análise financeira. Como intermediários financeiros, os bancos captam recursos dos depositantes e emprestam tais fundos aos clientes tomadores, que fazem uma promessa de pagamento desses fundos em determinada data futura.

O Banco Central do Brasil (BACEN), através da Resolução nº 2682/99, determina que os bancos devem classificar suas operações e fazer a provisão para perda com crédito. A escala de rating definida pelo BACEN (AA, A, B, C, D, E, F, G e H) considera os dados financeiros da empresa. Desse modo, a análise financeira feita por um banco deve chegar a uma classificação de risco que vai interferir no patrimônio líquido do banco em decorrência da provisão para perdas com créditos de liquidação duvidosa.

Fatores como situação econômico-financeira, grau de endividamento, capacidade de geração de resultado e fluxo de caixa estão entre as exigências do BACEN na análise que leva à classificação do risco do cliente e do garantidor. Independentemente da exigência do BACEN, os bancos precisam usar a análise financeira para avaliar a capacidade da empresa de gerar caixa para honrar o compromisso no vencimento. A qualidade da carteira de crédito do banco dependerá de sua capacidade de avaliar os riscos dos clientes através da análise financeira.

A análise de crédito abrange outros componentes como o segmento em que a empresa atua, sua capacidade gerencial e o caráter de seus administradores. A capacidade de o banco avaliar o risco de seu cliente é um componente do risco de crédito.

O spread (diferença entre a taxa de captação e a de aplicação) do banco é prêmio pelo risco que o banco corre. Os empréstimos para suprimento das necessidades de capital de giro das empresas tendem a ser de curto prazo, incluindo o desconto de recebíveis. Na análise dos empréstimos de curto prazo, os bancos valorizam os dados contábeis retrospectivos da empresa. Por outro lado, na análise de financiamento de bens por prazos longos, além da análise retrospectiva, é necessária uma avaliação adequada da capacidade de geração de caixa pelo projeto, com ênfase na análise prospectiva.

Historicamente, o desenvolvimento da análise financeira é associado ao sistema bancário internacional. Na segunda metade do século XIX, os banqueiros americanos passaram a exigir das empresas as demonstrações financeiras, visando a suas avaliações. No início do século XX, proliferam os chamados índices financeiros, que nas décadas de 20 e 30 tiveram seus grandes momentos de crescimento.

No Brasil, até a década de 60, a análise de crédito feita pela maioria dos bancos consistia basicamente nos serviços de cadastro, que pesquisavam o comportamento dos clientes, por meio do processo de troca e obtenção de informações sobre pontualidade, operações efetuadas e outras informações dessa natureza. Certamente, a vinda de bancos estrangeiros para o Brasil disseminou o uso da análise financeira no mercado bancário brasileiro. Atualmente, conforme já mencionamos, o BACEN obriga ao uso de critérios de classificação de risco para os bancos que operam no Brasil.

Adicionalmente, há uma tendência muito clara na formação técnica do gerente de banco, que, além de cumprir suas metas de negócios, precisa ser capaz de julgar tecnicamente o risco inerente a cada operação de crédito que efetua. Desse modo, o domínio dos conceitos de análise financeira é necessário ao gerente de banco, tanto para manutenção de um diálogo inteligente com o executivo financeiro da empresa-cliente, quanto para avaliação das condições gerais de risco de cada negócio e do conjunto de negócios. É claro que, inclusive do ponto de vista comercial, o conhecimento adequado de cada cliente é indispensável para um bom atendimento às necessidades do mesmo.

Aos bancos, a responsabilidade é muito grande à medida que emprestam o dinheiro da sociedade, que é captado por meio de depósitos a vista e a prazo. Uma postura profissional e séria não permitirá que o dinheiro dos depositantes seja entregue às empresas ou pessoas que não estejam dispostas a fornecer dados e a prestar informações sobre sua idoneidade e sua competência para pagar tais empréstimos.

Não caberá ao sistema bancário a alegação de que as demonstrações financeiras das empresas não correspondem à realidade de seus negócios, mas compete-lhe exercer sua parcela de influência e de pressão para que tais relatórios correspondam cada vez mais à realidade dos fatos.

As agências nacionais e internacionais de “rating”:

São empresas contratadas para emissão de um rating (classificação de risco).

As três maiores empresas são a Standard & Poor, a Moody e a Fitch IBCA. A Moody e a Standard & Poor são norte-americanas, enquanto a Fitch IBCA resultou da fusão da IBCA, do Reino Unido, com a Fitch Investors Service de New York.

O serviço de rating fornece vantagens para vários grupos de interessados.

Para uma empresa ou um banco emissor de títulos ou tomador de recursos no mercado, o rating fornece ao investidor ou ao credor uma avaliação independente e externa dos riscos de sua empresa, ao mesmo tempo em que possibilita expansão do universo de investidores e fornecedores de fundos.

Para o investidor ou fornecedor de fundos (credor), o rating fornece uma medida objetiva de avaliação de risco e propicia subsídios para definição do retorno desejado.

Fornece também parâmetros homogêneos na classificação do risco de empresas ou bancos diferentes. Possibilita maior liquidez no mercado secundário de títulos. Os custos relativos aos serviços de rating são pagos pelo emitente ou tomador de recursos, que é quem contrata a empresa especializada para a prestação dos serviços. Por outro lado, há agências que desenvolvem análise financeira (incluindo a classificação de risco) e vendem seus relatórios às empresas que vão conceder crédito.

Veracidade das informações contábeis:

Muitas vezes as pessoas argumentam que as demonstrações contábeis não refletem a real situação da empresa. Há um processo de conscientização da classe de contabilistas no sentido de que as demonstrações contábeis passem a refletir as reais situações

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