Analise do Ciclo de Vida e Logística Reversa

Introdução

        Nos dias atuais existe um a pressão muito grande quanto a utilização de produtos e a sua destinação final. Os impactos gerados pelos produtos destinados de forma incorreta vem gerando grandes problemas e discussões acerca do assunto.

        Dentro desse cenários os resíduos sólidos vem ganhando destaque no cenário econômico mundial, tanto na crescente quantidade assim como a sua destinação de forma incorreta. Como forma de contra ataque veio a concepção da logística reversa, que no quesito ambiental vem sendo uma das solução ao combate a destinação incorreta de resíduos sólidos.

        A proposta da logística reversa apresentada ao cenário do ciclo de vida do produto tem um  papel fundamental em uma das mais completas metodologias  para a avaliação dos impactos ambientais causados pela análise do ciclo de vida (ACV). A ACV é uma metodologia que faz toda a análise da cadeia produtiva ao longo do tempo, proporcionando mostrar os impactos ambientais causados durante todo o processo, objetivando uma produção mais sustentável. A ACV, pode solucionar ou ao menos reduzir os problemas ambientais existentes na cadeia produtiva analisada, apontando as oportunidades para que se minimize ou até mesmo se anulem os impactos ambientais decorrentes desta atividade e dos processos diretamente relacionados a ela.

        O presente trabalho vem mostrar a importância da análise do ciclo de vida do produto e a logística reversa na destinação dos produtos .

Logística Reversa

        A logística reversa surge como o processo oposto à logística convencional, tratando do retorno tanto das mercadorias consumidas (logística de pós-consumo) quanto das não consumidas (logística de pós-venda), repensando a cadeia produtiva no sentido inverso, ou seja, do consumidor à empresa, buscando a reutilização dos materiais e a diminuição das emissões poluidoras (LEITE, 2012).

        Segundo Leite (2003), a Logística Reversa é a área da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, por meio de canais de distribuição reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômico, ecológico, legal, logístico, de imagem coorporativa, entre outros. O conceito de Logística Reversa pode variar de acordo com a visão de cada segmento, visto que empresas distribuidoras podem conceituá-la como o retorno de mercadorias vendidas.  Enquanto que indústrias podem defini-la como retorno de produtos com defeito, isso se deve ao fato de que o ciclo de vida de cada produto é diferente. A natureza do processo de Logística Reversa depende do tipo de material e o motivo pelo qual ele entrou no sistema. Os produtos em geral, retornam devido a uma necessidade de reparo, reciclagem, descarte ou simplesmente porque os clientes os devolveram (GONÇALVES; MARINS, 2006).

        O reaproveitamento de produtos e embalagens tem aumentado consideravelmente nos últimos anos, e isso se deve a diversos fatores, tanto ambientais quanto econômicos e em último caso, o descarte final adequado. Assim, percebe-se que o planejamento reverso utiliza os mesmos processos que um planejamento convencional, tratando de nível de serviço, armazenagem, transporte, nível de estoque, fluxo de materiais e sistema de informação (MUELLER, 2005).

         Portanto, a Logística Reversa é uma ferramenta eficiente e que aliada aos estudos da ACV, dentre outras aplicações de um Sistema de Gestão Ambiental empresarial, demonstra bom desempenho e agregam valor as empresas que utilizam esses princípios, visando uma hábil política de produção, atendendo às exigências ambientais e sociais (DAHER; SILVA; FONSECA, 2006).

        No contexto empresarial esse tema vem sendo tratado com o uma obrigação, já que a legislação que regulamenta a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) obriga a prática da logística reversa para alguns segmentos.  Mais existem outros motivos relevantes que justificam o investimento na avaliação completa do ciclo e vida do produto. São eles:

• Melhorias nos processo , ao observar o retorno de produtos pro problemas de qualidade  ou insatisfação dos clientes
• Melhor aproveitamento da matéria prima
•  Geração de novas receitas
• Melhoria da imagem da empresa
• Diferencial competitivo, já que o monitoramento do ciclo de vida dos produtos provê as empresas informações diferenciadas de uma abordagem tradicional.

Ciclo de Vida de um Produto

        A Análise do Ciclo de Vida do Produto (ACV) consiste em analisar de forma sistemática os impactes ambientais dos produtos (qualquer alteração no Ambiente, tanto adversa como benéfica, global ou parcialmente resultante do produto) em todas as fases do seu ciclo de vida, desde a extração ou síntese das matérias-primas/recursos naturais, passando pela produção, transporte, utilização e destino final dos produtos.

        A ACV também pode ser utilizada como um método de apoio à decisão quanto aos aspectos e impactos ambientais, pois entre outras aplicações propõe-se a contribuir para a solução de questões ecológicas por meio de uma metodologia bem definida (HINZ; VALENTINA; FRANCO, 2006).

        Algumas barreiras para implementação da ACV [...] ainda são destacadas por Barbosa Júnior et al. (2008), dentre as quais destacam-se: a falta de banco de dados sobre impactos ambientais; dificuldades financeiras; e a falta de incentivos governamentais.

        Nesse contexto, de implantação de novas técnicas que possam melhorar o processo industrial, seja pelo ponto de vista ambiental e econômico das empresas, surge a Logística Reversa, um elemento que auxilia a aplicação da ACV assessorando os processos de planejamento, controle de fluxo, estoque de matéria-prima, entre outros aspectos da produção.

         Nas análises do ciclo de vida dos produtos, a utilização do sistema de logística reversa é de grande relevância, pois permite a detecção dos aspectos pertinentes ao meio ambiente em todas as etapas dos seus ciclos de vida, da extração e manufatura ao pós-consumo. Com isso objetivando o uso de tecnologias mais adequadas, proporcionando a redução dos materiais utilizados no processo produtivo, concebendo-os com possibilidade de reuso após o término de sua vida útil, e reaproveitamento mais eficiente de seus componentes e materiais.