As Empresas Pet Friendly
Por: Patricia Ferreira • 11/9/2020 • Trabalho acadêmico • 2.180 Palavras (9 Páginas) • 142 Visualizações
2.3. Empresas pet friendly e alguns impactos da relação da convivência de animais de estimação no ambiente de trabalho
Estudos já comprovaram o quão benéfico os pets são para os seres humanos. Eles auxiliam na diminuição do estresse e da depressão e, muitas vezes, são as melhores companhias que alguém pode ter, trazendo alegria e descontração aos ambientes onde estão inseridos (Exame, 2016).
Pesquisas conjuntas realizadas pela University of Plymouth e pela University of Exeter Medical School mostram que a simples exibição de telas de aquários leva a notáveis reduções na pressão sanguínea e na frequência cardíaca, oferecendo benefícios à saúde e ao bem-estar dos indivíduos (Alan Williams, 2015).
O artigo apresenta ainda o relato da Dra. Sabine Pahl, Professora Associada de Psicologia da Universidade de Plymouth, “(...). Em tempos de maior estresse no trabalho e vida urbana lotada, talvez os aquários possam intervir e proporcionar um oásis de calma e relaxamento.” Complementarmente, o Dr. Mathew White, Psicólogo Ambiental da Universidade de Exeter, disse que as “(...) descobertas mostraram melhorias para a saúde e o bem-estar em ambientes altamente gerenciados”.
Nessa mesma linha de estudo, uma universidade dos Estados Unidos, a Virginia Commonwealth University, realizou uma pesquisa para saber se os pets também seriam capazes de aliviar a tensão das pessoas nos ambientes corporativos (O NEGÓCIO, 2016, s.p).
O estudo foi realizado no Estado da Carolina do Norte e divulgado na revista O Negócio (2016) com o seguinte resultado: sim, os animais de estimação são capazes de trazer mais equilíbrio aos profissionais durante o expediente. Mais que isso, a presença dos pets contribui não só para os campos psicológico e emocional dos seres humanos, como para o fisiológico também.
Segundo os pesquisadores, os níveis de cortisol da saliva dos funcionários foram menores nos dias que os pets estavam presentes, e, como umas das principais funções do cortisol é regular o estresse, fica claro que as pessoas estavam menos estressadas nesses dias. Além disso, o cortisol também ajuda a reduzir inflamações, contribui para o sistema imunológico e é responsável por manter os níveis de açúcar no sangue, regulando a pressão arterial. Ou seja, baixos níveis de cortisol na saliva, representa que os funcionários estavam bem, não havendo a necessidade de o organismo produzir o hormônio, a fim de ajudar a equilibrar todo o resto (O NEGÓCIO, 2016, s.p).
Outro dado interessante da pesquisa, é que o nível de bem-estar da equipe estava tão alto que até a comunicação e as relações interpessoais melhoraram nesses dias, fazendo com que os funcionários interagissem mais uns com os outros (O NEGÓCIO, 2016, s.p).
Ainda de acordo com o mesmo artigo (O NEGÓCIO, 2016, s.p), a Sociedade de Gestão de Recursos Humanos constatou que 7% dos empregadores atualmente permitem que animais de estimação compartilhem o ambiente de trabalho com seus donos. Fato que corrobora com o resultado da pesquisa realizada pela Virginia Commonwealth University.
A reportagem toca em alguns aspectos positivos dessa experiência ao trazer relatos de pessoas que estão acostumadas a ter esse tipo de convivência, como, por exemplo, o caso da gerente de relações públicas, Lisa Conklin, funcionária da empresa Replacements, em Greensboro, Carolina do Norte, que afirma que a política de animais de estimação no trabalho não custa nada à empresa e os funcionários costumam dizer que é o seu privilégio favorito e que também ajuda na retenção de funcionários, embora a longevidade do animal seja pequena. (O NEGÓCIO, 2016, s.p) As informações apresentadas reforçam a possibilidade da política pet friendly ser um programa barato para as empresas que desejam investir em QVT e aumentar os níveis de satisfação no trabalho.
O artigo ainda traz informações acerca da experiência de Kurt Venator, diretor de serviços veterinários da Purina, empresa que possui uma política pet friendly, o qual relata a importância de planejar a recepção de animais de forma cuidadosa e planejada, levando em consideração a opinião dos empregados e também eventuais alergias que possam haver ao pelo de animais.”. Também destaca o caso da empresa Anne Buchanan, que comprou seu próprio prédio para continuar exercendo as políticas dog friendly, uma vez que a maioria das instalações não permitia a presença de animais no local e a organização não estava disposta a abrir mão dos benefícios gerados pela prática.
Outra publicação interessante foi realizada pela revista Época Negócios (2019), a qual retratou diversos aspectos da rotina de empresas pet friendly, apresentando as vantagens de se optar por adotar essa prática e os cuidados de adaptação necessários no ambiente de trabalho antes de se começar essa política.
Em entrevista concedida a revista Época Negócios (2019), John Van Wyk, presidente da Royal Canin do Brasil, disse que: “Os pets promovem a interação dos funcionários e criam um ambiente de trabalho menos estressante. Tivemos um caso de funcionários de equipes diferentes que se conheceram por causa de seus cachorros." (EPOCA NEGÓCIOS, 2019). O relato reforça os dados apresentados em resultados de pesquisas e estudos anteriores, os quais demonstram a importância do convívio com animais de estimação para o bem-estar dos funcionários, satisfação e qualidade de vida no trabalho.
Ainda como exemplos de empresas que adotam a presença de animais no ambiente de trabalho e que não são do ramo pet pode-se citar a Google Brasil, sediada em São Paulo, na qual os cachorros estão liberados desde 2013. Apenas são permitidos no local cães de pequeno e médio porte e, em alguns escritórios do buscador, eles recebem, inclusive, o tratamento de um treinador. Já na Amazon, que também aceita apenas cachorros, eles ganham biscoitos de boas-vindas e têm acesso a fontes de água do tamanho deles. Contudo, esses mimos não chegam nem perto do pacote de benefícios que a Mars oferece aos amigos de quatro patas, dentre os quais está a “Política de Petiqueta” no escritório e a “Licença Peternidade, que permite aos associados tirarem dez horas de licença remunerada quando compram ou ganham um pet novo. (O NEGÓCIO, 2016, s.p).
Outro fato curioso, é o da empresa Workable, de RH, adepta de práticas de políticas de animais no ambiente de trabalho. A organização disponibilizou em seu site informações detalhadas sobre assuntos que devem ser considerados ao se pensar em adotar práticas de políticas pet friendly. Trata-se de um bechmarking para empresas que estejam pensando em adotar essas práticas e retrata como a política é
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