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As Técnicas de Gestão Ambiental

Por:   •  13/9/2018  •  Trabalho acadêmico  •  7.652 Palavras (31 Páginas)  •  265 Visualizações

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Área temática: Abordagens técnicas de Gestão ambiental: Avaliação de impactos ambientais O uso do FMEA como ferramenta de avaliação dos aspectos e impactos ambientais numa indústria de microeletrônica

Leandro Nascimento Oliveira inforleo@gmail.com Universidade Federal de Campina Grande

Lucia Santana de Freitas luciasf@ch.ufcg.edu.br Universidade Federal de Campina Grande

Resumo

Este artigo baseia-se na aplicação da ferramenta de Análise dos Modos de Falhas e seus Efeitos (FMEA) com o objetivo de identificar os aspectos e impactos ambientais numa indústria de microeletrônica localizada na cidade de Campina Grande – PB. Na fundamentação teórica, mostra-se que a FMEA pode ser adaptada para este fim, de forma a analisar os pontos em que uma empresa pode causar danos ambientais, e quais medidas devem ser tomadas para mitigar estes danos, sendo então uma ferramenta útil para a avaliação dos impactos ambientais de processos produtivos. Quanto à metodologia utilizada, foi realizada uma pesquisa caracterizada como exploratória e descritiva, utilizando o método de estudo de caso. Os dados foram tratados de forma qualitativa e quantitativa, através dos parâmetros elaborados com o intuito de mensurar os impactos ambientais, para uso com a ferramenta FMEA. Através da aplicação da ferramenta, foi constatado que a empresa estudada realiza o descarte de diversos tipos de resíduos de produtos químicos, eletrônicos, de embalagens e de materiais usados no processo produtivo a partir dos seus dois processos industriais, gerando 13 tipos de aspectos, sendo 6 considerados como de baixa intensidade, 3 de média ou moderada intensidade e 4 de alta intensidade, dentre os quais 2 dos resíduos e impactos potenciais não são eliminados adequadamente, 6 são eliminados parcialmente, e 5 são eliminados totalmente.

Palavras-chave: FMEA. Resíduos. Aspectos Ambientais. Impactos Ambientais. Práticas Ambienta is.

The use of FMEA as a tool for evaluating the environmental aspects and impacts in the microelectronics industry. Abstract This paper is based on applying the tool of Analysis of Failure Modes and Effects (FMEA) with the aim of identifying environmental aspects and practices in the microelectronics industry in the city of Campina Grande – PB. In the theory, shows that the FMEA can be adapted for this purpose in order to analyze the points at which a company may cause environmental damage and what measures should be taken to mitigate these


damage, and then a useful tool for assessing the environmental impacts of production processes. Regarding the methodology used, we conducted a survey characterized as exploratory and descriptive, using the case study. The data were treated qualitatively and quantitatively using the parameters established with the purpose of measuring the environmental impacts, for use with the FMEA tool. Through the application of the tool, we found that the studied company performs various types of disposal of waste chemicals, electronics, packaging and materials used in the production process from its two manufacturing processes, generating 13 different topics and 6 considered of low intensity, 3 medium or moderate and 4 high intensity, among which 2 of the waste and potential impacts are not properly eliminated, 6 are eliminated partially, and 5 are eliminated altogether.

Keywords: FMEA. Waste. Environmental Aspects. Environmental Impacts. Environmental Practic es.

1. INTRODUÇÃO

O setor de eletroeletrônica vem conseguindo altos índices de crescimento nos últimos anos. Segundo Puga e Junior (2011), este apresenta uma perspectiva de investimento de R$ 33 bilhões entre os anos de 2011 e 2014, com taxas de crescimento de 8,2% frente ao período de 2006 a 2009.

Grande parte desse crescimento é decorrente da criação de uma infra-estrutura de pesquisa e ensino de pós-graduação nas áreas de ciência e tecnologia, pelo aumento do aquecimento no mercado de trabalho, expansão do crédito as pessoas físicas, aumento dos níveis de confiança do consumidor, políticas de transferência de renda, maior acesso da população a bens eletrônicos crescente uso de telefonia, necessidades de equipamentos na área de exploração de petróleo, desenvolvimento do setor de energia elétrica e automotivo, aliados a implantação de Programas Governamentais como o PNBL – Plano Nacional de Banca Larga, e a UCA – Um Computador por Aluno.

Para Tavares (2001), a aplicação dos diversos incentivos no país, permitiu a instalação de muitos empreendimentos nos setores de informática, telecomunicação e eletrônica de consumo, de forma que atendessem a maior parte da demanda interna por produtos acabados, porém com elevado conteúdo de importações e poucas exportações. O setor de eletrônica de consumo opera quase que totalmente instalado na Zona Franca de Manaus, com exceções no Estado de São Paulo, e engloba os segmentos de vídeo, áudio e alguns outros produtos. Em termos de qualidade, esse segmento tem conseguido oferecer ao mercado interno produtos de qualidade semelhante aos produtos internacionais, porém com preços pouco competitivos devido à carga tributária, que acaba influenciando também na capacidade de exportação do país. Entretanto, todo o crescimento do setor eletroeletrônico traz consigo um grave problema que começa a ganhar espaço para discussões, relacionado ao destino do chamado “lixo eletrônico”. Esse lixo contém substâncias tóxicas como o mercúrio, cádmio e chumbo, que podem contaminar o meio ambiente, e seu gerenciamento pressiona as empresas geradoras a buscar soluções para seu controle e descarte. De acordo com Aguilar (2009), os resíduos eletrônicos representam em torno de 5% de todo o lixo produzido pela humanidade. O Brasil produz em média 2,6Kg de lixo eletrônico por


habitante, o equivalente a menos de 1% da produção mundial de resíduos, porém, este número está aumentando; cerca de 50 milhões de toneladas de eletrônicos são descartados por ano em todo o mundo.

Segundo Santos e Souza (2009) até o ano de 2004 foram descartados cerca de 315 milhões de microcomputadores em todo o mundo. No Brasil, neste mesmo período, houve o descarte de cerca de 1 milhão de equipamentos. Isto causa, além da ocupação de grandes espaços, o problema da toxidade de alguns metais pesados que compõem os equipamentos.

Além de todos os materiais que compõem os aparelhos eletrônicos, tem-se também aqueles materiais utilizados no processo de transformação, como óleos para motores, gases expelidos por máquinas, água utilizada em processos de limpeza, dentre outros. Estes materiais indiretos também causam danos ao meio ambiente, e devem ser tratados de maneira adequada, de forma a atender a legislação vigente.

De acordo com Aguilar (2009), o chumbo, o mercúrio, o cádmio, o cromo e o arsênio são metais componentes de computadores que, naturalmente, não fazem parte de nenhum organismo, e não desempenham funções nutricionais e nem bioquímicas, em microorganismos, plantas ou animais. Assim, sua presença ou contato com organismos vivos é extremamente prejudicial. Sua disposição em lixões comuns acaba contaminando o solo e a água. Sua extração do meio ambiente já causa danos, desde o transporte, até o uso de água na fabricação dos bens finais. O mercúrio é muito utilizado em computadores, monitores e TVs de tela plana pode causar danos cerebrais e ao fígado. O chumbo, também muito utilizado, pode causar náuseas, perda de coordenação e memória, podendo levar à morte.

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