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CONTROLE DE QUALIDADE

Por:   •  17/4/2016  •  Trabalho acadêmico  •  4.420 Palavras (18 Páginas)  •  1.560 Visualizações

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CONTROLE DE QUALIDADE

   CONCEITO

O controle de qualidade, segundo Toledo (1987) , trata-se de um processo de regulação por meio do qual procura-se medir o desempenho obtido na produção, comparando com os padrões estabelecidos e tomar ações corretivas visando restabelecer o processo produtivo, buscando a obtenção do produto a nível , definidos pelas especificações do projeto ao mínimo custo.

Segundo Paladini (1990) o controle de qualidade é um processo amplo e complexo, que compreende todos os setores da empresa, direta ou indiretamente, com o objetivo de melhorar a qualidade do produto final. Em outra definição feita por Ishikawa (1993) complementa citando que os padrões industriais japoneses definem que o controle de qualidade é um processo que envolve métodos de produção e que tem como finalidade produzir economicamente bens e serviços de boa qualidade.

Podemos considerar que controle de qualidade é um método controlador para aquelas atividades que visam medir a qualidade do produto através da comparação com o desempenho de padrões pré-estabelecidos permitindo que sejam feitas ações corretivas. Para melhorar e assegurar a qualidade do produto final, devem ser adotados tópicos de um programa de qualidade que, de acordo com Bonansea (1977) são os seguintes:

  • Dirigir o grupo;
  • Inspecionar a matéria prima;
  • Fazer contatos técnicos;
  • Manter um sistema de informações sobre a qualidade do produto;
  • Reunir e divulgar relatórios de qualidade;
  • Reduzir custo de garantia de produto;
  • Divulgar a importância da qualidade do produto.

Então cabe ao controle de qualidade, a gestão das informações necessárias aos setores da empresa responsável pela diminuição das diferenças encontradas entre os resultados das medições e os padrões estabelecidos. De acordo com Bonansea (1977, P.17) , considerando-se o controle de qualidade por meio de uma perspectiva departamentista , trata-se de um grupo de pessoas que atuam coerentemente analisando os resultados de qualidade.

Portando podemos dizer que o controle de qualidade deve ser feito em todas as etapas de produção, incluindo os recebimentos de matérias primas, o processo de transformação e os produtos acabados destinados ao mercado consumidor.

   ERAS DO CONTROLE DE QUALIDADE

No final do século XVIII e início do século XIX a Qualidade era obtida de uma forma bem diferente da que obtemos hoje. A atividade produtiva era artesanal e feita em pequena escala. Os artesãos eram os responsáveis pela construção de qualquer produto e por sua Qualidade final. Com o desenvolvimento da industrialização, e o advento da produção em massa, tornou-se necessário um sistema baseado em inspeções, onde um ou mais atributos de um produto eram examinados, medidos ou testados, a fim de assegurar a sua Qualidade. No início do século XX, o engenheiro e executivo Frederick W. Taylor estabeleceu os Princípios da Administração, legitimaram a função do inspetor conferindo a ele a responsabilidade pela Qualidade dos produtos. A consequência imediata deste estudo sobre os métodos gerenciais foi a separação do planejamento da produção, baseada na concepção de que os operários e os supervisores não estavam preparados para colaborar com o planejamento. Taylor atribuiu a responsabilidade do planejamento a gerentes e engenheiros, deixando aos supervisores e aos operários a execução das tarefas. Até meados do século XX era raro uma empresa apresentar em seu organograma um departamento dirigido à qualidade. Essa função era realizada por inspetores específicos, mas eles estavam espalhados pelos diversos departamentos de produção. Apenas algumas grandes organizações exibiam departamentos de inspeção final e testes, que se reportavam, normalmente, ao superintendente da produção ou ao gerente da fábrica. O sistema criado por Taylor obteve resultados surpreendentes no que diz respeito ao aumento de produtividade e passou a ser o referencial de produção para muitas empresas norte-americanas, espalhando-se pelo mundo. Apesar da significativa contribuição de Henry Ford, o pioneiro da produção em massa, essa talvez tenha sido, segundo Juran, a principal razão da liderança mundial dos EUA, em termos de produtividade. O trabalho de Taylor é fruto de todo pensamento cartesiano que dominou o mundo ocidental. A princípio Taylor aplicou seu método aos departamentos de produção das fábricas. Posteriormente seus seguidores estenderam o conceito para serviços. Aos poucos o sistema taylorista gerou alguns efeitos indesejáveis devido à ênfase dada pela alta gerência à produtividade. Aos inspetores cabia a tarefa de identificação e quantificação das peças defeituosas; estas eram removidas e trocadas sem que se fizesse uma avaliação das causas reais do problema para prevenir sua repetição. O objetivo principal era obter Qualidade igual e uniforme em todos os produtos. Ênfase à conformidade.

Com o crescimento da produção, o modelo baseado na inspeção 100% torna-se caro e ineficaz. Em 16 de maio de 1924, Shewhart, aplicando conhecimentos estatísticos, desenvolve poderosa técnica com a finalidade de solucionar problemas de controle da qualidade da Bell Telephone Laboratories: o Gráfico de Controle de Processo, até hoje utilizado na indústria. Ao publicar um livro, em 1931, sob o titulo "Economic Control of Quality of Manufactured Product", forneceu um método preciso e mensurável para definição do controle do processo, estabelecendo princípios para monitorar e avaliar a produção. Shewart, o mestre de W. E. Deming, foi o primeiro a reconhecer a variabilidade, segundo nível de complexidade, como inerente aos processos industriais e a utilizar técnicas estatísticas para o controle de processos.

Começa a se estruturar o estilo de gestão corretiva: identificar as causas reais e agir sobre elas. Matéria prima, operador e equipamento são algumas das fontes de variabilidade (causas) que podem apresentar variações no seu desempenho e característica e, portanto, afetar o produto (efeito). O conhecimento destas variações permite que a partir da sua quantificação e do estabelecimento de limites estatísticos seja possível manter o processo sob estado de controle. Através dos gráficos de controle de processo é possível identificar, minimizar e, algumas vezes, remover as causas especiais de variação. O advento da 2a. Grande Guerra Mundial exigiu que outras técnicas também fossem desenvolvidas para combater a ineficiência e impraticabilidade apresentada pela inspeção 100% na produção em massa de armamentos e munições. Neste sentido, desenvolveram técnicas de amostragem, nos E.U.A., que tiveram grande aceitação. Programas de capacitação começaram a ser oferecidos em larga escala nos E.U.A. e Europa Ocidental, tanto referente ao controle de processo quanto às técnicas de amostragem. O objetivo principal era controlar a Qualidade através de métodos estatísticos . Ênfase ao controle da variabilidade.

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