Como se caracterizaria a capoeira no contexto brasileiro?
Por: Geovani Alves Brito • 8/3/2022 • Projeto de pesquisa • 627 Palavras (3 Páginas) • 292 Visualizações
AO05: Fórum
Como se caracterizaria a capoeira no contexto brasileiro?
Pode a capoeira ser considerada uma forma de resistência ao racismo no Brasil?
A capoeira faz parte de uma representação cultural de um misto de lutas, musicas, danças e esporte, é caracterizado por movimentos inteligentes e complexos, onde os pés, as mãos e a ginástica acrobática são usadas, difere das outras lutas acompanhadas de música, um dos significado da palavra capoeira está relacionado às áreas florestais dentro do Brasil. A luta defensiva pessoal, que também é reconhecida como uma dança, foi desenvolvida por escravos africanos trazidos para o Brasil, porque aqui era o maior receptor de migração de escravos, aproximadamente 42% de todas as pessoas que eram escravizadas eram enviadas através do Atlântico no decorrer do século XVI, quanto Portugal enviava escravos. A capoeira é interpretada por duas pessoas na frente da metade de uma roda formada por outras capoeiristas, o som de palmas e o berimbaus.
O objetivo do jogo é derrubar o adversário, o berimbau, o principal instrumento que fornece o som característico, é construído por um pedaço de madeira, um pedaço de arame e uma cabaça. A base do jogo é ginga, porque esta é uma forma importante de ataque e defesa do capoeirista. Ao volante da capoeira, o praticante manifesta seu conhecimento e desenvolvimento na atividade, a capoeira desenvolveu principalmente na Bahia e disseminada por vários estados, como o Rio de Janeiro, São Paulo e Pará. A prática da coordenação do motora da capoeira, melhora a flexibilidade, o equilíbrio e a habilidade, alivia as tensões do dia, fornece criatividade e liberdade de movimento.
Nos dias atuais entendemos que a capoeira faz parte da identidade nacional de nosso povo, a capoeira já foi considera como crime em 1890 pelo Código Penal, logo após a abolição da escravatura. Segundo o artigo 402 deste código, ficava proibido:
“Art. 402. Fazer nas ruas e praças públicas exercício de agilidade e destreza corporal conhecida pela denominação Capoeiragem: andar em carreiras, com armas ou instrumentos capazes de produzir lesão corporal, provocando tumulto ou desordens, ameaçando pessoa certa ou incerta, ou incutindo temor de algum mal;”
A luta para que a arte da capoeira fosse reconhecida como esporte e cultura foi travada por diversos mestres, capoeiristas e por artistas. Em 2004 Gilberto Gil então atual Ministro da Cultura, fez na Suíça num evento da ONU que reconheceu mundialmente a pratica da capoeira como componente da formação histórica e cultural de nosso pais:
“Esta é a primeira manifestação do Estado brasileiro em reconhecimento da autenticidade cultural da capoeira. E digo mais: a dificuldade histórica deste reconhecimento pelo Estado se explica justamente pelas origens da capoeira serem parte do contexto sócio-cultural dos negros na sociedade. A capoeira deixa entrever em cada gesto o jogo de lendas e histórias heroicas do martírio do povo negro no Brasil. Chegou o momento de potencializar essa prática cultural milenar, vista apenas como esporte. Que possamos nós, em vez de desapropriar, valorizar essa base cultural imensurável.”
A UNESCO considera a capoeira desde de 2014 como patrimônio imaterial da humanidade, pois, a organização expressa que a capoeira faz parte da resistência negra no Brasil e com esse reconhecimento visa valorizar a herança cultural afro-brasileira. A capoeira esparramou-se por todo o mundo, são grupos dos mais variados que praticam o esporte, sendo que cada qual com suas características especificas e ao mesmo tempo diferentes dos demais. A capoeira e algo que construiu sua história própria ao longo dos séculos, e fruto de longas discussões e independente de tudo o mais interessante e prazeroso e conhecer as origens dessa lua e ao mesmo tempo entende-la com um movimento que contribuiu com a luta da resistência negra na escravatura em períodos sombrios de nossa história, pois, devem ser valorizadas e entendidas como identidade de formação da nossa cultura brasileira.
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