Construindo o conceito de competência

Construindo o conceito de competência

O objetivo principal do artigo é promover o debate sobre competência, trazendo um conceito sob a ótica de vários autores, numa perspectiva em que o indivíduo não se reduz apenas a conhecimentos específicos, mas está associado a todo aprendizado e as atitudes que venham agregar as organizações valor econômico e social.

McClelland definiu a competência como uma característica subjacente de uma pessoa que é casualmente relacionada com o desempenho superior na realização de uma tarefa ou determinada situação, ou seja, competências são desenvolvidas no decorrer do tempo de acordo com as características encobertas de alguém.

Durante a década de 80 foi realizado um novo estudo e identificado um conjunto de características e traços que definem um desempenho superior, este conceito foi pensado como conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes acreditando-se que os melhores desempenhos estão fundamentados na inteligência e personalidade das pessoas.

Todos os conceitos citados acima têm a sua importância, digamos que um não pode caminhar sem o outro, pois além de se ter o conhecimento é necessário se ter atitude para tomar decisões em um ambiente organizacional.

Já em 1995, Lê Boterf trata a competência como uma aprendizagem ao longo da vida do indivíduo, passando pela formação, experiência profissional e vida social.
Por outro lado, há também as competências das empresas, que para manter-se no mercado altamente competitivo, deve estar atenta e buscando aperfeiçoar-se cada vez mais.

Zarifian (1999) diferencia as seguintes competências em uma organização.

• Competências sobre processos: os conhecimentos do processo de trabalho.
• Competências técnicas: conhecimentos específicos sobre o trabalho que deve        ser realizado.
• Competências sobre a organização: saber organizar os fluxos de trabalho.
• Competências de serviço: aliar à competência técnica a pergunta: qual o impacto que este produto ou serviço terá sobre o consumidor final?
• Competências sociais: saber ser, incluindo atitudes que sustentam os comportamentos das pessoas; o autor identifica três domínios destas competências: autonomia, responsabilização e comunicação.

Para desenvolver competências em uma organização é necessário percorrer o caminho que vai da aprendizagem individual para aprendizagem em grupo. Segundo Lyles (1999) a organização pode diferenciar dois níveis do aprendizado, o nível mais baixo, ou o chamado de conhecimento explícito, resultado das repetições e da rotina diária, ou seja, de tanto realizar a mesma tarefa com determinada frequência, aumenta-se a habilidade, e o conhecimento de nível mais alto, chamado de conhecimento tácito, que envolve as crenças e normas, que traz a organização novas referências, novas habilidades.

Porém o que o artigo mostra de mais importante é que a competência pode ser discutida no âmbito individual e no âmbito organizacional. Individualmente espera-se que os profissionais tenham competência não só para realizar as tarefas diárias, mas para saber comprometer-se, assumir responsabilidades, ter iniciativas para atuar frente as necessidades da organização. Por outro lado, é necessário que a instituição mobilize recursos e condições operacionais que favoreçam o desenvolvimento do trabalho, desenvolvendo de forma contínua seus procedimentos, melhorando seus padrões e sua estratégia.

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