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Criação do conhecimento como processo sintetizador

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Por:   •  13/5/2014  •  Seminário  •  1.818 Palavras (8 Páginas)  •  560 Visualizações

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Tema 4: Criação do conhecimento como processo sintetizador

Autor: Ronaldo Barbosa

Um síndico de um prédio está enfrentando a seguinte situação: vários moradores estão se queixando sobre os longos tempos de espera pelo elevador. As seguintes alternativas foram consideradas até agora:

1. Construir novos elevadores.

2. Reduzir o número de andares atendidos por elevador.

3. Aumentar a velocidade dos elevadores.

São alternativas muito boas, porém óbvias demais, caras e complicadas.

Um amigo do síndico, não morador do condomínio, ouve a história e tem a seguinte ideia: propõe que sejam instalados grandes espelhos perto das portas dos elevadores. O problema acaba.

A solução estava em que as pessoas se vissem, aproveitando aquele tempo ocioso para se arrumar antes de sair para o lazer ou trabalho. Isso quer dizer, por exemplo, que problemas difíceis também têm solução, desde que enxergados de um ângulo diferente.

Problemas muito maiores do que a espera do elevador, rondam a maioria da população brasileira. Dados recentemente publicados na Revista PME Exame (edição 67, de novembro de 2013 - http://exame.abril.com.br/revista-exame-pme/edicoes/0067/) revelam que cerca de 50% da população do país ainda não tem acesso à rede de esgoto; que em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, o índice de poluição do ar é de 2 a 3 vezes pior do que o recomendado pela OMS; que a lotação do nosso metrô (relação passageiros por quilômetro x linhas de metrô) é cerca de 6 vezes maior do que o de Nova York e 15 vezes maior do que o de Londres.

Em lugar de desanimar, talvez tantos problemas propiciem também grandes oportunidades. O escritor Denis Russo diz que a grande contribuição que o Brasil pode dar ao mundo são “problemas bons”.

Nestes tempos desafiadores, novos espaços se abrem para um novo tipo de empreendedorismo em que as empresas nascem para a inovação, para lidar com questões voltadas ao meio ambiente, à mobilidade urbana, à qualidade de vida… inúmeros problemas existem nessas áreas que, praticamente, só comportam soluções viáveis se elas forem inovadoras. Confrontados com esses problemas, os modelos de gestão do conhecimento, inovação e mudança, como o de criação do conhecimento de Nonaka e Takeuchi, ganham ainda maior importância.

Por outro lado, uma série de fatores tem que ser incentivados nas empresas para que possa haver a criação do conhecimento organizacional. Nesta aula conheceremos um primeiro conjunto de cinco fatores: Intenção, Contexto, Incutir uma visão & Mobilizar ativistas, Autonomia e Flutuação & Caos criativo.

Cada fator convida a compreender outros aspectos gerais da Administração. No recorte que fizemos, Intenção remete à Liderança; Contexto está ligado à Cultura Organizacional, e Incutir uma visão está ligada a declarações estratégicas como Missão e Visão. Do fator Flutuação e Caos criativo, chegamos aos estudos sobre criatividade, do sociólogo italiano Domenico De Masi.

Vamos identificar, a seguir, as primeiras condições e fatores críticos para fazer a criação do conhecimento acontecer.

Se o conhecimento não pode ser controlado, isso não quer dizer que não possa ser estimulado. Vamos entender um primeiro conjunto de fatores promotores do conhecimento. Ao lado de cada fator, quando isso parecer pertinente, inserimos um subtema que ajuda a complementar e enriquecer a ideia do próprio fator.

Fator 1: Intenção

O fator Intenção está ligado a objetivos estratégicos reais e ao apoio necessário ao cumprimento desses objetivos. Nonaka e Takeuchi (2008) lembram também que a Intenção é carregada de valor e é ela que fornece critérios para o julgamento do valor da informação ou do conhecimento criado.

Para deixar clara a intenção por inovar, a organização deve favorecer o comprometimento de seus empregados, mas esse comprometimento deve ir além do individual, deve ser um comprometimento coletivo.

O fator Intenção está relacionado também à ideia de que para haver inovação, há necessidade de uma busca premeditada por inovar (DRUCKER, 2003). O papel da liderança é decisivo tanto para gerar o comprometimento coletivo como para desenvolver a própria estratégia.

Liderança

Exercer uma liderança pode parecer simples para quem acha que se trata apenas de saber delegar tarefas. Mas uma liderança envolve o poder de fazer com que várias pessoas se unam por algo em comum; envolve a confiança que uma equipe deve ter com o líder, com seus erros e acertos, e demanda calma e serenidade para resolver crises. Enfim: liderar é uma grande missão. Quando a missão é inovar, precisamos de uma abordagem voltada para a mudança e a criação de conhecimento.

Na busca por um estilo de liderança que estimule a criação do conhecimento organizacional, chegamos até os estudos de John Kotter, pesquisador de renome internacional na área de mudança nas organizações. A obra Liderança para a mudança, de Joseph Kotter, tem vários pontos em comum com os fatores críticos para a criação do conhecimento organizacional de acordo com Nonaka e Takeuchi (2008).

A figura abaixo apresenta os fatores de Kotter para mudança, observe particularmente os quatro primeiros fatores:

Fonte: Adaptado de Kotter (1997)

Agora vamos falar mais detidamente sobre os pontos levantados por Kotter, de acordo com o já foi analisado, também, por Goleman (2007) e Baldwin (2008).

1. Criar um senso de urgência: Kotter argumenta que despertar um sentido de urgência é a primeira e mais crítica etapa em mudanças bem sucedidas. Relatórios e planilhas não são suficientes, você precisa demonstrar ações que conscientizem as pessoas, até mesmo as choquem ou surpreendam, para que elas entendam a necessidade da mudança que você determinou. A meta é arrancar as pessoas de suas rotinas e zonas de conforto estabelecidas e fazer com que fiquem prontas para mudar. Remete diretamente ao fator Intenção, não é mesmo?

2. Organizar uma coalizão orientadora: Para Kotter, sozinho o líder da mudança não chega a lugar algum. Toda boa iniciativa de mudança precisa de um grupo de defensores influentes e efetivos. É importante identificar as pessoas certas que estão totalmente comprometidas com a iniciativa

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