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Estranhos Começos - Resenha Crítica

Por:   •  15/6/2015  •  Resenha  •  499 Palavras (2 Páginas)  •  2.808 Visualizações

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RESENHA CRÍTICA

ESTRANHOS COMEÇOS - POVOS PRÉ-HISTÓRICOS E PRIMITIVOS; AMÉRICA ANTIGA, LIVRO A HISTÓRIA DA ARTE. GOMBRICH, Ernest, Cap. 2

Este capítulo aborda o surgimento da arte na pré-história e a sua importância para os chamados povos primitivos da América Antiga. Estes povos são chamados de primitivos não pelo fato de serem mais simples que nós, mas por serem mais próximos da época do surgimento da escrita e da representação.

Para compreendermos os estranhos começos da arte é necessário pensar como pensavam os homens da época. Acreditava-se que ao representar um cavalo o qualquer outro animal, o homem caçador teria domínio sobre ele, e por isso os animais eram representados de forma tão fiel no interior das cavernas. Um pensamento semelhante era com relação à pessoas; os bruxos, e médicos-feiticeiros  faziam pequenas imagens de um inimigo e perfuravam o coração ou queimavam o boneco na esperança que o inimigo sofresse com isto e fosse dominado.

Além disto, os povos da antiguidade acreditavam que os animais possuíam alguma ligação fabulosa com eles e por isso eram feitos rituais sagrados, onde os homens vestiam-se e comportavam-se como os animais adorados, sem se dar conta de quando começava e terminava a realidade. As crenças de nossa época, embora um pouco diferentes, seguem o mesmo princípio; um exemplo: ao adicionar penduricalhos à uma árvore ela passa a representar o Natal.

As pinturas e esculturas encontradas em cavernas e diversos locais ao redor do mundo não tratam-se apenas de meras ilustrações mas sim de representação de ideias e crenças dos povos antigos. A beleza das obras não era primordial, apenas as ideias e a magia deveria ser transmitida; este é o princípio da história da arte, não é uma evolução de técnicas de representação mas sim, uma progressão de ideias a serem difundidas entre os povos.

Uma característica das representações da antiguidade é a representação dos olhos. Quando dá-se olhos a obra, ela ganha vida - uma forma de magia. Um exemplo disto é a imagem do deus da guerra, Oro. É apenas um mastro de madeira envolto em fibra vegetal com fiapos representando os olhos e os braços, o suficiente para conferir poder sobrenatural para seu povo. Os olhos e braços poderiam ser representados toscamente, sem que fosse necessário proporções.

As lendas eram esculpidas em gigantescos mastros para mantê-las vivas na memória do povo e também para honrar a casa do chefe da tribo. Estes mastros podem ser vistos como meros caprichos porém, eram feitas com muito amor e empenho pelos homens da tribo como um ato de devoção - uma das características das obras primitivas.

As obras primitivas não devem ser vistas como obras para simples decoração mas, como forma de transmitir aos membros das tribos uma história, seja por meio de mastros contando lendas, ou por pinturas no interior das cavernas. É a primeira forma de expressar as ideias e crenças dos povos antigos. Toda a história da arte é importante pois como já citado, mostra a evolução das ideias e ideais dos povos antigos.

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