Gestão Capital Intelectual

1. INTRODUÇÃO:

Com o processo de globalização, ocorreram inúmeras transformações no cenário das empresas, provocando mudanças significantes, especificamente em relação à concorrência e à busca pela competitividade e isso tem provocado dificuldades no gerenciamento das empresas. Diante desses fatos, é cada vez mais crescente a necessidade do conhecimento humano, com isso, as empresas na busca de adquirir vantagens competitivas, focam seus esforços também, na retenção dos conhecimentos através da proteção de um bem intangível que se chama Capital Intelectual. Este, é necessário para a execução dos processos chaves das organizações.

Chiavenato (2004) Capital intelectual é a soma de tudo o que você sabe. Em termos organizacionais, o maior patrimônio de uma organização é algo que entra e sai pelas suas portas todos os dias, ou seja, são os conhecimentos que as pessoas trazem em suas mentes – seja sobre produtos, serviços, clientes, processos, técnicas, etc.

O grande diferencial das empresas é o capital humano e a diferença entre as empresas não está na tecnologia dos produtos, mais na capacidade intelectual das pessoas, porém, muitas vezes, o potencial das pessoas dentro das organizações não é aproveitado adequadamente. Assim, as pessoas são destacadas apenas para realizar tarefas rotineiras e burocráticas e não utilizam seu potencial intelectual para desenvolver a criatividade e inovação, tendo como atividades apenas, aperfeiçoar lucros e reduzir custos. As empresas precisam investir no capital humano, precisam reconhecer o ativo intangível na sua produção de forma efetiva.

O Capital Intelectual é uma realidade da qual não se pode mais fugir. A competitividade passou a ser determinada pelas experiências, idéias, descobertas e especialização que os profissionais conseguem formar e expandir. Portanto, promover, eficientemente o capital intelectual como forma de incrementar o capital financeiro, buscando sempre o desenvolvimento e o crescimento dos recursos humanos, será o grande desafio das empresas no futuro, assim, todos precisam saber o que fazer com essa nova economia do conhecimento, para tanto gerenciar o capital intelectual dentro das empresas será a porta para o sucesso.

2. CONCEITO

O conceito de capital humano nas organizações vem crescendo juntamente à evolução da teorias administrativas ao longo do século XX e início do século XXI, tornando-se notória então a importância do investimento neste capital. Administrar uma empresa, atualmente, requer muito mais do que o exercício das funções básicas de gerência, como planejar, organizar e controlar. As ameaças às organizações, vindas dos clientes da concorrência e em decorrência das mudanças no contexto socioeconômico requerem habilidades humanas em alto grau de refinamento. Este capital pode ser considerado como sendo o núcleo das soluções nas empresas.

Conforme Carvalho e Souza (1999, p.2), “O Capital Humano é a capacidade, conhecimento, habilidade, criatividade e experiências individuais dos empregados e gerente transformando em produtos e serviços que são o motivo pelo qual os clientes procuram a empresa e não o concorrente”. Logo o capital humano nas organizações é, em muitos casos, mais importante que os capitais físicos, sendo fator primordial para o sucesso das organizações.

Segundo Edvinsson e Malone (1998, p.40), o capital intelectual "é a posse de conhecimento, experiência aplicada, tecnologia organizacional, relacionamentos com clientes e habilidades profissionais que proporcionam à empresa uma vantagem competitiva no mercado". Eles também explicam o capital Intelectual através de uma metáfora, comparando a empresa a uma árvore, onde a parte visível, representa o que é descrito em organogramas, relatórios anuais, demonstrações financeiras e outros documentos. E a parte invisível, as raízes, compõe o Capital Intelectual, um recurso de grande valor para as organizações.

Para que uma empresa desenvolva bons produtos e serviços, a mesma deverá ser composta de um “qualificado capital humano”, com muito conhecimento advindo de seus estudos e de sua experiência profissional. O capital humano, portanto, configurando-se como um grande referencial de sucesso no meio empresarial, é o que vai determinar o futuro da organização.

“O surgimento do capital humano decorre da percepção de que a economia e a competitividade das organizações não estão somente no capital financeiro da empresa, mas o aprimoramento do capital humano como influência do crescimento econômico”. (Chiavenato). Sem um gerenciamento adequado deste requisito, nenhuma empresa terá sucesso com suas metas e objetivos e, consequentemente, não alcançará os resultados esperados e nem pretenderá manter-se competitiva no mercado.

Existe uma grande dificuldade em mensurar o seu valor econômico, visto que não tem a mesma característica que os outros fatores de produção. No entanto, na contabilidade é apenas evidenciado os valores dos ativos identificáveis, os recursos de natureza do conhecimento, são ignorados o que fazem que por muitas vezes o valor real de uma entidade representado nos balanços seja distorcido.

Portanto é necessário que a contabilidade possa acompanhar essas mudanças a fim de atribuir medidas que possam colocar o conhecimento como um recurso que possa agregar dentro das demonstrações o seu valor, pois o mesmo representa o capital intelectual.

3. O conhecimento como gerador de riquezas

Segundo Crawford (1994), o conhecimento é a capacidade de aplicar informação a um trabalho ou um resultado específico.

O conhecimento sempre desempenhou importante papel nas grandes transformações sociais: na primeira fase da Revolução Industrial, Paiva (1999) coloca que foram aplicadas as ferramentas, processos e produtos; na segunda fase