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Gestão de Estoques De acordo com Slack

Por:   •  3/4/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.118 Palavras (5 Páginas)  •  1.872 Visualizações

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3.2.4 Gestão de Estoques De acordo com Slack, Chambers, Harland et al. (1997:423, citado por Ching 2001), o conceito de gestão de estoques originou-se na função compras de empresas que compreenderam a importância de integrar o fluxo de materiais à suas funções de suporte, tanto por meio do negócio como por meio do fornecimento aos clientes imediatos, incluindo a função de compras, de acompanhamento, gestão de armazenagem, planejamento e controle de produção e gestão de distribuição física. Quando criada, a gestão de estoques era vista como um meio de reduzir os custos totais associados com a aquisição e a gestão de materiais. 3.2.4.1 Objetivos da gestão de estoques Para Ching (2001), a própria definição de gestão de estoque evidencia seus objetivos que é planejar o estoque, as quantidades de materiais que entram e saem, as épocas que devem ocorrer as entradas e saídas, o tempo decorrente entre essas épocas e os pontos de pedidos de materiais. Ainda segundo o autor, esses objetivos podem ser atingidos pela consecução das funções básicas abaixo citadas: 29 • Fazer cálculo do estoque mínimo; • Fazer cálculo do lote de suprimento; • Fazer cálculo do estoque máximo; • Manter atualizada a ficha de estoque; • Replanejar os dados quando houver razões para modificação; • Emitir solicitações de compra quando atingir o ponto de ressuprimento; • Receber o material do fornecedor; • Identificar o material e armazena-lo; • Conservar o material em condições adequadas; • Entregar o material mediante requisição; • Atualizar a ficha de estoque e guardar a documentação de movimentação do material; • Organizar o almoxarifado e manter sua organização. 3.2.4.2 Conceitos e técnicas de gestão de estoques Existem conceitos e técnicas que estão diretamente ligados a gestão de estoques. Abaixo, seguem alguns de grande importância e que bastante utilizados pela empresas: 3.2.4.2.1 JIT – Just in Time Segundo Ching (2001, p. 38), o JIT “Visa atender a demanda instantaneamente, com qualidade e sem desperdícios”. Dessa forma, possibilita a produção eficaz em termos de custos e, também, em termos de fornecimento da quantidade necessária de componentes, no momento e local corretos, com a utilização mínima de recursos. Ainda segundo o autor, o JIT requer princípios como a qualidade, tanto dos processos como produtos; a velocidade, relacionado ao processo produtivo; a 30 confiabilidade, considerado pré-requisito para o fluxo rápido da produção; flexibilidade, também relacionado ao processo produtivo; e compromisso, ligado ao relacionamento com os fornecedores. Para ele, o propósito do JIT é disponibilizar o material necessário à produção quando e onde é necessário. É uma atividade de valor agregado que identifica e ataca os problemas fundamentais e gargalos, elimina perdas e desperdícios, elimina processos complexos e implementa sistemas e procedimentos. Considera que para que se obtenha sucesso com um sistema JIT é necessária uma construção de um relacionamento confiável com fornecedores, de forma a conduzir contratos de logo prazo; demandas previsíveis, com solicitações flexíveis; comunicação das mudanças mais rápida e em tempo real; produto de alta qualidade e com constância; tempos de entrega curtos e garantidos e proximidade dos fornecedores nos clientes, inclusive física. Dos benefícios proporcionados pelo sistema, o autor cita a redução do custo de compras, a diminuição do número de fornecedores e burocracia; a redução dos níveis de estoque e, consequentemente, redução do espaço físico para estocagem, lead time reduzido, melhores níveis de serviços ao cliente; e redução da perda de matérias-primas e refugo. 3.2.4.2.2 Fluxo descontínuo de material Esse sistema, considerado como clássico, é caracterizado pelo fluxo de material ser empurrado ao longo do processo pela fábrica até a distribuição, para suprir os clientes. Ele inicia-se com a previsão de vendas, que é a base para os programas de produção, os quais são convertidos para os planos de compras (CHING, 2001). Nesse sistema, são considerados alguns fatores como: o estoque para demanda, o ponto de reposição e a reposição periódica. Estoque para demanda refere-se à idéia básica de se manter os níveis de estoque proporcionais a sua demanda, baseando-se na duração de tempo de ressuprimento do item, previsão da demanda para o mesmo e determinação do período de segurança. 31 Ponto de ressuprimento, refere-se a quantidade mínima que é necessária para se manter em estoque. A partir dessa quantidade, deve ser efetuada a reposição do material. O ponto de ressuprimento é calculado como o produto entre o tempo de ressuprimento e o consumo previsto. Ele auxilia a controlar a quantidade adicional de estoque, necessária como proteção contra oscilações de demanda e no lead time de ressuprimento. A reposição periódica, por sua vez, refere-se ao período necessário para se efetuar as reposições. 3.2.4.2.3 Curva ABC “A curva ABC baseia-se no raciocínio do diagrama de Pareto, em que nem todos os itens têm a mesma importância e a atenção de ser dada para os mais significativos” (CHING, 2001, p. 47). Nesse método, os itens do estoque são classificados como A, B ou C de acordo com sua importância ou representatividade no total financeiro do estoque. A grosso modo poderia assim ser definida: 20% os itens que representam 80% do total do estoque (classe A), 30% dos itens que representam 15% do estoque (classe B) e 50% dos itens que representam 5% dos estoques (classe C). Os itens classificados como A são aqueles a que se deve dar maior importância. Para se calcular a representatividade de cada item em estoque, é multiplicada o consumo anual de cada item por seu custo. 3.2.4.2.4 Balanceamento de capacidade Segundo Ching (2001), uma fábrica balanceada não é algo possível ou desejável. Ela trabalha desbalanceada e tem recurso com capacidade menor que os demais. Para que seja tirado o máximo dela, é necessário que todos os seus recursos tenham uma capacidade mínima a mais que o recurso com menor capacidade (a restrição), de forma que o fluxo não seja interrompido por ele. Essa quantidade adicional de capacidade é denominada protetora. 32 O autor cita a teoria das restrições TOC (teory of constraints) que classifica a capacidade de um recurso em capacidade produtiva, referente ao que será utilizado efetivamente do recurso para produção; capacidade protetora, que é o adicional necessário nos recursos não-restrição; e a capacidade ociosa, que é a que sobra entre a capacidade produtiva e a protetora, ou seja, aquela que não está sendo efetivamente utilizada. 3.2.4.2.5 Fluxo contínuo de material Comumente conhecido como método de puxar estoque. Nele, as previsões de vendas são usadas para planejar as necessidades de compra e devem refletir a sazonalidade da demanda. Segundo esse enfoque, o estoque de produtos acabados é evitado o quanto possível, pois a produção deve ocorrer contra a demanda real. No entanto, é permitido que um pequeno estoque seja produzido contra previsão, funcionando como estoque regulador, que facilita o transporte e reduz os custos (CHING, 2001).

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