Gestão de Material e Patrimônio do Exército
Por: andrepituba • 29/7/2016 • Relatório de pesquisa • 1.398 Palavras (6 Páginas) • 815 Visualizações
GESTÃO DE MATERIAIS E PATRIMÔNIO – Estágio de aprendizagem
Nome: ANDRÉ LUIZ LIMA NUNES – S Ten
GRUPO: 2 / TUTOR: 1º TEN DENILTON CESAR DE SOUZA MONTEIRO
NOVAS TÉCNICAS DE LOGÍSTICA EM COMBATE
Introdução
As técnicas de logística em combate estão modernizadas, despontaram uma nova doutrina com novos conceitos, onde fez-se necessário a mudança de paradigmas.
A era industrial deu lugar a era do conhecimento, onde a Força conta com novas capacidades operativas, armamento e equipamentos com tecnologia agregada, doutrina em constante evolução e recursos humanos treinados e motivados.
A intervenção militar das Forças Armadas (FFAA) Francesas no Mali, materializou-se em uma experiência ímpar no campo das novas técnicas de logística em combate, ocorreu no norte de Mali no início do ano de 2013, contando com apoio logístico das (FFAA) dos Estados Unidos e de outros países europeus e Canadá.
Os Estados Unidos contribuíram para a Operação SERVAL, fornecendo informações, apoio logístico e material de transporte em favor das forças francesas. A resposta militar francesa, não teria sido possível sem o apoio norte-americano, onde recebeu todo auxílio de informações, vigilância, comunicações, apoio logístico e o emprego de meios aéreos que supriram as dificuldades de transporte estratégico. O Canadá e alguns países europeus (Bélgica, Dinamarca, Grã-Bretanha, Holanda, na sua maior parte) participaram indiretamente nas operações com meios de transporte aéreo tático e estratégico e apoio logístico.
A Operação SERVAL é considerada um notável êxito militar, apresentando características fundamentais: clareza dos objetivos definidos ao destruir as forças terroristas que ameaçavam apoderarem-se do território; o serviço de informações no terreno que culminou com o apoio internacional permitindo que o processo de decisão político fosse rápido e fizesse com que os outros Estados, mesmo que não participassem diretamente no conflito, apoiassem os franceses nas instâncias internacionais; o excelente conhecimento do terreno e da situação do país; e o papel crucial das forças pré-posicionadas.
A França dispunha de um dispositivo de forças com forte presença na região, elementos franceses no Chade, no Gabão, no Senegal e na Costa do Marfim. Estas forças pré-posicionadas na África foram, sem dúvida, um fator decisivo que explica a elevada reatividade da resposta francesa.
Desenvolvimento
Experiências são assimiladas e lições são aprendidas no emprego de tropas em operação de não guerra, podemos citar, por exemplo, a ocupação de favelas do complexo do alemão no Rio de Janeiro. A Função de Combate Logística integra o conjunto de atividades, tarefas e os sistemas inter-relacionados para prover apoio e serviços, de modo a assegurar a liberdade de ação e proporcionar amplitude de alcance e de duração às operações.
A dinâmica do espaço de batalha exige a constante avaliação das capacidades necessárias para que a Força Terrestre (FT) possa atuar nas Operações no Amplo Espectro. Tal consideração traz implícito o desafio de conceber uma logística que seja capaz de ajustar-se à multiplicidade de situações de emprego, com suas nuances e especificidades.
A Logística deverá ser delineada para o apoio às Operações no Amplo Espectro, em situações de guerra e não guerra, dispondo de uma estrutura compatível capaz de evoluir, rapidamente e com um mínimo de adaptações, de uma situação de paz para a de guerra/conflito armado. Para tanto, sua organização será pautada pelos conceitos de flexibilidade, adaptabilidade, modularidade, elasticidade e sustentabilidade. (F.A.M.E.S.).
O Espectro dos Conflitos é base para orientar o Exército no levantamento das capacidades requeridas. Permite visualizar e compreender os níveis de violência politicamente motivadas e o papel que cabe às Forças militares (terrestres) na solução dos conflitos.
O caráter difuso das ameaças, a não linearidade do Espaço de Batalha e a execução de ações sucessivas e/ou simultâneas nas Operações no Amplo Espectro conduzem ao desafio logístico de prover o apoio necessário para sustentar as forças na continuidade das operações, adequando a Logística aos cenários operativos atuais e futuros em que a (FT) atuará.
Esse novo contexto das operações torna mais complexa a organização e a condução da Função de Combate Logística. A dispersão de meios em zonas de ação muitas vezes não contíguas, aliada à permanência do apoio ao Território Nacional (TN) e na Zona do Interior (ZI), impõe a necessidade de prévia centralização do apoio e da descentralização seletiva de recursos consoante as necessidades específicas da força apoiada, que materializa a máxima da “logística na medida certa”.
O sistema just in time além de ser um sistema de administração da produção, é também uma filosofia administrativa, pois vai de encontro aos problemas e suas causas, buscando a melhor solução.
A “logística na medida certa”, difere-se da filosofia “Just in time”, pois enquanto esta visa a venda da produção visando lucro, aquela deve ser capaz de prever e prover o apoio em materiais e serviços necessários para assegurar a Força, liberdade de ação, amplitude do alcance operativo e capacidade de durar na ação.
Conclusão
A Operação SERVAL, assim como operações desenvolvidas pelo nosso (EB), como as de ocupação de favelas no Rio de Janeiro, operações de guerra e não guerra, servem de subsídios para a formação doutrinária e aportam um rico manancial de ensinamentos, cujo estudo muito beneficia os futuros planejadores de nível estratégico, operacional e tático, ao que acresce o processo de tomada de decisão política, quer interno quer nas instâncias ou com parceiros internacionais.
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