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Gestão de Projetos Culturais

Por:   •  10/4/2016  •  Resenha  •  2.386 Palavras (10 Páginas)  •  635 Visualizações

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CULTURA E GESTÃO DE PROJETOS

Uma das maiores especificidades relacionadas à gestão de projetos culturais diz respeito ao teor subjetivo em que estes se baseiam, pois necessitam levar em consideração todo um contexto histórico e social. Para que seja estruturada a ideia deste tipo de projeto, podem ser utilizadas algumas ferramentas, como por exemplo, os estudos de viabilidade, que podem servir para dar suporte à concepção final.

Antes de tudo, é importante observar o verdadeiro significado do termo “cultura”, que é complexo e muitas vezes não é compreendido pela sociedade. Existem diversos pontos de vistas possíveis e diversas interpretações. Pelo ponto de vista antropológico, a cultura seria uma rede de significados que dão sentido à sociedade, ou seja, seria a união dos valores, com as crenças, as leis, a língua de um povo, a moral etc.

Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o projeto é “um empreendimento planejado que consiste num conjunto de atividades inter-relacionadas e coordenadas para alcançar objetivos específicos dentro dos limites de um orçamento e de um período de tempo dados”. Faz-se necessário então, alinhar estes conceitos, para que na prática o projeto cultural alcance o sucesso desejado, seja pelo ponto de vista de seu público-alvo, de seus organizadores ou de seus parceiros.

Os projetos culturais podem ser conduzidos conforme os tipos listados abaixo:

  • Projeto Cultural (matriz) – o projeto na íntegra;

 Projeto de Patrocínio Cultural (perfil mais comercial, para um processo de negociação);

  • Formulário das Leis de Incentivo à Cultura;
  • Editais de instituições públicas ou privadas;
  • Projetos específicos para instituições financiadoras nacionais e internacionais.

SELEÇÃO DO PÚBLICO ALVO

Uma grande ideia não garante o sucesso de um projeto. É necessário colher informações, levantadas a partir das necessidades de definição do foco do projeto, e analisá-las a fim de fundamentá-lo e defendê-lo. Ao organizar um planejamento estratégico, o projeto se potencializa atraindo público, financiadores e parceiros.

Uma necessidade básica para se construir e realizar um projeto é conhecer o público que se pretende conquistar. Algumas das formas de realizar isso é obtiver informações sobre outras iniciativas que deram certo ou errado e procurar entender e avaliar os motivos do sucesso ou do fracasso. Escutar de forma crítica “quem já fez” e “quem frequentou” são bons referenciais. A “falta de interesse” de um público só existe quando o projeto de fato não levou em consideração seu público alvo.

O público alvo pode ser, por exemplo, lideranças de uma comunidade, profissionais de uma área específica, estudantes de uma faculdade, pais e alunos de uma creche etc. O maior problema está em quando é identificado um “público em geral” (expressão bastante comum em projetos que não conseguem determinar o seu público alvo). Quando se está implantando um projeto cultural, a melhor alternativa é delimitar bem esse público ao qual deseja atingir, pois quantificá-lo será apenas uma consequência. Entrevistar algumas pessoas que façam parte desse grupo pode ser precioso. Essas entrevistas são nomeadas de pesquisas qualitativas.

CAPTAÇÃO DE PARCEIROS

A identificação do público alvo é apenas um dos vários exemplos de necessidade de pesquisa para a elaboração de um projeto que deseja lograr êxito. Um outro exemplo essencial é descobrir quem serão os parceiros. Para conseguir identificá-los, algumas ações são necessárias.

O ideal é que comece investigando o poder público no intuito de descobrir, por exemplo, qual é a política cultural adotada (pela Prefeitura, pelo Estado ou pelo Governo Federal) para a área, se existem espaços disponíveis na cidade voltado para a exposição e se o projeto atende à curadoria desses espaços, supondo que você deseja realizar uma exposição de artes visuais.

Se a Prefeitura investe em artes visuais, ela pode apoiar sua iniciativa, dependendo de como o projeto vai se colocar (articulando-se às políticas já existentes ou propondo novas políticas), mas para isso é necessário que as proposições estejam fundamentadas, o que depende de informações.

Informações econômicas podem ajudar na captação de parceiros capazes de financiar o projeto. Sendo assim, é fundamental conhecer as empresas da localidade, do Estado e aquelas que adotam políticas de patrocínio e atuação nacional.

É importante saber que há possibilidade de se obter alguns instrumentos para o levantamento de informações que poderão auxiliar na condução do planejamento de um projeto quando não é possível contar com uma equipe de pesquisadores especializados: muitos dados já foram estudados e precisam apenas de adequação as questões que norteiam o projeto.

Realizar pesquisa de dados secundários também auxilia. Muitas informações que ajudarão a definir o perfil socioeconômico do público já podem ter sido levantadas. Conhecer a realidade do local onde vive o público alvo favorece a reparação da logística de um evento, lançamento de um produto cultural etc.  Por meio da internet pode-se acessar dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística; o poder público também pode disponibilizar dados importantes (entrevistas com secretários e assessores); entrevistar professores e antigos moradores também ajuda a levantar a história do lugar.

FINANCIAMENTO DO PROJETO CULTURAL

Dentro do Planejamento de um Projeto Cultural, uma das suas principais etapas é a captação de recursos. Algumas das principais formas para obtenção de auxílio financeiro para o desenvolvimento de um projeto são, a Lei Rouanet, editais de organizações públicas ou privadas, patrocínios e parcerias.

Atualmente na legislação brasileira existe a Lei nº 8.313, de dezembro de 1991, também conhecida como Lei de Incentivo à Cultura ou Lei Rouanet. É importante salientar que um projeto cultural não necessariamente deve estar inserido nos preceitos dessa lei, pois foi feito um acordo entre o próprio Ministério da Cultura (Minc) e as empresas financiadoras no sentido da desnecessidade de solicitação de prévia aprovação na Lei Rouanet.

Entretanto, no referente aos editais de organizações públicas e privadas, após a participação e classificação do projeto é fundamental, para a obtenção do recurso, a aprovação nos moldes da Lei Rouanet. Ou seja, não é pré-requisito para participação em um edital a prévia aprovação na Lei de Incentivo à Cultura, somente após a classificação os projetos devem buscá-la.

Um outro meio de captação de recursos é a procura por patrocinadores, que são empresas que realizam investimento em projetos culturais em troca de retorno financeiro e visualização da marca. É importante ressaltar que o patrocinador está nessa relação para auxiliar financeiramente e não para interferir na sua gestão. Pontos importantes para a conquista de um financiador são, pesquisar sobre as características da empresa e sua compatibilidade com o projeto, marcar reuniões presenciais para melhor apresenta-lo e criar contrapartidas atraentes.

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