Hospital Albert Einsten
Por: BrunaDemuner • 9/4/2017 • Artigo • 3.265 Palavras (14 Páginas) • 296 Visualizações
Apresentação Com o aumento da competição nos mercados e com a rápida evolução das novas tecnologias e dos meios de comunicação, a geração de inovações capazes de fazer aumentar o valor econômico das empresas torna-se um dos mais preciosos recursos organizacionais na atualidade. Tem-se discutido quais aspectos do contexto organizacional favorecem a inovação. Por um lado, a manutenção da eficiência e do controle é importante para a competitividade; por outro, a flexibilidade, a criatividade e a capacidade de rápido ajuste ganham relevância (Galunic e Einsenhardt, 2001). De maneira ampla, as capacidades internas são os processos organizacionais e estratégicos por meio dos quais membros da cúpula organizacional manipulam recursos para gerar novos ativos produtivos, no contexto de mercados dinâmicos, ou moderadamente dinâmicos (Einsenhardt e Martin, 2000; Galunic e Einsenhardt, 2001). Dessa forma, a vantagem competitiva de uma firma não é apenas função das oportunidades oferecidas pela indústria. É principalmente função dos recursos que detém e de como os molda e renova. O Hospital Israelita Albert Einstein goza de uma reputação de sucesso em âmbito nacional e internacional. Recentemente, foi eleito o melhor entre 343 hospitais de São Paulo (Colucci, 2007). Tal sucesso advém de um conjunto de capacidades internas que, ao mesmo tempo, sustenta e é sustentada por uma burocracia profissional que adquiriu, ao longo de sua trajetória, características de um modelo inovador, a despeito de mudanças importantes no contexto hospitalar nos últimos anos. Desenvolvimento O setor hospitalar O HIAE está inserido em um setor que passou por transformações profundas nos últimos anos. Novos conhecimentos médicos, diferentes abordagens terapêuticas, a conscientização por parte das populações acerca dos fatores de risco de agravo à saúde e a crescente incorporação de novas tecnologias à prática assistencial têm possibilitado a extensão do atendimento a situações que eram, antes, insolúveis. O investimento no desenvolvimento de novas tecnologias, com capacidades de resolução diagnóstica e terapêutica mais efetivas, por parte de setores industriais envolvidos com a saúde, tem se acentuado, especialmente, nas sociedades desenvolvidas onde a exigência dos usuários em relação ao sistema introduziu a necessidade de novas formas de atuação e a revisão do modelo de produção de serviços médico-assistenciais (Barbosa, 1995). Nos diversos países, fatores como o envelhecimento da população, a queda nas taxas de natalidade e fertilidade, a urbanização, o aumento da violência, a complexidade do perfil nosológico das populações, o aumento da frequência de doenças crônico-degenerativas, o aumento do desemprego e as distorções das distribuições de renda tornam-se, cada vez mais, parte das preocupações com que os responsáveis pelo planejamento da saúde têm que se defrontar. De acordo com Porter O’grady (1995), a revisão do modelo assistencial moderno deve levar em consideração o alto grau de complexidade da sociedade, as exigências por qualidade e os custos crescentes relacionados à área da saúde. Neste cenário, emergem tendências de reorganização da assistência que privilegiam novos valores e conceitos. É relevante, por exemplo, citar os movimentos em direção à adequação dos custos, à valorização das evidências no exercício da prática médica, ao desenvolvimento de novas formas de atendimento extra-hospitalares e à busca de tecnologias de alta capacidade resolutiva ambulatorial. É possível identificar, pelo menos, sete novas tendências decorrentes desta nova concepção (Porter O’Grady, 1995): 1. O controle das formas de financiamento da atividade, seja ela predominantemente pública ou privada, visando ao atendimento de princípios gerais de utilidade e adequação dos serviços às necessidades da sociedade; 2. O controle da qualidade dos serviços prestados a partir da perspectiva dos prestadores, dos usuários e dos administradores; 3. O monitoramento do parque de tecnologia para maximizar sua efetividade; 4. A revisão das formas e conteúdos dos processos de educação e formação dos profissionais de saúde; 5. A inserção de novas formas de abordagem terapêutica dentro de um princípio de continuidade do cuidado, com estratificação das atividades de prevenção, atuação sobre a doença, reabilitação e reinserção social; 6. O estabelecimento de um novo papel para a mídia que, ao se envolver em questões relacionadas ao setor, assumiria uma função educadora e de formação de opinião; 7. O redesenho do papel do poder público, que passa a ter uma função eminentemente reguladora e disciplinadora das relações entre os agentes. É nesse contexto de rápidas transformações ambientais que o HIAE se insere. História e contexto atual da instituição A organização hospitalar estudada nasceu da iniciativa de uma comunidade religiosa de imigrantes em São Paulo no ano de 1955, e inaugurou sua primeira unidade hospitalar em 1971. A principal motivação do grupo empreendedor foi religiosa e estava relacionada ao sentimento de gratidão presente na comunidade pela acolhida que a sociedade paulistana lhe ofereceu, quando seus membros imigraram para São Paulo nos tempos de guerra. Adicionalmente, a comunidade concentrava, entre seus representantes, uma grande quantidade de profissionais médicos de destaque na sociedade e empresários que se dispuseram a participar, voluntariamente, do empreendimento. A organização apresentou um crescimento gradativo de seu patrimônio e seu volume assistencial. Em 1984, construiu um segundo edifício destinado ao suporte diagnóstico e às atividades ambulatoriais. Posteriormente, em 1993, construiu um terceiro edifício que permitiu a ampliação da capacidade de atendimento a pacientes internados. Em 1999, implementou duas novas unidades diagnósticas, uma na região central de São Paulo e outra na região de Barueri. Finalmente, no final de 2006, inaugurou uma segunda unidade diagnóstica que passou a prestar, também, serviços assistenciais de pronto atendimento e quimioterapia. A excelente reputação que a instituição
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