IMPORTÂNCIA DO FRANCHISING
Por: Doriguelo • 9/6/2015 • Artigo • 6.628 Palavras (27 Páginas) • 199 Visualizações
A IMPORTÂNCIA DO “FRANCHISING” NO PROCESSO DE
DISTRIBUIÇÃO VAREJISTA NO BRASIL
Josué Augusto Gomes Marques Pereira*
José Ricardo Scarreli Carrijo**
INTRODUÇÃO
Em uma sociedade em contínua mudança é preciso estar atento às oportunidades que se abrem, para conseguir alcançar vantagens competitivas. É nesse cenário, cheio de oportunidades, riscos e desafios que, nos últimos anos, não pára de aumentar o número de pessoas a procura de emprego. Nesse cenário surgiu o sistema de franquias que, dentro do marketing de varejo, faz parte essencial do composto de distribuição. Para quem almeja ter seu próprio negócio passa a ser uma oportunidade no mercado.
Neste capítulo partimos das opções de um novo mercado, das franquias que não param de crescer, e que tiveram origem há muito tempo, e abordamos a influência do seu conceito no Brasil. Abordamos, também, o sistema, procurando demonstrar sua evolução histórica, bem como as características e os cuidados a serem adotados no processo de transferência de “know-how”. Como referência, foram analisados grandes marcas e para finalizar, foi feito um estudo de caso. Ao analisar o composto de marketing, foram demonstrados os fatores chaves de sucesso para uma franquia.
*Mestrando em Administração da UNIMEP- Universidade Metodista de Piracicaba. Graduado em Administração de Empresas pela EAESP/FGV - Escola de Administração de Empresas de São Paulo/Fundação Getulio Vargas- São Paulo-Brasil
E-mail: Josuepereira@jarinet.com.br
** Mestrando em Administração da UNIMEP- Universidade Metodista de Piracicaba. Graduado em Administração de Empresas e com Especialização em Gestão Empresarial pelo convênio ITE/FGV, Rio de Janeiro. Professor na Faculdade de Ciências Econômicas da Instituição Toledo de Ensino em Bauru- São Paulo-Brasil
E-mail: ricardocarrijo@uol.com.br
PERSPECTIVAS PARA O SETOR DE FRANQUIAS
O limiar de um novo governo, que tem respaldo popular nunca visto nos últimos anos, irá, com certeza, criar um meio de impactar o mercado para ajudar as pequenas e médias empresas. O fortalecimento das micro e pequenas empresas é a garantia de geração de um grande número de empregos em curto espaço de tempo (as pequenas empresas representam 90% da geração de empregos no Brasil).
Nos últimos anos o governo tem procurado desenvolver as empresas através de órgãos de fomento, (SEBRAE, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal )e outros de incremento da produção e iniciativa, mas, hoje, isso é prioritário. O grande problema é o índice de mortalidade da pequena empresa, que tem desestimulado os investimentos. Mais de 70% delas não completam o 1º ano, enquanto”97% empresas ligadas ao sistema de franquias ultrapassam três anos de sobrevida ”(Cherto, 2002). Isso acontece porque elas dispõem de toda infra-estrutura oriunda de uma grande rede. O sistema de franquias, que abrange hoje, praticamente, todo o mercado, é o grande beneficiário dessa nova estrutura e distribuição. Através das franquias e cooperativas, todo o mercado poderá ser fortalecido e beneficiado.
Quem tem dinheiro para adquirir uma franquia, geralmente é pessoa que tem posses e uma certa cultura. Apenas o estudo, nos dias de hoje, nem sempre é suficiente para garantir um emprego e então a franquia pode ser a maneira de iniciar um negócio.
Sabemos que os pequenos empresários que iniciam uma franquia, em sua maioria, não possuem as características de empreendedores. Assim, ela é uma opção para os que não possuem o “Fogo nas Entranhas”(Pereira e Zen , 2002), e não querem correr riscos, Ao procurar uma franquia já formatada, o pequeno empresário, que não dispõe de infra-estrutura, de serviços, tecnologia, conhecimento do negócio, e muitas vezes , não tem conhecimentos técnicos de administração, sente-se mais seguro. Considerando que, para um negócio funcionar, deve-se ter uma visão de planejamento a curto e longo prazo e que não se deve arriscar o capital a ser investido em negócio pouco conhecido, a franquia representa uma opção sábia para os que desejam sobreviver no mercado, pois oferece a gama de serviços que a acompanha.
Se o casamento entre o empreendedor e investidor, der certo, o sucesso da franquia será garantido. O problema é que o empreendedor não se adapta às “amarras” das franquias, que não permite grande flexibilidade. Quando o empreendedor entra no jogo, logo sente-se incomodado pelas regras a serem seguidas.
Segundo Gerber:
“A personalidade empreendedora transforma a condição mais insignificante numa excepcional oportunidade. O empreendedor é o visionário dentro de nós. O sonhador. A energia por trás de toda atividade humana. A imaginação que atende o fogo do futuro. O catalisador das mudanças”
É bom saber que, o novo empresário irá enfrentar uma grande luta, desafios e haverão muitas dificuldades a serem superadas. Mas, na franquia não estará sozinho, pois contará com a estrutura da empresa-mãe, que irá acompanhá-lo até sentir-se confortável como empresário-franqueado. O que não acontece com o pequeno empresário-empreendedor, que tem que “matar um leão por dia para sobreviver” (Pereira e Zen , 2002) , pois precisa exercer todas as funções básicas de um negócio, sem mesmo ter a experiência e a força dos grandes empreendimentos.
AS ORIGENS DO SISTEMA DE FRANCHISING
Buscando na história as origens do desenvolvimento do sistema de franchising como uma prática comercial inserida no sistema de distribuição varejista, encontramos em Mendelsohn (1996)a citação que “o sistema de corporações, introduzido na cidade de Londres no século XII é um exemplo de práticas comerciais que se assemelham ao franchising. Muitos citam que o sistema “pub-tied house” em relação a bares (sistema em que o bar é controlado por uma determinada cervejaria e é obrigado a vender a cerveja fabricada por ela) como um exemplo de franquia, embora se trate apenas de um sistema exclusivo de compra, sem muitas das características de uma franquia. Em termos legais, a palavra franquia significa uma concessão de direitos por parte da coroa.”
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