Incorporação de uma variável ambiental na gestão de negócios
Pesquisas Acadêmicas: Incorporação de uma variável ambiental na gestão de negócios. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: • 3/11/2014 • Pesquisas Acadêmicas • 2.750 Palavras (11 Páginas) • 617 Visualizações
Levantamento Bibliográfico e Adequação do
Desafio Profissional a Proposta do PROINTER I
RELATÓRIO PARCIAL
Projeto Interdisciplinar aplicado à Gestão de Recursos Humanos I, apresentado como requisito do curso de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos da Universidade Anhanguera Uniderp, polo de Barra do garças CEAD, sob a orientação da tutora EaD Camila Buba Nahas.
SUMARIO
INTRODUÇÃO.........................................................................3
1.ENSAIO.................................................................................4
2.CONCIDERAÇÕES FINAIS..................................................9
REFERÊNCIAS......................................................10
INTRODUÇÃO
O meio ambiente da empresa é constituído por diversas formas de relacionamento, considerando as disciplinas gerenciais, as técnicas e o processo de produção junto às instalações e ao meio interno e externo, incluindo-se também a relação entre mercado, cliente, fornecedores, comunidade e consumidor. Neste sentido, o gerenciamento ambiental não pode separar e nem ignorar o conceito de ambiente empresarial em seus objetivos, pois o desenvolvimento deste conceito possibilita melhores resultados nas relações internas e externas, com melhorias na produtividade, na qualidade e nos negócios. A incorporação da variável ambiental dentro da gestão empresarial se tem convertido em uma necessidade inexplicável para aquelas empresas que não queriam atuar e cumprir com as obrigações perante a sociedade. Esta incorporação se desenvolve eficientemente mediante a inclusão junto ao sistema de gestão geral da empresa, conhecida como Sistema de Gestão Ambiental, que deve instrumentar-se mediante os meios e estruturas necessárias para que não fique só como uma mera declaração de intenções. Neste contexto, este artigo trata do desenvolvimento econômico em relação ao meio ambiente; a responsabilidade ambiental da empresa; desenvolvimento sustentável; gestão ambiental; impacto ambiental; benefícios da gestão ambiental; sistema de gestão ambiental e por fim trata dos padrões internacionais de gestão ambiental.
ENSAIO
Atualmente vários esforços veem sendo realizados em prol do reconhecimento da necessidade de se preservar o meio ambiente e estimular a sociedade a buscar novos modos de desenvolvimento autossustentáveis, a fim de assegurar as condições de vida no planeta Terra. Um dos principais marcos históricos da questão ambiental foi o relatório intitulado “O Nosso Futuro Comum”, elaborado pela Comissão de Brundland. Esse relatório consolida uma visão crítica do modelo de desenvolvimento adotado pelos países industrializados e mimetizado pelas nações em desenvolvimento, ressaltando a incompatibilidade entre os padrões de
produção e consumo vigentes nos primeiros e o uso racional dos recursos naturais e a capacidade de suporte dos ecossistemas. O relatório ainda conceitua como sustentável o modelo de desenvolvimento que "atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem suas próprias necessidades". A partir de sua publicação, o "Nosso Futuro Comum" tornou-se referência mundial para a elaboração de estratégias e políticas de desenvolvimento eco compatíveis. Apesar da evolução da questão ambiental, a humanidade ainda vem utilizando 20% amais de recursos naturais do que o planeta é capaz de repor, conforme o “Relatório Planeta Vivo 2002”, elaborado pelo WWF (OLIVEIRA e SANTOS, 2007). Os problemas do crescimento populacional e do impacto ambiental também são prementes. A escassez dos recursos naturais, somada ao crescimento desordenado da população mundial e à intensidade dos impactos ambientais, surge o conflito da sustentabilidade dos sistemas econômico e natural, fazendo do meio ambiente um tema literalmente estratégico e urgente. O homem começa a entender a impossibilidade de transformar as regras da natureza e a importância da reformulação de suas práticas ambientais. Manifesta-se, assim, a questão ambiental dentro das organizações, que se sentem pressionadas a encontrar maneiras para minimizar os impactos ambientais causados pelas suas atividades econômicas. O reconhecimento de que os recursos naturais são finitos e da dependência deles para a sobrevivência humana, bem como para o próprio crescimento econômico, são fundamentais para o desenvolvimento sustentável, o qual sugere a utilização dos recursos naturais com qualidade e não em quantidade. Dessa forma descreve-se o objetivo desse artigo como sendo a compreensão da relação e da influência que o planejamento estratégico possui no processo de implantação dos Sistemas de Gestão Ambiental. Inicialmente o planejamento estratégico surgiu da falta de sintonia entre a oferta de produtos e o mercado que se destinava a absorve-los. Esse problema, que foi definido como problema estratégico, gerou uma análise racional das oportunidades oferecidas pelo ambiente, dos pontos fortes e fracos das empresas e da escolha de compatibilização entre os dois extremos, considerando o mais eficazmente possível os objetivos da empresa. (ANSOFF,1990). A expressão planejamento estratégico é formada pela junção de duas palavras distintas: Planejamento e Estratégia. De acordo com Ackoff (1976) o planejamento é um processo de tomada de decisão e avaliação de um conjunto de ações inter-relacionadas, antes que seja necessária qualquer ação, visando aumentar a probabilidade de um resultado favorável em uma situação futura desejada, que não ocorreria, caso não fossem adotadas as medidas necessárias.Ackoff (1976) defende essa definição por considerar que o planejamento é uma forma especial de tomada de decisão e propõe três justificativas pra isso. O planejamento é algo que fazemos antes de agir, um processo de decisão antecipado. Essa justificativa define que o planejamento é um processo de decidir o que fazer, e como fazê-lo, sem perda de eficiência. O planejamento é necessário quando a consecução do estado futuro desejado envolvem conjunto de decisões interdependentes, ou seja, um sistema de decisões. Esse sistema de decisões é complexo demais para ser manipulado de uma só vez e tem como característica o fato de não poder ser subdividido em subconjuntos independentes.
O planejamento se preocupa tanto em evitar ações incorretas, quanto em reduzir a frequência dos fracassos ao se perseguirem oportunidades. Resumindo, planejamento pode ser considerado uma definição de um futuro desejado e de meios eficazes de obtê-lo. Já a palavra estratégia, na literatura, não possui um significado único. Oliveira (1999) propõe que a estratégia é um conjunto de decisões formuladas com o objetivo de orientar o posicionamento da empresa no ambientes. Mintzberg (2000) já defende a ideia de que a estratégia tem múltiplos significados, podendo assumir qualquer um deles. A estratégia deve se relacionar tanto com a organização como o ambiente. Não é possível formular uma estratégia separando a organização de seu ambiente. Existe complexidade na estratégia. As mudanças pelos quais a organização e o ambiente passam trazem consequências, essas permanecem mutáveis em vários sentidos. A estratégia envolve o bem-estar de toda a organização. As decisões tomadas através da estratégia são importantes o suficiente para afetar o bem estar de toda a organização. A estratégia inclui questões tanto de conteúdo como de processo. O estudo da estratégia está relacionado com as ações tomadas, os conceitos de estratégia e os processos que foram usados e serão usados. As estratégias não são sempre as pretendidas. As estratégias pretendidas, as emergentes e as realizadas podem variar entre si.
As estratégias atuam em níveis diferentes. As empresas possuem uma estratégia corporativa, em qual negócio elas devem competir, e estratégia de negócios, como elas irão competir em cada negócio. As estratégias necessitam de processos de pensamento. As estratégias requerem exercícios conceituais e analíticos. Esse processo de levantamento de informações, análise e planejamento, visando a construção e implementação de estratégias e objetivos, resultando em uma sequência de atividades ou eventos que visam auxiliar os gestores a tomar decisões para alinhar a empresa com o ambiente chama-se planejamento estratégico. (CORAL; ROSSETTO; SELIG, 2003). Mintzberg (1994) defende que o planejamento estratégico é um processo no qual a estratégia de uma organização é construída em um determinado e detalhado momento, no qual todas as importantes decisões serão inter-relacionadas. O planejamento é orientado para a análise sistemática e detalhada e procura entender a situação do ambiente para influenciá-lo. O planejamento estratégico atualmente bastante difundido e utilizado pelas organizações para avaliação das variáveis que influenciam seu ambiente interno e externo, visando adequar um plano de ação para atingir certo futuro desejado pode possuir esses
objetivos e vantagens: Definir os pontos fortes e fracos da organização e as oportunidades e ameaças de seu ambiente. Além das inúmeras vantagens que o planejamento estratégico proporciona, existem várias pesquisas que defendem a relação positiva entre esse processo e o desempenho empresarial. (CORAL; ROSSETTO; SELIG, 2003) As pesquisas feitas demonstram que o planejamento estratégico já é amplamente usado pelas organizações e que em mercados onde ele é difundido ele não representa uma vantagem competitiva. Isso acontece, pois o planejamento estratégico, sendo uma ferramenta, pode facilmente imitado por outras empresas. Porém, as empresas que utilizam-se dessa ferramenta não apresentam indicadores negativos relacionando desempenho e planejamento, muito pelo contrário, as empresas que tiveram desempenho positivo foram as que monitoraram sistematicamente seu ambiente. (CORAL; ROSSETTO; SELIG, 2003). Diferentemente, nos mercados onde o planejamento estratégico não é amplamente utilizado foi encontrado uma relação positiva entre sua utilização e o desempenho
empresarial, ou seja, a utilização do planejamento estratégico torna-se uma vantagem
competitiva nesse ambiente. Mintzberg et al (2000), entende que o planejamento estratégico possui múltiplas maneiras de implementação e desenvolvimento. A literatura existente acerca do planejamento estratégico é ampla e diversificada quanto a seus modelos de elaboração e implementação, muitas vezes com perspectivas distintas. (CORAL; ROSSETTO; SELIG, 2003)Esses modelos apresentam etapas definidas do processo de planejamento estratégico e maneiras distintas de sua aplicação. Os modelos formais de planejamento estratégico com o passar dos anos foram sendo adaptados pelos pesquisadores da administração estratégica, os quais inseriram novas variáveis e abordagens para uma melhor adequação aos cada vez mais imprevisíveis ambientes empresariais. Além disso, visando cada vez mais explicitar as relações entre o planejamento, sua implantação e os resultados obtidos. Embora os modelos possuam abordagens distintas, pode-se afirmar que os modelos apresentam quatro macro etapas em comum: o diagnóstico estratégico, que se constitui na captação de informações sobre a organização e seu ambiente; a construção e definição de missão, objetivos, estratégias e metas da organização, as quais estabelecem a posição futura desejada; a implementação do planejamento estruturado e o controle dos resultados planejamento implementado. É importante para o envolvimento e sensibilização dos participantes do processo de planejamento. As definições preliminares podem estar em outras etapas juntamente com construção de políticas, objetivos e metas em alguns outros modelos. A análise externa é a obtenção de informações sobre o ambiente no qual a organização está inserida, constitui-se na localização dos fatores que se relacionam direta ou indiretamente com a competitividade no mercado em que a organização se encontra. A análise interna essa etapa é formada pelo conhecimento interno da organização, seus pontos fortes e fracos comparados coma concorrência, seus recursos humanos, materiais, tecnológicos e administrativos. Igor Ansoff, o primeiro a propor sobre o assunto, defende que a administração estratégica é a evolução do modelo de planejamento estratégico, um modelo o qual integra implantação das estratégias pré-estabelecidas, alocação de recursos e controle utilizando um monitoramento contínuo e uma avaliação de resultados. (ANSOFF,1990). Ao integrar implantação, alocação de recursos e controle, a administração estratégica supriu falhas de certos planejamentos estratégicos os quais não consideravam os limites e as capacidades da organização, alocavam recursos insuficientes para o sucesso do planejamento ou não possuíam capacidade administrativa suficiente. A Questão Ambiental por muito tempo, o homem explorou os recursos naturais ignorando o fato de que esses recursos eram escassos, pois considerava que a escassez destes recursos estava muito longe de sua realidade. (PHILIPPI JR. et al, 2004). A exploração dos recursos tornou-se alarmante, ao ponto que a sobrevivência do homem foi colocada em risco. Essa preocupação afetou maneira da humanidade encarar seu modelo econômico e assim cria-se o conceito de Questão Ambiental. O Desenvolvimento sustentável que até alguns anos era ignorado como fator relevante nas decisões das empresas, hoje se destaca como diferencial competitivo. Os empresários, historicamente os vilões do meio ambiente, emergem com uma postura sustentável e incentivam políticas ambientais.
Layrargues (1998) discute duas possibilidades para a entrada do setor empresarial no ambientalismo. A primeira, a racionalidade econômica, defende que a recente postura ambiental é consequência do esforço das empresas em se adequarem as forças reguladoras do mercado. A segunda, a racionalidade ecológica, define que o empresariado adotou o ambientalismo através da conscientização da crise ambiental.
Inicialmente a racionalidade econômica é defendida pela possibilidade de ruína do sistema de produção atual. A excessiva utilização e conscientização da inesgotabilidade dos recursos naturais fizeram com que o mercado se sentisse ameaçado pelo esgotamento progressivo dos recursos naturais e assim, tendo que aderir a ideia de sustentabilidade da questão do limite de recursos naturais existentes a racionalidade econômica é defendida também pelas novas oportunidades de negócio criadas pela inserção dessa nova variável de mercado, a ecologia.
Rutchel, citado por Layrargues (1998), ainda propõe outros motivos para postura da racionalidade econômica. A crescente pressão sobre a sociedade gerou um novo perfil de consumidor, o consumidor verde, que possuindo um crescimento de 6% ao ano é diferente do consumidor padrão tendo necessidades e desejos diferentes. Outro fator são as novas restrições de produtos no mercado internacional. O Mercado Comum Europeu, por exemplo, impõe pré-requisitos ambientais para certas categorias de produtos criando uma nova barreira entrada para as empresas. Já postura da Racionalidade Ecológica é fruto da crescente conscientização ambiental que vem ocorrendo nas sociedades. Layrargues (1998) entende que a colonização das sociedades ocorre principalmente pois elas percebem que o acontecimento de uma crise ambiental pode comprometer drasticamente a qualidade de vida das pessoas, ou até mesmo, acabar a vida da humanidade. Assim, Layrargues (1998) propõe que o processo de ecologização das sociedades está mais propenso a ser devido ao perigo iminente de uma catástrofe ecológica, o que ameaçaria a vida dos habitantes do planeta, do que coma ideia deque a ecologização ocorreu devido ao desenvolvimento de uma consciência crítica da problemática ambiental.
A realidade do mundo dos negócios cada vez mais exige que a questão ambiental seja uma variável presente. A globalização, a internacionalização dos padrões de qualidade contidos na série 14000, a conscientização dos consumidores e a disseminação da educação ambiental na sociedade faz com que, de maneira cada vez mais acentuada, as organizações incorporem a questão ambiental na elaboração de seus cenários e em suas tomadas de decisão. (DONAIRE, 1999). Analisando os pioneiros dessa nova realidade pode-se perceber que resultados econômicos e estratégicos no engajamento da causa ambiental podem ser positivos. O processo positivo é resultado de uma real internacionalização da variável ambiental em todos os níveis da organização, criando um conceito de excelência ambiental na empresa e gerando, por fim, uma vantagem competitiva. A questão ambiental ao ser aplicada no mundo empresarial carrega consigo o preconceito econômico de que ao incluir os novos processos necessários para a excelência ambiental na organização, esses processos, acarretariam num acréscimo de custos no meu processo produtivo. (DONAIRE, 1999). O fato é que existe a possibilidade de obter dinheiro e proteger o meio ambiente independente do mercado em que se atua. As empresas devem transformar as suas restrições e ameaças ambientais em oportunidades de negócios. Cada empresa, porém, é afetada de maneira diferente pela variável ambiental. Negócios a dimensão ecológica, expansão de práticas sustentáveis, como a
reciclagem de resíduos e a economia de recursos, foram as primeiras a se disseminarem.
Logo, porém foram desenvolvidos sistemas com maior equilíbrio com variável ambiental. O mais bem-sucedido desses programas foi o Sistema Integrado de Gestão Ambiental, desenvolvido por George Winter em 1989, sendo conhecido como o ‘’ Modelo Winter’’. North, citado por Donaire (1999), apresenta quatro argumentos e benefícios, para que uma empresa entre na causa ambiental. Seus argumentos são:
A incorporação da variável ambiental nas organizações deve-se a resposta das organizações para lidar com as mudanças ocorridas no ambiente de negócios. Ackerman e Bauer, citados por Donaire (1999), apresentam um modelo conceitual que apresenta as fases e ações de uma organização que reage às pressões sociais, como, por exemplo, o desejo por organizações mais amigáveis ao meio ambiente.
CONCLUSÃO
O desenvolvimento sustentável é um importante conceito de crescimento, presente no debate político internacional em especial quando se trata de questões referentes à qualidade ambiental e à distribuição global de uso de recursos. A sociedade como um todo acaba por sofrer as consequências de um problema nascido de sua relação com o meio ambiente. Os grandes problemas que emergem da relação da sociedade com o meio ambiente são densos, complexos e altamente inter-relacionados e, portanto, para serem entendidos e compreendidos nas proximidades de sua totalidade, precisam ser observados numa ótica mais ampla. A implantação de um sistema de gestão ambiental poderá ser soluções para uma empresa que pretende melhorar a sua posição em relação ao meio ambiente. O comprometimento hoje exigido às empresas com a preservação ambiental obriga mudanças profundas na sua filosofia, com implicações diretas nos valores empresariais, estratégias, objetivos, produtos e programas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ACKOFF, R. L. Planejamento empresarial. Rio de Janeiro: Livros técnicos e científicos,
1976.
CORAL. E..ROSSETTO,C.R. e SELIG, P. M. Sustentabilidade Corporativa e os Modelos de
Planejamento.
DONAIRE, Denis. Gestão ambiental na empresa. 2 ed. São Paulo: Atlas, 1999.
LAYRARGUES, Philippe Pomier.
PHILIPPI JR, Arlindo et al. Curso de gestão ambiental. Barueri: Manole, 2004
WWF: HTTP://www.wwf.org.br, acesso em 15/10/2014.
http://www.anpad.org.br/3es/2003/dwn/3es2003-75.pdf. Acesso em: 14/10/2014.
http: www.sivam.gov.br. Acesso em 14/10/2014.
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